quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

IDENTIDADE DOS ESPIRITOS

Introdução: Possibilidades de Identificação.

De acordo com o Livro dos Médiuns de Allan Kardec – Cap. XXIV, a identificação dos Espíritos é uma das grandes dificuldades do Espiritismo, uma vez que entre eles encontramos todos os defeitos da humanidade, incluindo-se a astúcia e a mentira, que utilizam ao se apresentarem sob nomes respeitáveis para inspirarem maior confiabilidade. Esta a razão porque não podemos acreditar na autenticidade de todas as assinaturas.

A identidade dos Espíritos é, com freqüência impossível de se comprovar, especialmente quando se trata de Espíritos antigos em relação a nós.

Quanto aos Espíritos superiores e os Espíritos puros seus caracteres distintivos se apagam gradativamente na uniformidade da perfeição, podendo estes; para fixar nossas idéias, apresentam-se com o nome de um Espírito conhecido que pertença à mesma categoria evolutiva.

Nesse caso, a questão da identidade passa a ser secundaria, pois o que importa é a natureza do ensinamento, se é bom ou mau, digno ou não do personagem do qual leva o nome.

A identidade é mais fácil de se constatar, quando se trata de Espíritos contemporâneos dos quais se conhece os hábitos e o caráter. O Espíritos revela sua identidade por uma serie de circunstancias que ressaltam das comunicações, onde se refletem seus hábitos, seu caráter, sua linguagem e detalhes evidentes para as pessoas do convívio.

Para esclarecer, questões duvidosas o melhor critério e submeter às comunicações ao controle severo da razão, do bom senso e da lógica. A melhor de todas as provas de identidade esta na linguagem e nas circunstancias fortuitas, pois o ignorante jamais imitara o verdadeiro, pois em alguma parte de seu discurso sempre aparecerá seu verdadeiro caráter.

Estabelecer a identidade absoluta dos Espíritos em muitos casos, é uma questão secundaria e sem importância, mas não ocorre o mesmo com a distinção dos bons e maus Espíritos, pois sua individualidade pode nos ser indiferente, sua qualidade não o será jamais. A questão primordial é saber a que grau da escala espírita pertence o Espírito.

A linguagem dos Espíritos está sempre em razão de seu grau de elevação. Pelo pensamento e estilo identificaremos o caráter do comunicante. Os Espíritos superiores dizem sempre boas coisas que nos sejam úteis. A bondade e a benevolência refletem em sua linguagem.

Sòmente a inteligência, não atesta a superioridade de um Espírito, pois a moral nem sempre acompanha no mesmo ritmo. Sem hesitação devemos rejeitar o que contraria a lógica e a razão, devendo submeter sempre ao controle do mais severo bom-senso todas as comunicações recebidas.

Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom-senso, julgando-os pela sua linguagem e suas ações. Os bons Espíritos não podem dizer e fazer senão o bem; possui uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura de trivialidades.

Os bons Espíritos, só dizem aquilo que sabem e os levianos chegam a predizer o futuro, contendo datas fixadas, indicio de mistificação.

Os Espíritos superiores se expressam de forma simples e dizem muitas coisas com poucas palavras, jamais ordenam ou impõem, apenas aconselham.

ÄIdentificação dos Espíritos pelas Sensações.

No item 164 do Livro dos Médiuns – Cap. XIV encontramos sob a designação de médiuns sensitivos, aqueles suscetíveis de perceber a presença dos Espíritos por uma vaga impressão.

Esse tipo de mediunidade não tem um caráter bem definido, é uma faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Essa faculdade se desenvolve pelo habito, e pode adquirir tal sutileza que aquele que dela está dotado reconhece, através da impressão que sente, não só a natureza boa ou má do Espírito que esta ao seu lado, mas também sua própria individualidade.

Através dessa sensibilidade mediúnica, os médiuns experimentam as sensações do estado no qual se encontra o Espírito que vem a ele. Quando o Espírito é feliz a sensação é de tranqüilidade, leveza e seriedade; quando ele é infeliz, transmite agitação e mal estar.

ÄIdentificação dos Espíritos pela Vidência.

Há médiuns que possuem essa faculdade de ver os Espíritos no seu estado normal, quando estão perfeitamente despertos; e outros apenas no estado sonambúlico. Essa faculdade raramente e permanente e é quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e passageira.

O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os dotados da 2ª vista, mas na realidade, é a alma que vê, e essa é a razão pela qual vêem tão bem com os olhos fechados, como com os olhos abertos. É preciso distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade de ver os Espíritos. As primeiras são fatos isolados que tem sempre um caráter individual e pessoal (parentes e amigos) e não constituem a faculdade propriamente dita.

Entre os médiuns videntes há os que só vêem os Espíritos evocados, descrevendo-os com exatidão e há outros que essa faculdade é mais geral, vêem toda a população Espírita ir e vir continuamente.

Essa mediunidade é rara e há muito para se desconfiar daqueles que pretendem desfrutar dessa faculdade por amor próprio ou por interesse.

Esse recurso de identificação dos Espíritos depende muito do grau de segurança e equilíbrio do médium (caráter, moralidade e sinceridade), devendo-se sempre verificar, analisar e comparar suas informações com outros recursos. É importante sua participação nos trabalhos mediúnicos devendo evitar transforma-lo em locutor do alem.

ÄIdentificação dos Espíritos pelo Conteúdo das Mensagens.

A melhor forma de identificação dos Espíritos comunicantes é através da analise das mensagens.

Os Espíritos que se revelam através dos médiuns, devem ser identificados por suas idéias e pela essência espiritual de suas palavras. É o critério da linguagem.

Os Espíritos superiores usam sempre uma linguagem digna, nobre, elevada, e sem trivialidades; se expressando com grande poder de síntese, simplicidade e modéstia.

Não podemos avaliar da qualidade do Espírito apenas pela forma material ou estilo, mas pelo conteúdo de sua mensagem. Os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem.

Os Espíritos imperfeitos, principalmente os mistificadores, procuram enganar, através do uso de palavras difíceis dentro de frases brilhantes, mas completamente destituídas de conteúdo útil.

Um Espírito pode apresentar-se com um nome respeitável e apresentar uma linguagem incompatível, ficando obvio que pretende enganar. Todo desvio da lógica, da razão e da sabedoria, não deixa duvidas de sua origem, qualquer que seja o nome apresentado.

Devemos submeter todas as comunicações a um exame escrupuloso, perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, rejeitando sem hesitar tudo o que contraria a lógica e o bom senso. Com esse proceder os Espíritos enganadores se retiram, convencidos de que não podem nos iludir.

Bibliografia:

Cristianismo e Espiritismo – Leon Dennis – Nota complementar nº 12.
Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne – 3ª parte.
Livro dos Médiuns – Allan Kardec – Cap. XXIV-XIV e Cap. X.
No Invisível – Leon Dennis – Cap. XXI.
O Consolador – Emmanuel – Questão – 379.
O Que é o Espiritismo – Allan Kardec – Questão – 93 a 99.
Apostila do Coem.

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