quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PERIGOS E PERDAS DA MEDIUNIDADE II

Introdução:

“O Livro dos Espíritos” – Pág. 233. FEB, 27ª edição.
Salvo algumas exceções, o médium exprime o pensamento dos Espíritos pelos meios mecânicos que lhes estão à disposição e a expressão desse pensamento pode e deve mesmo, as mais das vezes, ressentir-se da imperfeição de tais meios.
“O Livro dos Médiuns” Pág. 299. FEB, 26ª edição.
A mediunidade não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade.
“O Evangelho Seg. o Espiritismo” – Pág. 311. FEB, 48ª edição.

Por toda à parte, a vida e o movimento: nenhum canto do Infinito despovoado, nenhuma região que não seja incessantemente percorrida por legiões inumeráveis de Espíritos radiantes, invisíveis aos sentidos grosseiros dos encarnados, mas cuja vista deslumbra de alegria e admiração as almas libertas da matéria.
“O Céu e o Inferno” – Pág. 34. FEB, 18ª edição.

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica.
“A Gênese” – Pág. 279. FEB, 13ª edição.


ÄFormas de Obsessão:

Partindo do conceito que obsessão é o constrangimento exercido pelos Espíritos inferiores sobre a vontade dos encarnados, influenciando-os maleficamente, podemos figurar o fenômeno obsessivo em inúmeras situações, algumas tão sutis e inaparentes que somente depois de muito tempo é que são evidenciadas.

Para facilidade do aprendizado a obsessão pode ser estudada sob três variedades, que apresentam características próprias.

1ª. – Obsessão Simples: O Espírito inferior procura, através da sua tenacidade, da sua persistência, intrometer-se na vida do obsidiado, dando-lhe as mais estranhas sugestões, que no mais das vezes contrariam a forma habitual de proceder e pensar da vitima. Esta, com um pouco de critério e auto análise, facilmente identifica que está sob a influencia de um espírito inferior, e cuidando-se devidamente, comportando-se cristãmente, não lhe oferecerá campo mental favorável à sua ação. Procurando viver em clima de elevação, através de boas leituras, de preces, de convívio com pessoas honestas e serias, em ambientes em que se dedicam a pratica do bem, estará pautando a sua vida de acordo com os ditames do Cristo, livrando-se da ação do obsessor.

2ª. – Fascinação: É a forma mais difícil de ser tratada, porque o obsidiado se nega a receber orientação e tratamento, posto que julga não estar sob influencia obsessiva, e até, às vezes, acredita que todos os demais é que se encontram obsediados, enquanto ele é o único certo.

Nesta variedade, nota-se que o obsessor se insinua a principio discretamente e vai ganhando terreno, enraizando-se pouco a pouco até se instalar definitivamente, aceito que é pelo obsidiado, formando um verdadeiro fenômeno de simbiose psíquica. Geralmente o médium acredita-se estar sendo guiado por uma entidade espiritual de alto gabarito, pois que usa nome de personagens famosos ou de Espíritos de escol. Não usando o critério da auto análise, que no caso inexistente, a pessoa se torna extremamente crédula em tudo o que vem por seu intermédio acreditando-se missionária, e a qualquer objeção ou critica construtiva que se faça sobre o teor das comunicações, suscetibiliza-se, magoa-se e afasta-se das pessoas que a podem esclarecer.

3ª. Subjugação: É o fenômeno de uma criatura encarnada estar sob domínio completo e total de uma entidade desencarnada. É de fácil diagnostico, porém, para a cura desse tipo de obsessão há a necessidade da melhora moral do médium e que o Espírito obsessor seja levado a arrepender-se do mal que está praticando, através de doutrinação feitas por quem tenha superioridade moral.

Não se julgue que nessa variedade o Espírito obsessor tome lugar no corpo do obsidiado; há sim uma supremacia da sua vontade, dominando completamente a do médium. A pessoa nesse estado realiza coisas que no estado normal não realizaria, diz e faz aquilo que não é de seu costume habitual.


ÄCombate à Obsessão:

O tratamento da obsessão, de uma forma geral, não prescinde do interesse do obsidiado ou de pessoas a ele ligadas. Isto equivale dizer que há necessidade do próprio interessado ou das pessoas que o rodeiam, buscar efetivamente os meios e recursos necessários a debelação do mal. Como o processo sempre tem raízes espirituais, um dos primeiros cuidados é no sentido de que haja um entendimento sobre o que está ocorrendo para que medidas acauteladoras e certas sejam tomadas.

O tratamento deve ser feito por um grupo de médiuns e nunca por um, isoladamente, e o recinto de preferência deve ser o de um Centro Espírita, ou outro local especializado, como por exemplo, o de um Sanatório Espírita.

A reunião, para tratamento desses casos, também deve guardar características de especialidade, a fim de que os esforços e o trabalho em comum sejam orientados tão somente em um só sentido.

A pratica de leituras sadias, instrutivas, moralizantes; a freqüência a reuniões de esclarecimento doutrinário; o tratamento através de passes; as realizações freqüentes de preces e de meditação sobre assuntos de interesses espirituais são recursos necessários a serem movimentados pelo interessado e pelos elementos a ele ligados.

O ambiente do lar do obsidiado deve receber uma atenção especial. Os familiares devem fazer tudo que estiver ao alcance para tornarem-no favorável à recuperação. O Culto do Evangelho no Lar é uma prática indispensável, porque propicia ao recinto doméstico o enriquecimento de elementos fluídicos e a sintonia das almas em torno dos sagrados ensinos do Mestre Jesus.

Como o processo obsessivo quase sempre tem raízes profundas, as melhoras são muito relativas em termo de nosso tempo. Algumas vezes, não notando sinais externos de melhora, devido à pressa, achando que tudo deve ser feito rapidamente, abandonam o tratamento, caindo na descrença ou procuram outros recursos que julgam ser mais eficiente e rápidos. A perseverança é necessária para seguir com paciência o tratamento e a certeza de que a Bondade Divina atende a todos mediante o merecimento de cada um.

Além do passe e do esclarecimento do obsidiado, um dos recursos heróicos no combate à obsessão é a chamada sessão de desobsessão. Um grupo de médiuns seguros, sob a tutela de um orientador que possua autoridade moral para dirigir-se aos Espíritos obsessores, conhecedor do assunto, com facilidade para a doutrinação e que use sempre de bondade, age procurando orientar, ensinar, esclarecer o obsessor quanto aos males que está praticando.

Reconhecendo que a vítima de hoje foi o verdugo de ontem e que a lei do perdão liberta o que perdoa, mas não livra o algoz do pagamento de suas dividas, compreendemos que a Lei é sábia e justa.

Nessas reuniões, que devem ser feitas com um extremo critério de preparo moral e doutrinário por parte de todos, o obsidiado não deve estar presente, ficando em sua casa em preces leituras ou meditação para auxiliar o trabalho.

Convertido o obsessor, o ex-obsidiado deve ser esclarecido quanto a necessidade de modificação dos seus padrões de vida, mormente no que diz respeito à vida moral, a fim de não cair em nova obsessão.

Somente a persistência no bem possibilita que nos livremos dos maus.



ÄResumo:

O Espírito apresenta uma vibração espiritual inerente ao seu estado de adiantamento moral e aos sentimentos que apresenta no momento.

Cada um vibra na faixa que lhe é peculiar, transmitindo nessa vibração suas características e seu estado.

Os Espíritos reconhecem os estado de outros Espíritos, quer encarnados, quer desencarnados, pela “qualidade” de seu estado vibratório.

Existe no mundo espiritual um principio ou lei, que é a lei de afinidade ou de sintonia vibratória. Por esse principio, semelhante atrai semelhante, ou seja, vibrações semelhantes interagem e se influenciam mutuamente.

Isso pode ser entendido pelo exemplo clássico de misturar-se água e azeite, que por “vibrarem” de forma diferente, naturalmente se separam.

Os Espíritos interagem pelo pensamento, pela vontade, podendo influenciar a outro através da sua vontade, desde que esse outro Espírito “vibre” em faixa semelhante ou próxima a sua.

É preciso haver “sintonia” entre os Espíritos, tal coma a sintonia de uma estação de radio, havendo o ajustamento do “receptor” com o “transmissor”, existe possibilidade de influenciação mútua.

Isso é valido para todas as vibrações energéticas e fluídicas que existem no universo, existindo sintonia, existe influenciação, que pode ser positiva ou negativa.

Por exemplo, na prece, sincera e com fé, emitimos uma vibração energética elevada, que nos propicia a sintonia com energias semelhantes, nos trazendo retorno dessa interação de maneira muito positiva.

Já o ódio, por exemplo, emite energias de baixo nível, nos colocando em ressonância com energias semelhantes, o que nos traz em retorno energias negativas e deletérias.

Assim sendo, como o Universo esta cheio de vibrações, pensamentos e energias de todos os tipos, estamos constantemente em sintonia com essas, de acordo com o nosso campo mental, recebendo os efeitos conseqüentes.

Por isso a necessidade de vigilância constante sobre nossos padrões mentais.

Temos que nos lembrar que existem Espíritos bons e ruins, assim como as pessoas aqui na Terra, e que as amizades e as inimizades prosseguem após a morte do corpo físico, com gradações entre o amor mais sublime e o ódio intenso.

Muitas vezes o ódio entre dois Espíritos prossegue após a morte do corpo físico, prosseguindo mesmo quando um volta à matéria através da reencarnação.

Nesse caso, o que permanece no plano espiritual pode tentar se vingar do que está na matéria, tentando influenciá-lo e perturbar sua vida.

No entanto, só conseguirá seu intento se o que está encarnado vibrar no mesmo “nível” do que está desencarnado. Se isso ocorrer, o Espírito poderá influenciar de diversas formas o que está encarnado, especialmente se tiver ascendência moral sobre este.

Esse processo é chamado de obsessão, ou seja, a influenciação maligna de um Espírito sobre outro, normalmente encarnado.

Para que o processo obsessivo se estabeleça, é necessário que aquele que é influenciado, ou seja, o obsedado, permite que a influenciação ocorra, ou seja, nada faz para sair daquele patamar vibratório que o coloca a mercê do obsessor.

É preciso lembrar que todos nós eventualmente, em um momento ou outro de nossa vida, nos colocamos ao alcance de Espíritos inferiores e somos influenciados negativamente. No entanto, ao sentirmos as influencias negativa, devemos procurar imediatamente a elevação de nosso padrão mental, pela elevação de pensamentos, pelas atitudes dignas, pela prece e principalmente pela pratica do bem e da caridade.

Outra forma de ocorrer processo obsessivo, além daquele da vingança entre Espíritos compromissados entre si, é o pela simples maldade de alguns Espíritos, que pelo desejo de fazer o mal, ao encontrarem pessoas vibrando descuidadamente em padrão ao seu alcance, passam a influenciá-las negativamente.

E por esse motivo não devemos deixar a nossa “porta” aberta, mantendo constante vigilância sobre nossas atitudes e buscando perceber quando estamos sendo influenciados, combatendo imediatamente essa influenciação pela elevação de nosso padrão vibratório.

Em casos mais graves, o domínio do Espírito sobre o encarnado se torna tão grave e tão completo, que pode levar o encarnado a atitudes tais como o suicídio ou a perda completa da vontade, até mesmo sobre o próprio corpo.

Nos casos mais graves de obsessão, o obsedado já não consegue se livrar sozinho do processo, necessitando ajuda externa especializada.

Existem trabalhos específicos para tratamento de obsessão nas Casas Espíritas bem orientadas, onde obsessor e obsedado necessitam ser tratados através de um processo dialético, já que as causas são de origem “inteligente”, ou seja, situa-se no campo mental/intelectual e não no orgânico/perispiritual, que apenas lhe sofre os efeitos.

Trabalha-se com o obsessor no sentido de fazê-lo entender que a vingança ou o desejo de fazer o mal não levará a local algum e nenhum beneficio lhe trará, muito pelo contrario. É um trabalho de paciência, convencimento e caridade, realizada através do dialogo.

Também é necessário trabalhar com o obsedado, através do fortalecimento energético (passes e irradiações) e do fortalecimento moral, para que mude o seu padrão vibratório e saia da faixa de alcance dos Espíritos inferiores.

O fortalecimento moral deve ser conseguido com o auxilio indispensável da família, com seu apoio e compreensão amorosa, pelo estabelecimento da oração, da pratica da caridade dentro e fora de casa, bem como pela vigilância constante de pensamentos e atitudes.

Em casos mais graves, poderá até ser necessário o auxilio medico especializado, pois a parte física e psíquica pode estar profundamente afetada.

É preciso lembrar que no progresso obsessivo não existe “vitima” nem “agressor”, mas sim Espíritos compromissados entre si, num processo de desajuste espiritual.

Quando o obsidiado recusa-se a cooperar na própria cura.

O maior responsável pela continuidade do processo obsessivo, neste caso é o próprio obsidiado.

Recursos Espíritas para o tratamento do Obsidiado:


Oração constante;
Conversa edificante;
O Passe e o trabalho com Jesus;
Tratamento de fluidoterapia
Esclarecimento ao obsidiado e ao obsessor;
Orientação à família do obsidiado;
Culto do Evangelho no Lar.



Bibliografia: “O Livro dos Espíritos” – Pág. 233. FEB, 27ª edição.
“O Livro dos Médiuns” Pág. 299. FEB, 26ª edição. “O Evangelho Seg. o Espiritismo” – Pág. 311. FEB, 48ª edição. “O Céu e o Inferno” – Pág. 34. FEB, 18ª edição. “A Gênese” – Pág. 279. FEB, 13ª edição. : Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, “O Consolador”, Questões 381 e 393 a 396; Martins Peralva, “Estudando a Mediunidade”, Cap. II. Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, “Encontro Marcado, Cap. 56; idem” Pão Nosso “, Cap. 175”.
Apostilas do Coem.

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