quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

MANIFESTAÇÃO MEDIÚNICA III

Introdução:

Na pauta dos compromissos espirituais que o trabalhador consciente da Doutrina Espírita assume, destaca-se o intercambio mediúnico, na condição de muito valioso.

Graças a ele, a observação do fato robustece a fé; a oportunidade de informar-se a respeito da vida além da morte faculta-lhe dados preciosos; o estudo das comunicações aguça-lhe a percepção sobre a Erraticidade; o ensejo de esclarecer os que se encontram equivocados, no Além, luz abençoada; proporciona-lhe recursos eficazes, para o concurso anti-obsessivo ou desobsessivo; o habito da concentração se lhe torna mais natural e produtivo; pode conferir os ensinamentos hauridos na Codificação com a realidade da vida moral, alem do corpo somático; o ministério da aprendizagem viva oferece exemplos irrefutáveis; a ação da caridade sem saber a quem se dirige, torna-se mais oportuna e propicia-lhe dar passos mais largos...

O intercambio mediúnico de forma consciente, conforme as seguras diretrizes da Doutrina Espírita, é capitulo dos mais belos da vida, preparando os homens para que possam manter com equilíbrio e ampliar as incursões entre o plano físico e o espiritual.

Efeito do estudo cuidadoso do Espiritismo o intercâmbio mediúnico salutar, é estimulo e convite ao aprimoramento interior de quem se candidata à edificação de um futuro mundo melhor caracterizado por uma sociedade mais feliz.

O abnegado amigo João Cléofas oferece aos interessados nesta área da atividade espírita, inúmeras reflexões em torno de temas que elegeu para a meditação dos companheiros de ambos os planos da vida, que se reúnem para esse mister.

Utilizando-se de cada questão para a abertura da reunião mediúnica, atendeu à solicitação dos amigos encarnados a fim de apresentar, em letra de forma, aquelas instruções, que agora, constituem este livro. (Intercâmbio Mediúnico).

Não apresenta novidade alguma, e diversos assuntos já se encontram amplamente divulgados e comentados.

Como sabemos que nem todos os interessados no conhecimento espírita dispõem do material de que gostariam, brindamos-lhes esta modesta contribuição, que esperamos chegue também a muitas outras pessoas desinformadas, dando-lhes uma visão positiva, uma diretriz otimista que as ajude nos seu processo de crescimento moral e espiritual.

Formulamos votos de paz e bom entendimento para quem leia estas paginas, suplicamos a Jesus, que retornou da tumba em momentoso intercambio mediúnico para demonstrar a imortalidade, que nos abençoe e guarde na Sua paz.

Joanna de Angelis
Salvador, 15 de agosto de 1985.
(Livro Intercâmbio Mediúnico – Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas).


ÄENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
No fenômeno mediúnico da chamada incorporação o que ocorre é um verdadeiro envolvimento mediúnico, que significa um entrosamento das correntes vibratórias próprias do médium, emanadas de suas criações mentais e espirituais com as do Espírito comunicante.

Sabemos que os nossos órgãos dos sentidos como ouvidos, olhos, etc., estão condicionados pela natureza, a fim de perceberem as vibrações dentro de um certo limite. Assim é que o nosso ouvido não percebe as vibrações que estejam abaixo ou acima do seu limite normal, bem como a nossa vista não chega a perceber os raios cujo comprimento de onda está acima ou abaixo da nossa faixa de normalidade.

No caso da mediunidade, o médium se coloca durante o transe em condições favoráveis de percepção mais nítida do mundo espiritual que nos rodeia; por haver uma exteriorização do perispírito, fundamento de todo o fenômeno mediúnico, este passa a vibrar em regime de maior liberdade, deixando-se influenciar pelo campo vibratório de entidades desencarnadas. Estas por sua vez, livres do corpo denso de carne se situam em plano vibratório diferente do perceptível normalmente pelos encarnados, somente podendo se fazer sentidas e se comunicarem conosco quando encontram médiuns que vibram dentro da mesma faixa em que se encontram. Havendo uma perfeita correspondência entre o clima vibratório da entidade desencarnada e o do médium, estamos diante de um fenômeno chamado envolvimento mediúnico, em que a pessoa encarnada passa a sentir a presença do Espírito desencarnado, podendo perceber-lhe as sensações, as emoções, as intenções, os pensamentos e transmiti-los de acordo com a sua livre vontade, deixando ou não se envolver por essa nova personalidade. É aqui que reside o ponto nevrálgico da questão: ou de nos deixarmos arrastar pura e simplesmente, ou de reagirmos, tentando impor nossa vontade. Se agirmos como na primeira hipótese, corremos o risco de sermos obsediados facilmente; se agirmos como na segunda, podemos passar uma vida inteira sem desenvolvermos a faculdade, dominados pelo receio de servirmos de instrumentos às entidades desencarnadas. Como se vê, a educação mediúnica, através do conhecimento e das praticas ordenadas, exige um comportamento eqüidistante das duas situações, e ensina o médium a se manter em posição de equilíbrio e vigilância sem que esta se transforme em refratariedade. Tendo então condições de controlar o fenômeno, isto é, saber quando e como uma mensagem é conveniente ou causadora de confusão e mal-estar; ter o bom senso de analisar o que vai filtrar ou o que está filtrando.

Os Espíritos superiores baixam o seu teor vibratório, aproximando-o do nosso, envolvendo-se com os fluidos grosseiros de nosso ambiente, tornando-se assim mais acessíveis; o médium em transe, por sua vez, se eleva através do preparo antecipado e da disciplinação dos recursos mediúnicos, podendo, então, dar-se a interação entre os dois psiquismos – o do desencarnado e o do médium, criando-se a condição para a comunicação. Uma baixa e o outro sobe vibratoriamente podendo dar-se a comunicação.

O caso contrário também pode acontecer. Médiuns com boa capacidade vibratória poderão baixar suas vibrações para servirem de instrumentos a entidades inferiores, a fim de que estas sejam esclarecidas e orientadas. Uma vez terminada a tarefa o médium retornará ao seu padrão vibratório normal não lhe ficando sensações desagradáveis próprias do Espírito comunicante, mas sim o bem-estar de ter cumprido o seu dever cristão.

Bibliografia: Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, “Encontro Marcado”, Caps. 27 e 28, Martins Peralva, “Estudando a Mediunidade”, Cap. 10. Livro Intercâmbio Mediúnico – Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas.

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