Introdução:
O Espiritismo ou Doutrina Espírita, possui cinco Princípios Básicos, de onde procedem todas as suas práticas:
A existência de Deus;
A existência e sobrevivência do Espírito;
A pluralidade das existências – a Reencarnação;
A pluralidade dos mundos habitados;
A comunicabilidade dos Espíritos.
Analisaremos a partir de agora o terceiro princípio – A Pluralidade das Existências - a Reencarnação.
Ä Objetivos da Reencarnação:
Deus impõe aos Espíritos a reencarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição, passando por todas as vicissitudes da existência corporal. Visa ainda outro fim a reencarnação: o de por o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
Todos são criados simples e ignorantes (no sentido de que ignora, de que não tem conhecimento) e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. No início, não possuem o conhecimento do bem ou do mal. São dotados do gérmem da inteligência e, com o tempo, adquirem consciência de si mesmos. Sua constituição é abstrata e o modo como foram criados ainda não foi revelado totalmente pelos Espíritos Superiores. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseqüentemente sem mérito.
Daí concluir-se que, os seres considerados eleitos, anjos, arcanjos, querubins e serafins são a representação das almas que já atingiram, pelo seu esforço, graus de elevação espiritual, passando, como não poderia deixar de ser, pelos mesmos estágios inferiores da escala evolutiva.
O atrasado possui inclinações para o mal, inteligência limitada; regozija-se com a violência, compraz-se na vida viciosa. Quando deixa o corpo, os sentimentos o acompanham; com a evolução, ele se vai modificando. As lutas do mundo, os sofrimentos através das existências, é que lhe vão aprimorando a alma.
Como nos ensina Mário Cavalcanti de Melo e Carlos Imbassay, no seu Livro "Reencarnação e suas Provas", a Terra é como escola e um hospital. Vê-se o aluno ir progredindo à proporção que muda de classe, a sua cultura é função do tempo e do estudo; quando o corpo se debilita vai a um hospital, onde o médico lhe cura e restitui as forças.
O Espírito aporta aqui como selvagem ou bárbaro, e continua a sua peregrinação, curando-se no Hospital Planetário, com a terapêutica do sofrimento, ilustrando-se com as lições que recebe de existência em existência, até que, fica livre das vidas materiais e entra para o "Nirvana" dos budistas ou para as regiões de paz; a felicidade consiste nessa tranqüilidade dos justos; não a podemos perceber nem vislumbrar, porque nunca a possuímos, envoltos nos turbilhões, no nevoeiro, nas paixões violentas desse mundo onde nos encontramos atolados.
Os Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos. Não tem, é certo, maus pendores, mas precisam adquirir a experiência e os conhecimentos indispensáveis para alcançar a perfeição. Podemos compará-los a crianças que, seja qual for a bondade de seus instintos naturais, necessitam se desenvolver e esclarecer e que não passam, sem transição, da infância para a fase adulta.
Depende dos Espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente em busca da perfeição, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Os Espíritos não podem se conservar eternamente nas ordens inferiores; mudam de ordem mais rápida ou demoradamente, porém não podem degenerar. À medida que alcançam, compreendem o que os distancia da perfeição. O espírito ao concluir uma prova fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário durante algum tempo, porém não pode degenerar.
Uma só existência corporal é insuficiente para o espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra.
A evolução do Espírito se dá progressivamente, pois ela está intimamente ligada à experiência. Através de lutas expiatórias e provas, o Espírito caminha em busca da própria iluminação e aperfeiçoamento. Ao iniciar sua jornada encarnatória nos primeiros estágios evolutivos, o Espírito sofre todo tipo de influências, boas e ruins. Como é ignorante, suas tendências o levam a vivenciar experiências no campo do erro. Nem todos os Espíritos passam pelo caminho do mal, mas obrigatoriamente passam pelo da ignorância.
O Criador concede ao Espírito a liberdade de ceder ou resistir às más influências. Trata-se do "livre arbítrio". Essa liberdade de agir como bem entende, desenvolve-se à medida em que ele adquire a consciência de si mesmo. Isso faz com que ele tenha o mérito de suas próprias ações.
"Se o homem tivesse sido criado perfeito, seria levado fatalmente ao bem; ora, em virtude de seu livre arbítrio, ele não é fatalmente levado nem ao bem nem ao mal. Deus quis que ele fosse submetido à lei do progresso e que esse progresso fosse o fruto do seu próprio trabalho, a fim de que tivesse o mérito desse trabalho, do mesmo modo que carrega a responsabilidade do mal que é feito por sua vontade". (Allan Kardec – A Gênese, cap. III, item 9).
Deus é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas necessárias para atingir seu objetivo - a perfeição.
Em cada nova existência, entra o Espírito com o conhecimento adquirido nas anteriores, as aptidões, conhecimentos intuitivos e moralidade. Cada existência é assim um passo avante no caminho do progresso.
A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, é uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Com esta lei o homem explica todas as aparentes anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências breves; a desigualdade de aptidões intelectuais e morais, pelo conhecimento que o Espírito aprendeu e progrediu, e traz nascendo, o que adquiriu em suas existências anteriores...
Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação se funda numa lei da natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade...
"Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não seria somente inconciliável com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta de um só, seria também um contra-senso. Com a preexistência o homem traz, ao renascer, o gérmen de suas imperfeições, dos defeitos que não corrigiu e que se traduzem pelos instintos naturais e pelos pendores para tal ou tal vício. É esse o seu verdadeiro pecado original, cujas conseqüências naturalmente sofre a pena de suas próprias faltas, e não as de outros, e com a diferença, ao mesmo tempo consoladora e animadora, de que cada existência lhe oferece os meios de se redimir pela reparação e de progredir, quer despojando-se de alguma imperfeição, quer adquirindo novos conhecimentos e assim, até que, suficientemente purificado, não necessite mais da vida corporal e possa viver exclusivamente a vida espiritual, eterna e bem aventurada.
A reencarnação é um processo de aperfeiçoamento espiritual. A volta do espírito a vida corporal tem um objetivo, não é "ação do acaso", nem "capricho dos céus". Não há experiência reencarnatória sem motivo, ensina o espiritismo.
Allan Kardec na questão 196 do Livro dos Espíritos nos faz um resumo dos objetivos da reencarnação.
Questão 196 – "Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem a perfeição?
R. Sim é exatamente isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas, atingem a finalidade para que tendem."
A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover o alimento ao corpo, a sua segurança, o seu bem estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a exercitá-las e desenvolvê-las. Útil, portanto, ao seu adiantamento é a união com a matéria.
Daí o constituir uma necessidade a encarnação. Além disso, pelo trabalho inteligente que ele executa em seu proveito, sobre a matéria, auxilia a transformação e o progresso material do globo que lhe serve de habitação.
O pensamento reencarnacionista está inscrito na máxima: Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é a lei.
Ä União da Alma com o Corpo
Há no homem, pois três coisas:
1º - O corpo ou ser material, análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - A alma ou ser imaterial - Espírito encarnado ao corpo;
3º - Laço ou perispírito que prende o espírito ao corpo, uma espécie de envoltório semi material.
"Quando o espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, a liga do gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraiza de certa maneira, neste gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união, nasce então o ser para a vida exterior".
"À medida que o espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiros se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos".
"A finalidade da alma é o desenvolvimento de todas as faculdades a ela inerentes. Para conseguí-lo, ela é obrigada a encarnar grande número de vezes, na terra, a fim de acendrar suas faculdades morais e intelectuais , enquanto aprende a governar a matéria. É mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas de vida mais rudimentares, até à condição humana, que o princípio pensante conquista, lentamente, a sua individualidade. Chegado a esse estágio, cumpre-lhe fazer eclodir a sua espiritualidade, dominando os instintos remanescentes da sua passagem pelas formas inferiores, a fim de elevar-se, na série das transformações, para destinos sempre mais altos".
Ä Os Fundamentos da Justiça na Reencarnação/Necessidade da Reencarnação
A Reencarnação é a mais excelente demonstração da Justiça Divina, em relação aos infratores das Leis, na trajetória humana, facultando-lhes a oportunidade de ressarcirem numa os erros cometidos nas existências transatas.
A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade. A evolução do ser indica um plano e um fim. Esse fim, é a perfeição, não pode realizar-se em uma existência só, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das existências da alma, a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É a custa dos próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, na Terra primeiramente, e, depois, através de inumeráveis estâncias do céu estrelado.
A reencarnação, afirmada pelas vozes de além-túmulo é a única forma racional pela qual se pode admitir a reparação de faltas cometidas e a evolução gradual dos seres. Sem ela, não se vê sanção moral satisfatória e completa; não há possibilidade de conceber a existência de um Ser que governe o Universo com justiça.
Porque para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza; para aqueles a fraqueza, a doença, a fealdade? Porque a inteligência, a gênio, aqui; e, acolá, a imbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis, a para outros tantos vícios e defeitos? Porque há raças tão diversas? Umas inferiores a tal ponto que parece confinar com a animalidade, e outras favorecidas com todos os dons que lhes asseguram a supremacia? E as enfermidades inatas, a cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que enchem os Hospitais, os albergues noturnos, as Casas de Correção? A hereditariedade não explica tudo; na maior parte dos casos, essas aflições não podem ser consideradas como um resultado de causas atuais. Sucede o mesmo com os favores da sorte. Muitíssimas vezes, os justos parecem esmagados pelo peso da prova, ao passo que os egoístas e os maus prosperam!
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente há de espalhar os seus frutos, conforme a natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que começa é até sobre as seguintes; uma só existência não basta para desfazer as conseqüências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, ponte de nossos efeitos, vem juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as, e formam com elas um encadeamento de bens ou males que, no seu conjunto, urdirão a teia do nosso destino.
O homem constrói o seu próprio futuro.
Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição.
Suor na oficina é excesso à competência.
Esforços na escola é aquisição de cultura.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação, porque, quase sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem excelso, afim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança em Deus.
O aspecto moral da reencarnação deve merecer sempre uma consideração muita lúcida, justamente porque esse aspecto se reflete na vida familiar, nas relações profissionais, na vida social, enfim. Quem deve, seja onde for, terá que pagar cedo ou tarde. É a Lei. A noção de uma única existência não nos daria uma visão real de justiça no tempo e no espaço. A reencarnação não é portanto, simples questão de crença, mas um princípio lógico, assim nós o entendemos, pois abre à inteligência inquiridora, uma perspectiva de justiça muito mais ampla, através de existências diversas.
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com igualdade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez haja encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o espírita muitas existências sucessivas, é a única que corresponde a idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois nos oferece os meios de resgatarmos nossos erros por novas provações. A razão a indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, que tem consciência da sua inferioridade, tem consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele.
O que reanima o homem e lhe dá coragem é a idéia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, vai conquistá-lo. Quantos no final de sua existência reclamam de ter uma experiência que já não pode mais tirar proveito. Entretanto, esta experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.
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* Indicação de leitura complementar, para conhecimento do Processo.
Ä Mecanismos da Reencarnação: -
A relação afetiva, Espiritual e Biológica com os pais, assim como os antecedentes cármicos do próprio Espírito reencarnante, são fatores determinantes no processo reencarnatório.
Histórica e culturalmente, a gestação ou gravidez é considerada função da mulher. Isso é verdadeiro do ponto de vista biológico. Entretanto, na visão Espírita, não se circunscreve apenas à mulher propriamente dita.
A gravidez é também um estado psicofísico, emocional, que envolve o homem, juntamente com a mulher, no desempenho da função procriadora de um novo corpo físico, com a participação direta, consciente ou inconsciente, do Espírito reencarnante. Portanto, no mínimo três individualidades estão diretamente envolvidas na dinâmica da gestação de um novo corpo físico.
O homem, em particular, precisa se educar e se auto-educar, no sentido de assumir e desempenhar a função da paternidade em toda a sua abrangência e plenitude conscientemente, não transferindo à mulher toda a responsabilidade na ação co-criadora da gestação de um corpo físico de um filho ou uma filha. Preliminarmente, destaca-se a interação bioenergética anímico-mediúnica das partes interessadas na ação co-criadora da paternidade-maternidade, na dinâmica da gestação. Tal intervenção se faz consciente ou inconscientemente, além daquela psicofísica, em nível biológico propriamente dito. Por que interação anímico-mediúnica consciencial? É de conhecimento geral que as dimensões biológicas, psicológicas, emocionais e sentimentais são componentes dinâmicos da gestação de um corpo físico para ser veículo da consciência individual reencarnante, na condição de filho ou filha. Com a interação anímico-mediúnica não há o mesmo reconhecimento. Entretanto, efetua-se nas diferentes fases da gravidez, desde a etapa que precede o grande momento da fecundação biológica, prossegue ao longo de todo o período gestacional e culmina com a fase do parto propriamente dito, ocorrendo com maior ou menor freqüência ao longo da vida de relação da vida familiar entre pais, filhos e irmãos nas mais variadas circunstâncias.
Fase Preparativa: Ocorre, nesta fase, na dimensão extrafísica: Escolha dos futuros familiares e pais biológicos, em função de compromissos, comprometimentos e vinculações cármicas:
• Estabelecimento do programa geral de futuras realizações e autorealizações no plano físico, tendo em vista os objetivos educativos a serem atendidos;
• Prévia escolha ou determinação de sexo genético, que se verifica de acordo com a respectiva sexualidade e características genético-espirituais do reencarnante e segundo determinantes cármicos conscienciais preexistentes, tendo em vista futuras realizações;
• Definição do tipo de reencarnação: compulsório ou de livre escolha; provacional; expiatória; sacrificial ou missionária.
• Execução do plano de associação e vinculação psicodinâmica, bioenergética, mental e afetiva - essa fase inclui os futuros pais gestantes e demais familiares, segundo as necessidades de harmonização, entendimento, apoio mútuo, afinidade, sintonia e ressonância.
Em conseqüência das necessidades e exigências específicas de bem cumprir os imperativos naturais das leis da vida, já citadas, nessa etapa da fase preparatória, o Espírito candidato à nova reencarnação passa a conviver no clima psicofísico e emocional dos futuros pais em especial, interagindo dinamicamente com os mesmos, procurando estabelecer as melhores relações de sintonia, afinidade e ressonância indispensáveis ao êxito da concretização do complexo e laborioso planejamento reencarnatório. Múltiplas operações bioenergéticas e magnético-espirituais podem ser realizadas pelos espíritos construtores nas intervenções que se fizerem necessárias na organização perispirítica do reencarnante. Para poder efetivar a ligação com a célula-ovo ou zigoto, a partir da fecundação propriamente dita, ocorre previamente no plano extrafísico, a miniaturização, que se caracteriza pela redução da forma perispirítica.
Com base na análise dos mapas cromossômicose organogênicos, tais intervenções se fazem no sentido de orientar a modelagem bioenergética e genético-estrutural referente à embriogênese e morfogênese do futuro corpo físico, em consonância com a herança cármica e o programa de realização na nova experiência reencarnatória.
Efetuadas as operações de imantação e ligação do perispírito da consciência do reencarnante à célula-ovo, no terço médio da trompa de Falópio, segue-se a nidação no útero materno, com a participação mento-afetiva dos pais gestantes e do filho ou filhos reencarnantes.
Princípios Fundamentais: Propomos os seguintes princípios fundamentais do processo de gestação à luz do Espíritismo:
O ser humano é um Espírito ou consciência individualizada, dotada de razão, instrumentalizada pela linguagem, livre-arbítrio, instinto, memória, emoção e sentimento; O espírito ou o eu-consciência é arquiteto de seu próprio destino, em obediência às leis da vida: evolução, reencarnação, ação e reação e lei do progresso, através da qual expande a consciência rumo à plenitude do ser;
O Espírito desencarnado preexiste à formação do seu corpo físico, pensa, sente e age de acordo com o seu estágio de evolução cognitiva, sentimento e moralidade, no respectivo plano consciencial e extrafísico;
Em obediência ao principio universal de afinidade, sintonia e ressonância, quando oportuno ou necessário, o Espírito, em função de sua necessidade de realização e auto-realização, vê-se na contingência de "um novo renascer" no plano físico para prosseguir sua evolução planetária;
Nessa fase de sua evolução, de acordo com sua maior ou menor autonomia volitiva, necessidade e merecimento, se propõe e/ou se dispõe de participar do planejamento de sua nova e futura reencarnação.
Influências no Processo Reencarnatório:
Espíritos Perturbadores: Desafetos, inimigos espirituais do espírito reencarnante ou dos pais.
Mãe Encarnada: Relação anímica, mediúnica, psico-afetiva e biológica (herança genética e gestação).
Pai Encarnado: Relação anímica, madiúnica, psico-afetiva e biológica (herança genética).
Espíritos Geneticistas: Espíritos de elevada hierarquia espiritual que atuam na relação afetiva-espiritual e no desenvolvimento do genótipo do reencarnante.
• O planejamento reencarnatório envolve complexas medidas dinâmicas e teledinâmicas de natureza bioenergética no plano extrafísico, de acordo com a "Genética Espiritual" e lei de Ação e Reação que estabelecem as condições orientadoras na execução do plano reencarnatório individual, de modo a permitir que cada Espírito herde de si mesmo, com a contribuição de seus pais no plano físico;
• Tal planejamento é orientado e administrado nos planos extrafísicos por entidades de elevada sabedoria e hierarquia espiritual. A maior parte da humanidade terrestre, encarnada e desencarnada, ainda se encontra nos primeiros estágios de evolução. Goza de autonomia muito restrita e não tem condições de usar o livre-arbítrio com discernimento;
• Quanto maior for o grau de evolução consciencial ao longo de seu continuum histórico palingenésico maior será a participação direta do espírito reencarnante em todas as fases do planejamento e execução de sua própria reencarnação, sob a assistência técnica dos "geneticistas" e "embriologistas", podendo participar da modelagem do futuro corpo físico, em obediência às leis da "herança espiritual" condicionantes da herança psicofísica biológica.
O Espírito encarnado ou desencarnado é assistido nas suas necessidades de auto-realização e progresso, de acordo com a lei de merecimento;
O Espírito candidato à nova experiência reencarnatória no plano físico passa por uma fase preparatória de análise e auto-análise através de um processo de profunda introspecção, mediante urna visão retrospectiva de sua história pessoal, valendo-se dos registros de sua memória absoluta, vê com clareza e em detalhes esclarecedores as ações pretéritas, podendo ser assessorado pelos mentores no planejamento de um novo projeto reencarnatório. Após esse exame analítico consciencial, cada espírito entra em uma nova etapa de programação da futura existência, em função de sua herança espiritual;
Providências gerais e específicas são tomadas no sentido de conjugar harmonicamente o livre-arbítrio e o determinismo da lei de causa e efeito, objetivando sempre o progresso e o aperfeiçoamento individual e coletivo;
Em obediência à lei de sintonia, afinidade e ressonância, cada espírito encontra-se ligado ao respectivo grupo familiar e racial, ao seu povo ou nação;
Desse modo, a escolha do grupo familiar e dos futuros pais obedece aos princípios gerais das leis citadas, em consonância com a respectiva herança consciencial, psicológica e espiritual. Essa herança fica registrada na memória genética perispirítica através das matrizes Psi dos respectivos genes. Estes irão se expressar por meio do genótipo ou fenótipo no plano biológico, através da organogênese do futuro corpo físico, com a contribuição biogenética dos respectivos pais.
Ä Outras questões relacionadas com a Reencarnação:
Quantas reencarnações tivemos e teremos?
Não se pode precisar o número de reencarnações que uma pessoa já teve, pois isso depende do estado evolutivo em se encontra o Espírito. Uns evoluem mais rápido por seu maior esforço, portanto necessitam passar por menor número de vezes na carne. Outros são mais lentos permanecendo mais tempo no mundo de sofrimentos. Tudo dependerá de nós. Quanto mais rápido progredirmos moral e intelectualmente, menos encarnações teremos que sofrer. Quando nosso Espírito tiver alcançado todos os graus de evolução moral e intelectual, seremos Espíritos puros. Um exemplo de Espírito puro é o Mestre Jesus.
O Espírito sempre reencarna no mesmo sexo?
Não, pois o Espírito necessita vivenciar as experiências específicas aos dois sexos, como aprendizado para seu aprimoramento moral e intelectual. A escolha de cada sexo, depende da prova ou expiação que se deve passar. Não é verdadeira a idéia de que a cada encarnação o Espírito mude de sexo. Às vezes, vive diversas existências com um mesmo sexo, para só depois situar-se em outro campo da sexualidade. Também não é correto o pensamento de que a homossexualidade é produto da mudança de sexo do Espírito antes da sua encarnação.
Bibliografia/fontes de Consulta:
1. KARDEC, Allan - O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Parte Segunda, Cap. II e Cap. XI; 44 ª Edição da Federação Espírita Brasileira.
2. KARDEC, Allan - O EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO, Cap. IV, 77ª Edição da Federação Espírita Brasileira.
3. Apostila Programa Básico de Doutrina Espírita, Volume II - Centro Espírita Luz Eterna.
4. Delanne, Gabriel - A REENCARNAÇÃO, Cap. I e XIV - Edição da Federação Espírita Brasileira.
5. Cavalcanti de Melo, Mário e Imbassay, Carlos - Livro "Reencarnação e suas Provas".
6. Revista Cristã de Espiritismo – Ano 02, n.º 7, Editora Escala Ltda., São Paulo – Artigo "Mecanismos da Reencarnação".
A Idéia da Reencarnação através dos Tempos:
A reencarnação não foi inventada pelo Espiritismo. Ela consta nos princípios de diversas religiões orientais desde a mais remota antigüidade.
Conhecida como Palingenesia (palin, de novo, gênesis nascimento) entre os povos da Antigüidade e ora denominada Metensomatose pelos modernos investigadores, a Reencarnação significa o retornar do Espírito ao corpo tantas vezes quantas se tornem necessárias para o autoburilamento, libertando-se das paixões e adquirindo experiências superiores, sublimando as expressões do instinto ao mesmo tempo em que desenvolve a inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição. É o renascimento no corpo físico.
A Palingenesia ou Doutrina das Vidas Sucessivas já se encontrava nas grandes religiões do Oriente e nas obras filosóficas mais puras e elevadas. Guiou na sua marcha as civilizações do passado e perpetuou-se de idade em idade. Apesar das perseguições e dos eclipses temporários, reaparece e persiste através dos séculos em todos os países.
* Hinduismo - Também chamado Bramanismo, é considerado como a mais antiga religião do mundo. Seus livros sagrados são os Vedas e, posteriormente, os Upanichades.
Os Vedas remontam a datas muito recuadas. O mais antigo, e o mais importante deles, o RIGVEDA, deve ter existido a 10.000 A. C.
Os Upanichades, palavra sânscrita que significa "sentar-se ao lado", isto é "lição oral", são considerados como conclusão dos Vedas.
Em um dos Upanichades encontramos referência à Reencarnação, como esta: "Dentro do útero da mulher o homem obtém um corpo, seja ele bom ou mau. A alma, porém, é a semente de todos os seres, e pela alma é que as criaturas existem..." "... E sejam quais forem as ações que eles pratiquem, tudo quanto foi feito num corpo anterior deve, sem dúvida alguma, ser gozado ou sofrido..."
* Jainismo - que vem do século VI A. C., é uma rica e influente derivação do hinduísmo, e, acima de tudo, a doutrina da não-violência e conta com alguns milhões de adeptos na Índia de nossos dias. Na sua Filosofia encontramos que: "Nossa vida presente nada mais é do que um elo da grande cadeia do circuito transmigratório." A Doutrina do Carma perde a significação se estiver ausente uma doutrina de transmigração amplamente desenvolvida.
* Budismo - fundado pôr Sidharta Gautama, mais tarde conhecido como Buda, dizia que o espírito humano necessitava passar pela corrente dos renascimentos para alcançar o Nirvana, isto é, a identificação do espírito humano com Deus.
* Egito e a Grécia - adotaram a mesma doutrina. À sombra de um simbolismo mais ou menos obscuro, esconde-se pôr toda a parte a universal Palingenesia.
A Reencarnação era festejada pelos egípcios nos mistérios de Ísis, e, pelos gregos, nos de Elêusis, com o nome de mistérios de Perséfone, em cujas cerimônias os iniciados tomavam parte.
Na Grécia encontramos a doutrina das vidas sucessivas nos poemas órficos; era a crença de Pitágoras, de Sócrates, de Platão, de Apolônio e de Empédocles.
A grande doutrina era conhecida no mundo romano. Ovídio, Vergílio, Cícero, em suas obras imorredouras, a elas fazem alusões freqüentes. Vergílio , na Eneida, assevera que a alma, mergulhando no Letes, perde a lembrança das suas existências passadas.
A Escola de Alexandria, deu-lhe brilho vivíssimo.
Os Livros Sagrados dos Hebreus, o ZOHAR, a CABALA, o TALMUDE, afirmam igualmente a preexistência e, com o nome de Ressurreição, a reencarnação era a crença dos fariseus e dos essênios.
Ä A Ressurreição e a Reencarnação
A Reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de Ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acabava com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saber precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo nome Ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama Reencarnação. Com efeito, a Ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
Ä A Reencarnação está na Bíblia?
Diversas passagens de maneira clara ou indireta, contidas nos ensinamentos de Jesus e dos profetas, mostram que a reencarnação está na Bíblia:
A primeira e mais importante alusão à doutrina das vidas sucessivas se acha contida exatamente no mandamento inicial do Decálogo. Vamos olha-lo com olhos de ver: * Eu sou Jeová, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa de servidão... porque eu, Jeová, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, na terceira e na Quarta geração daqueles que me aborrecem, e uso misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos (Êxodo, 20:2,6.)
Nessa tradução fiel, entendemos que não são os netos ou bisnetos que pagarão pelos erros de seus avós e bisavós, pois então se poderiam cometer os mais atrozes crimes e os descendentes os pagariam. O acerto de contas é feito pôr nós mesmos, nas gerações ou renascimentos seguintes, quando estaríamos de retorno, animando a personalidade de netos e bisnetos.
Aparecem com maior ou menor clareza e veladamente em trechos isolados, aparentemente desconexos, como estes, pôr exemplo:
* (Job 1:21).
"Nú saí do ventre de minha mãe e nú tornarei para lá"
Uma análise do trecho autoriza tranqüilamente o entendimento de uma realidade insofismável: a de que as leis divinas nos concedem um corpo de carne cada vez que precisamos voltar à Terra para viver aqui as experiências e os testes que nos são necessários ao processo evolutivo.
* (Malaquias 4.5-6)
"Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição"
* (Jó 8. 8-9).
"Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas, e prepara-te para a inquirição de seus pais.
Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra".
* Em João 3. 3 –12, encontramos a elucidativa palestra de Jesus com Nicodemos:
"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pôr ventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?
Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos: e não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?"
(Mateus 17.9-13) – Referência de João Batista ser Elias reencarnado.
"E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.
E os discípulos o interrogaram, dizendo: porque dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas;
Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o filho do homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista".
* "Quando encontra o cego de nascença, os discípulos perguntam-lhe se esse homem nasceu cego por causa dos pecados dos pais ou dos pecados que cometeu antes de nascer. Acreditavam, pois, na possibilidade da reencarnação e na preexistência possível da alma...
O Cristianismo primitivo possuía, pois, o verdadeiro sentido do destino.
* (Na 1ª. Epístola de Paulo aos Coríntios- 15. 35-36)
"Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?
Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer".
E como mostra as citações acima, ela está explícita ou implicitamente contida na Bíblia, sendo necessárias as mais fantasiosas explicações para colocar ali outro sentido que não as múltiplas experiências na carne.
* Em suas Confissões" diz Santo Agostinho:
Não teria minha infância atual sucedido a uma outra idade antes dela extinta? ... Antes mesmo desse tempo, teria eu estado em algum lugar? Seria alguém? ...
"Durante todo o período da Idade Média, a Doutrina palingenésica ficou velada, porque era severamente proscrita pela Igreja, então toda poderosa; este ensino esteve confirmado nas sociedades secretas ou se transmitiu, oralmente, entre iniciados que se ocupavam com ciências ocultas.
* A transmigração das almas, acreditamos em São Gerônimo, foi ensinada por muito tempo como uma verdade esotérica e tradicional, que só devia ser confiada a pequeno número de eleitos. Orígenes admitia a preexistência da alma como uma necessidade lógica, na explicação de certas passagens da Bíblia, sem o que, dizia ele, poder-se-ia acusar Deus de iniqüidade.
Essas concepções, posto que repelidas pelos concílios, foram conservadas, mesmo no clero, por espíritos independentes, tal como o Cardeal Nicolas de Cusa, e, entre filósofos, pelos adeptos das ciências secretas, que transmitiam uns aos outros essas tradições, sob a chancela do sigilo..."
Racionalmente não há como negar a reencarnação. Se tivéssemos apenas uma oportunidade de vida terrena, a justiça de Deus seria incompreensível. O Pai, em sua imensa sabedoria, criou seus filhos em igualdade de condições e deu a eles igualmente as mesmas oportunidades de crescimento. Não fosse assim teríamos que admitir um Deus parcial, intolerante, injusto e severo, que permitiria todas as misérias e desigualdades sempre existentes no mundo, aquinhoando uns e castigando outros a seu bel prazer.
A pluralidade das existências é, pois, necessária ao aprimoramento das qualidades do ser imortal e para bem entender a justiça de Deus. Só pelas múltiplas oportunidades de vida poderemos compreender o amor do Criador por suas criaturas. Ele permite o aprendizado na carne para a conquista da verdadeira morada , a vida espiritual, através do esforço de cada um em vencer suas más tendências para atingir a plenitude, a perfeição.
Somos todos seres atrelados às leis divinas que regem o universo, quer acreditemos ou não. Uma delas é a lei de evolução dos seres. Seria insensatez supor que em apenas uma existência terrena, atingiremos a tão sonhada perfeição de que nos fala o Mestre em Mateus, capítulo V, versículos 44-48:
"Sede vós logo perfeitos, assim como vosso Pai Celestial é perfeito".
"Somente a reencarnação pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida" - (Allan Kardec).
"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens" - (I Corintios 15.19).
Ä Grandes nomes que deram seu testemunho a favor da Reencarnação:
"Foi preciso chegar aos tempos modernos e à liberdade de pensar e de discutir publicamente, para que a verdade das vidas sucessivas pudesse renascer à grande luz da publicidade.
Foi em 1.857 que Allan Kardec publicou O Livro dos Espíritos, no qual expõe todas as razões filosóficas que o conduziram à admissão da teoria das vidas sucessivas, e é a ele, principalmente, que se deve a propagação dessa grande verdade.
É bom notar que a doutrina das vidas sucessivas foi vulgarizada, no último século, entre o grande público, pôr vários romancistas, tais como, Balzac, Théophile Gautier, George Sand, Victor Hugo, etc.
Podemos citar ainda grandes nomes que deram seu testemunho a favor da reencarnação:
Benjamim Franklin (1706 – 1790), norte americano escreveu: "Quando vejo que nada é aniquilado nos trabalhos de Deus, e nem uma gota d’água é desperdiçada, não posso supor que haja o aniquilamento das almas ... Assim, vendo que existo no mundo, acredito que, sob uma forma ou outra, sempre existirei. E, com todos os inconvenientes que a vida humana tende a oferecer, não farei objeções a uma nova edição da minha, esperando, contudo, que a errata da última seja corrigida..."
Johann Wolfgang Von Goethe (1749 – 1832), poeta, dramaturgo e filósofo alemão, respondeu a alguém, por ocasião do funeral do poeta Wieland: "Estou certo de que estive aqui, como estou agora, mil vezes antes e espero retornar mil vezes ..."
Henri Ford (1863 - 1947), industrial norte americano, disse numa entrevista: "Adotei a Teoria da Reencarnação quando tinha vinte e seis anos...Quando descobri a reencarnação foi como se tivesse encontrado um plano universal... A descoberta da reencarnação tranqüilizou a minha mente. Se vai registrar essa conversa, escreve-a de forma a tranqüilizar a mente dos homens. Eu gostaria de comunicar a outros a calma que a visão de uma longa vida nos dá".
Mohandas Karamchand Gandhi (1868 – 1948), líder nacionalista hindu, conhecido como Mahatma Gandhi, afirmou: "Não posso pensar em inimizade permanente entre homem e homem, e, acreditando, como acredito, na teoria do renascimento, vivo na esperança de que, se não nesta existência, mas em alguma outra, poderei abrir os braços a toda a Humanidade, num amplexo amigo."
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei", disse Allan Kardec. Graças a ele, graças à Escola Espírita, a crença nas vidas sucessivas da alma vulgarizou-se, espalhou-se por todo o Ocidente, onde conta hoje milhões de partidários. O testemunho dos Espíritos veio dar-lhe sanção definitiva.
Ä A Reencarnação baseada em Fatos:
As vidas sucessivas sustentam uma importante coluna que implica na manutenção também aí da harmonia universal e do equilíbrio e regularidade com que a natureza funciona, revelando sua justiça e retribuindo méritos. As árvores, as plantações que dão sombra e fruto, recebendo a água da chuva, o sol para aquecê-las, e as raízes buscando no subsolo não apenas o líquido, mas, também os resíduos alimentícios que a natureza coleta, até mesmo, pela ação das formigas que transportam do solo para o subsolo os elementos orgânicos indispensáveis a essa curiosa gangorra. É a natureza se refazendo contentemente, ela própria renascendo de suas cinzas, o líquen abastecendo-se das folhas secas e dos recursos minerais revolvidos no chão para o milagre da transformação permanente e do aproveitamento do que há de mais simples mais primário, tão indispensável quanto o mais sofisticado par o roteiro da continuidade da vida ..."
A reencarnação foi considerada como dogma, constante das crenças mais antigas, principalmente as orientais. O estudo e a pesquisa sistemática principiaram a ser feitos a partir do século XIX, tanto no Ocidente como no Oriente. Hoje em dia, pode afirmar-se que a reencarnação é objeto de investigação científica rigorosa. Por enquanto ela está enquadrada na área dos fenômenos paranormais, pelos aspectos nela contidos concernentes à memória extracerebral, e às marcas reencarnatórias de nascença (birthmarks). Acreditamos que tal enquadramento seja provisório, tendo em vista as suas mais amplas implicações com a Psicologia e a Biologia.
A importância da pesquisa da reencarnação, em bases científicas, está sendo reconhecida em todo o mundo, sendo raros os parapsicólogos que a ela não votem particular atenção.
Então, se perguntarmos o que poderia constituir uma genuína evidência da reencarnação, a única resposta possível parece ser a mesma que se daria à pergunta: "De que modo podemos saber que vivemos dias, meses ou anos anteriormente?" A resposta é de que agora nos recordamos de ter vivido naquela época, neste ou naquele lugar ou situação e haver feito, então, certas coisas e adquirido determinadas experiências.
Mas, haverá alguém que se lembre de ter tido uma existência na terra, anterior à presente?
Tanto as crianças como os adultos podem ter recordações da vida pré-vida. Há casos em que tantos uns como outros possuem conhecimento "inerente" e habilidades, tais como os idiomas estrangeiros, ou da própria reencarnação. Parece-me que todos possuímos esse tipo de conhecimento, sob certas circunstâncias. A causa dessa recordação é desconhecida; por vezes, aparente ser originária de um estímulo externo, operando através da associação.
Em certas circunstâncias, as informações estocadas na memória subconsciente da individualidade espiritual poderão aflorar, em forma de "memória extracerebral", na nova personalidade. Têm-se, então, as manifestações de comportamento e de lembranças reencarnatórias, isto é, oriundas da personalidade prévia.
Presume-se que certas circunstâncias poderão propiciar tais emersões mnemônicas de origem reencarnatória. Poderíamos enumerar algumas:
Morte violenta precedida de intenso terror;
Morte na fase infantil, seguida de curto período de intermissão, isto é, sucedida por um reencarne quase imediato;
Vida caracterizada por sucessos muito marcantes, felizes ou infelizes, seguida de curto período de intermissão após a morte;
Necessidade de retorno muito breve (intermissão curta) visando a concluir tarefa ou missão importante;
Reencontro com fortes laços de afeição, ou com violentos sentimentos de ódio, entre as pessoas que foram protagonistas de dramas, tragédias e disputas; etc.
O Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas - IBPP - possuí, em seus arquivos, vários casos com minucioso documentário, de pessoas que tiveram recordações de suas vidas passadas.
O caso patrícia x Alexandra, contém muita evidência intrínseca, não só pelas circunstâncias que o rodeiam, como pela existência, no corpo da paciente, de marcas-de-nascença de origem reencarnatória (birthmarks).
"Suas recordações, quando criança, começaram a ser comunicadas aos parentes, mais ou menos aos dois anos e meio, praticamente quando começou a falar...
A personalidade atual, Patrícia, nasceu na cidade de Araraquara, Estado de São Paulo, no dia 14 de novembro de 1.939. Ela, além de professora primária, é formada em Direito e exerce elevado cargo em uma Empresa Estatal. Seus pais são brasileiros, descendentes de italianos.
Narra Patrícia:
"Mamãe conta e eu me recordo que aos dois anos e meio comecei a falar que havia vivido perto do Havre e que eu me chamava Alex Amadado Barralouf. Contei, também, que morri bem mocinha (15 anos mais ou menos), de um tiro que um soldado me havia dado (por dedução lógica, penso ter sido na Primeira Grande Guerra).
Ela dizia que o Havre era um porto e lá se viam muitos navios. Isto ela afirmava sempre, falando assim: "Eu ia sempre passear no Havre e, no porto, eu avistava os navios passando." Patrícia relatou várias vezes este episódio, quando tinha apenas dois anos e meio de idade.
"ao narrar o episódio de sua morte, em lugar de dizer que fora assassinada com um tiro, falava que lhe haviam dado uma garruchada.
Na entrevista do dia 12 de setembro de 1.973, foi feito exame no próprio corpo da paciente, afim de verificar-se a possibilidade de existirem vestígios de ferimento causado pela bala. Imediatamente foram encontradas duas marcas cutâneas; uma delas na frente, pouco abaixo do seio esquerdo; uma outra, simétrica, nas costas, ao nível do rim esquerdo. O primeiro sinal tinha o aspecto de uma cicatriz oriunda de ferimento perfuro-contuso. O segundo sinal era maior, um tanto saliente, fazendo lembrar a cicatriz de algo de dentro para fora, dilacerando os tecidos da pele. Os dois davam a impressão das cicatrizes produzidas pôr um projétil que houvera atravessado transversalmente o corpo de Patrícia. O perfil das marcas, vistas lateralmente, forma um ângulo de 15 graus, aproximadamente, com a horizontal, mostrando que o suposto projétil fora disparado pôr uma pessoa mais alta que a paciente. Este detalhe acrescenta mais evidência à suposição de que se trata das marcas da bala que teria matado Alex.
O episódio da própria morte deve ter calado profundamente na memória de Patrícia. De fato, vamos rever o incidente ocorrido com ela, em Araraquara, quando tinha cerca de três anos de idade. Repitamos o relato de sua prima D. Dora, de 28 DEZ 78:
"Eu e ela estávamos defronte à Casa Barbieri, em Araraquara. Essa casa era famosa na época, lembrava os supermercados de agora. Patrícia, então, viu um soldado dentro da casa comercial e começou a gritar e a dizer: ele me matou, ele me matou, ele atirou aqui, e mostrava o peito. Fez um escândalo, jogou-se no chão, chamou a atenção do quarteirão inteiro. Eu fiquei envergonhada e saí correndo para chamar minha tia Irma, pois não sabia o que fazer. Patrícia passou o dia todo emburrada e falando: ele me matou."
"Em seus estudos de línguas, sempre mostrou grande felicidade para aprender o idioma francês.
"Na entrevista do dia 6 de julho de1.971, Patrícia declarou o seguinte: ‘Noto grande facilidade para aprender o francês. Cursei a Aliança Francesa, até o segundo ano apenas. Quanto ao inglês, confesso que sinto grande dificuldade. Sempre tive aversão ao alemão’.
"Vê-se, pelas declarações de Patrícia, que ela não tem facilidade para o aprendizado de línguas, exceto o francês. O interessante é que, sendo oriunda de famílias italianas, tanto pôr parte do pai como da mãe, e convivendo com avós e tios italianos, ela não se refere ao idioma italiano.
"Portanto, é um fato inesperado que, no seio de uma família italiana, haja surgido uma garotinha que revelasse tanta afinidade pela França. Este país pertencia aos aliados que lutavam contra alemães e os italianos.
Outros casos irrefutáveis de Reencarnação:
Matthew Marcus, de 12 anos de idade, residente em White Plains, subúrbio de Nova Iorque, é o mais jovem estudante deste século do College norte–americano.
Autodidata em Matemática, Química e Física, em dois anos completou os seis anos da High School.
A conselho dos professores, os pais de Matthew decidiram matriculá-lo numa escola superior. Hoje, seus colegas de classe são rapazes e moças de mais de 18 anos.
Comporta-se normalmente como um menino da sua idade e se diferencia, apenas, quando penetra na intimidade dos livros de Cálculos Avançados, Mecânica, Física, Química, etc.
Kristen Banerjee, aluna do Lee College, no Texas, Estados Unidos, entrará para a Universidade aos 11 anos de idade, para doutorar-se em Medicina.
Kristen possui um QI acima da média, sendo que, com somente um ano de idade formulava, com correção, frases inteiras e, aos 04 anos falava com facilidade vários idiomas.
Michelle Dácio, uma menina de apenas 02 anos interpreta desde músicas populares até clássicos famosos.
Com um ano e nove meses, a mãe de Michelle e sua professora de piano a surpreenderam tocando as cinco primeiras notas do Concerto Número Um de Tchaikowsky. Ela então se tornou atração na cidade de Eunápolis, nos sul da Bahia, onde já reuniu mais de mil pessoas numa audição.
Como explicar os minigênios?
Só a Reencarnação poderá esclarecer essa facilidade incrível de realização e aprendizagem, que caracteriza as crianças super-dotadas. São Espíritos que adquiriram, no passado – em existências anteriores (no plano físico) e no Mundo Espiritual – conhecimento e habilidade, e conseguem, precocemente, revelar ao mundo suas aptidões.
"Destes estudos, muita coisa surgirá acerca do renascimento. A reencarnação, há algum tempo considerada uma simples crença e até mesmo uma superstição, está atualmente ganhando outro nível conceitual nos meios mais cultos. O conceito da verdade está, sem dúvida, na evidência dos fatos. Desse modo, podemos esperar serenamente que a reencarnação será, dentro em breve, reconhecida como mais uma lei biológica; talvez a mais importante de todas ela."
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BIBLIOGRAFIA:
DELLANE, Gabriel – A Reencarnação – Revista histórica sobre a teoria das vidas sucessivas – páginas 17 à 31; As recordações de vidas anteriores – páginas 208/230.
DENIS, Léon – Cristianismo e Espiritismo – Sobre a reencarnação – páginas 273 à 276.
DENIS, Léon – O Problema do Ser, do destino e da dor – As vidas sucessivas – parte 2, páginas 268 à 286.
LACERDA, Nair – A reencarnação através dos séculos – Editora Pensamento.
MIRANDA, Hermínio C. – A reencarnação na Bíblia – O primeiro mandamento – páginas 41/42; Referências veladas – páginas 67-69; Quem pecou? - Páginas 71-74;
O problema da preexistência - páginas 79/86; O tempo das decisões – páginas91/93.
ANDRADE, Hernani Guimarães – Reencarnação no Brasil prefácio Um marco na pesquisa da sobrevivência e da reencarnação – Editora o Clarim; A reencarnação e sua pesquisa científica – páginas 03/09; O caso patrícia x Alexandra – páginas 237/285.
STEVENSON, Ian – Vinte casos sugestivos de reencarnação prefácio – páginas7/9;
Dois casos sugestivos de reencarnação no Brasil – páginas 239/283.
Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo sistematizado da Doutrina Espírita – Programa I, Unidade II. 5.3 e 5.4.
Revista Espírita Allan Kardec – volume I – Gráfica e Editora Espírita Paulo de Tarso – Goiânia/GO.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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2 comentários:
A cada dia de vida, e com a experiência dele extraído vou formando minhas convicções e consciência da importância quanto a reforma moral necessária na contínua caminhada.
O tempo mostrará que a reencarnação é uma das grandes verdades científicas e bíblicas, como, aliás, já estão sendo demonstradas. José Reis Chaves, escritor e colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte, desde o ano de 2.000. E-mail: jreischaves@gmail.com
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