Segundo encontramos no "Novo Dicionário da Língua Portuguesa", de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, obsessão é "impertinência, perseguição, preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa; mania."
Ao examinarmos as obras básicas, encontramos as seguintes definições:
Segundo "O Livro dos Médiuns" - capítulo 23, item 237: "Domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão por Espíritos inferiores, que procuram dominar".
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" – capítulo 28, item 81: "É a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais".
Em "O Livro dos Espíritos" – capítulo 9, questão 474: "... a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada, ou obsidiada, ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada".
Em "Obras Póstumas" - capítulo 7, item 56: "Domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas pessoas, com o objetivo de as escravizar e submeter à vontade deles, pelo prazer que experimentam em fazer o mal. Quando um Espírito bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto."
Ä A Obsessão nas Obras Básicas:
As experiências práticas de Allan Kardec com o que, mais tarde, ele caracterizaria como obsessão, certamente ocorreram desde os contatos preliminares com os Espíritos.
No campo sutil das influências dos Espíritos, Allan Kardec, inspirado pela espiritualidade maior, registra, magistralmente, suas experiências primordiais, nas obras básicas, como veremos a seguir:
A Obsessão em "O Livro dos Espíritos"
Ao abordar, no capítulo IX da primeira parte a questão da "Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal", Kardec indaga aos Coordenadores da Codificação, a partir da questão 459, sobre a "Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos".
Em todo o capítulo, são explorados 12 subtemas, iniciando-se com a "Faculdade que têm os Espíritos, de penetrar os nossos pensamentos", a partir da pergunta 456, até "Bênçãos e Maldições", na questão 557. Representa 102 indagações profundas acerca da "intervenção" dos Espíritos no mundo dos seres encarnados.
Podem ainda ser destacadas outras abordagens importantes que Allan Kardec realiza em "O Livro dos Espíritos", as quais mantêm estreitas conexões com o tema "Obsessão". Vejamos:
Possessos e Convulsionários;
Afeição que os Espíritos votam a certas pessoas;
Anjos guardiães ou anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos;
Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida;
Pactos, poder oculto, talismãs, feiticeiros.
2) A Obsessão em "O Livro dos Médiuns"
Podemos dizer, de forma globalizada, que "O Livro dos Médiuns" trata, genericamente, da "influência oculta dos Espíritos", oferecendo os meios para que médiuns e doutrinadores laborem, com eficiência e eficácia, nessa área do "Espiritismo Experimental."
Entretanto, tal como começou "O Livro dos Espíritos", de forma interrogativa, ao indagar aos Espíritos: - Que é Deus? No "Livro dos Médiuns", igualmente, Kardec inicia indagando: - Há Espíritos? E nos conduz, dialeticamente, a profundas argumentações sobre a questão, destacando, no capítulo I dessa obra, que "o Espírito pode comunicar-se com o homem, pode com ele trocar idéias", pode influenciar, portanto, a vida dos encarnados.
No capítulo XXIII, ele expressa o grau mais intenso dessas relações interexistenciais: a obsessão.
Nesse capítulo composto de pouco mais de 17 páginas, o Codificador define, classifica e demonstra os meios de combater a obsessão, e tem sido o núcleo de referência sobre tudo o que se escreveu acerca da temática depois de janeiro de 1.861, quando Kardec lançou "O Livro dos Médiuns", em Paris.
3) A Obsessão em "O Evangelho Segundo o Espiritismo"
Encontramos comentários elucidativos de Allan Kardec, sobre a obsessão e suas variáveis, assim como orientações sobre as técnicas desobsessivas eficientes, nas seguintes passagens:
a) Capítulo X – Bem-Aventurados os que são misericordiosos - item 6 – Reconciliar-se com os adversários:
"(...) O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, consiguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um prepare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade.
b) Capítulo XII – Amai os vossos inimigos – item 6 – Os inimigos desencarnados:
"Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso, as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior do globo terrestre".
c) Capítulo XXVIII – Preces Espíritas – item 9 - Prefácio – Prece para os médiuns:
"Prova a experiência que, da parte dos que não aproveitam os conselhos que recebem dos bons Espíritos, as comunicações, depois de terem revelado certo brilho durante algum tempo, degeneram pouco a pouco e acabam caindo no erro, na verbiagem, ou no ridículo, sinal incontestável do afastamento dos bons Espíritos.
Conseguir a assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos, tal deve ser a meta para onde convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo daquele que a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão."
d) Capítulo XXVIII – Preces Espíritas – item 81 - Prefácio – Prece pelos obsidiados:
"A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo... (...) Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor."
4) A Obsessão em "O Céu e o Inferno"
Encontramos nas seguintes passagens:
a) 1.ª parte – Capítulo IX, itens 20 e 21 – Os demônios segundo o Espiritismo:
"(20) – Segundo o Espiritismo, nem anjos nem demônios são entidades distintas, por isso que a criação de seres inteligentes é uma só. Unidos a corpos materiais, esses seres constituem a Humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material, constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos, que povoam os espaços. Deus criou-os perfectíveis deu-lhes por escopo a perfeição, com a felicidade que dela decorre... (...) Desde o momento da sua criação que os seres progridem, quer encarnados, quer no plano espiritual... (...) Do expresso resulta que há Espíritos em todos os graus de adiantamento, moral e intelectual, conforme a posição em que se acham, na imensa escala do progresso.
Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade. Nas classes inferiores destacam-se Espíritos ainda profundamente propensos ao mal e comprazendo-se com o mal. A estes pode-se denominar-se demônios, pois são capazes de todos os malefícios..."
"(21) – Segundo a doutrina da Igreja os demônios foram criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência: são anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. Segundo o Espiritismo os demônios são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que, colocados na base da escala, hão de nela graduar-se..."
b) 1.ª parte – Capítulo X – Intervenção dos demônios nas modernas manifestações:
"2 – As doutrinas sobre o demônio, prevalecendo por tanto tempo, haviam de tal maneira exagerado o seu poder, que fizeram, por assim dizer, esquecer Deus; (...) os fenômenos espíritas de nossos dias, mais generalizados e mais bem observados à luz da razão e com o auxílio da Ciência, confirmaram é certo, a intervenção de inteligências ocultas (gn), porém agindo dentro de leis naturais e revelando por sua ação uma nova força e leis até então desconhecidas."
5) A Obsessão em "A Gênese"
Encontramos nas seguintes passagens:
a) Capítulo XIV, itens 45 a 49 – Obsessões e Possessões:
"Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.
Chama-se obsessão a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais."
b) Capítulo XIV, item 35 – Possessos:
"Parece que, ao tempo de Jesus, eram em grande número, na Judéia, os obsidiados e os possessos, donde a oportunidade de Ele teve de curar a muitos..."
6) A Obsessão em "O que é o Espiritismo"
Encontramos nos seguintes capítulos:
a) Capítulo I – Loucura, suicídio e obsessão:
"Não confundamos a loucura patológica" com a obsessão; esta não provém de lesão alguma cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolos exercem sobre certos indivíduos, e que, muitas vezes, têm as aparências da loucura propriamente dita.
(...) Fazendo conhecer esta nova causa de perturbação orgânica, o Espiritismo nos oferece, ao mesmo tempo, o único meio de vencê-la, agindo não sobre o enfermo, mas sobre o Espírito obsessor. O Espiritismo é o remédio e não a causa do mal".
b) Capítulo II – itens 70, 71, 76 e 78 – Escolhos da Mediunidade:
(70) – "Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, isto é, o domínio que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-se-lhes sob nomes apócrifos e impedindo que se comuniquem com outros Espíritos. É também um obstáculo que se depara a todo observador novato e inexperiente que, não conhecendo os caracteres desse fenômeno, pode ser iludido pelas aparências, como aquele que, desconhecendo a medicina, pode enganar-se sobre a causa e natureza de qualquer mal."
(71) – "A fascinação obsessional é muito mais grave, porque nela o médium é completamente iludido. O Espírito que o domina apodera-se de sua confiança, a ponto de impedi-lo de julgar as comunicações que recebe, fazendo-lhe achar sublimes os maiores absurdos."
(76) – "Um fato importante a considerar-se é que a obsessão, qualquer que seja a sua natureza, é independente da mediunidade, e que ela se encontra, de todos os graus, (...) em grande número de pessoas que nunca ouviram falar de Espiritismo."
(78) – "Como a obsessão nunca pode ser produto de um bom Espírito, torna-se um ponto essencial o saber reconhecer-se a natureza dos que se apresentam.
O médium não esclarecido pode ser enganado pelas aparências, mas o prevenido percebe o menor sinal suspeito, e o Espírito, vendo que nada pode fazer, retira-se."
7) A Obsessão em "Obras Póstumas"
Encontramos nos seguintes tópicos:
a) Primeira Parte – Da obsessão e da possessão – itens 56, 57 e 59:
(56) - "(...) Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. (...) Se o Espírito é bom, sua atuação é suave, benfazeja, não impele o indivíduo senão à prática de atos bons; se é mau, força-o a ações más. (...) Tal é a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação que se produzem em graus muito diversos de integridade."
(57) – "Pois que os Espíritos existiram em todos os tempos, também desde todos os tempos representaram o mesmo papel, porque esse papel é da natureza e a prova está no grande número que sempre houve de pessoas obsidiadas, ou possessas, se o preferirem, antes que se falasse de Espíritos, ou que, nos dias atuais, se ouvisse falar de Espiritismo, nem de médiuns. É, pois, expontânea a ação dos Espíritos, bons ou maus."
(59) – "A experiência comprova a ineficácia do exorcismo, nos casos de possessão, e provado está que quase sempre aumenta o mal, em vez de atenuá-lo. A razão se encontra em que a influência está toda no ascendente moral exercido sobre os maus Espíritos e não num ato exterior, na virtude das palavras e dos gestos (...) Ora, aqui, quem realmente manda é o homem de coração mais puro, porque é a ele que os bons Espíritos de preferência atendem."
* A Obsessão na Revista Espírita"
Desde o seu lançamento, em 01 de janeiro de 1858, a Revista Espírita, que Kardec publicou durante 11 anos e 04 meses, apresentou vários artigos sobre obsessão, podendo ser destacados:
Assunto
Ano
Meses
Páginas
Obsessão – abordagens diversas
1859
Novembro
314
Obsessão – abordagens diversas
1860
Abril
Maio
Agosto 105
160
237
Obsessão – abordagens diversas
1862
Junho
Dezembro 164
359
362/364
Obsessão – abordagens diversas
1863
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio 1/8
33/37
88
89
131/139
Obsessão – abordagens diversas
1864
Janeiro
Junho
14/15
176
Obsessão – abordagens diversas
1865
Janeiro
13
Obsessão – abordagens diversas
1866
Fevereiro
Novembro
41
349
Obsessão – abordagens diversas
1867
Junho
192
Obsessão Coletiva
1865
Fevereiro
54
Obsessão de encarnado sobre desencarnado e vice-versa
1867
Junho
192
Obsessão Epidêmica
1862
Abril
Dezembro 107/109
355
Obsessão e Exorcismo
1860
Fevereiro
Maio 53
138/161
Obsessão e Exorcismo
1863
Maio
137
Obsessão e Exorcismo
1865
Maio
136
Obsessão e fascinação
1858
Outubro
277
Obsessão e fascinação
1862
Dezembro
359/364
Obsessão e possessão
1863
Dezembro
373
Obsessão e possessão
1865
Janeiro
4/19
Obsessão e prece
1863
Maio
138
Obsessão simulada
1869
Janeiro
31
Obsidiados
1858
Outubro
275
Ä As Influenciações Espirituais:
Não deixa margem a qualquer dúvida a influenciação exercida pelos Espíritos em nossa vida.
Questão 459 de "O Livro dos Espíritos": "Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?" R. "Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem."
A assertiva dos Espíritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos nós – encarnados – agindo sob a influência de entidades espirituais que se afinam com o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas vibratórias respiramos.
Isto não nos deve causar admiração, pois se analisarmos a questão sob o aspecto puramente terrestre chegaremos à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos infuenciações através das idéias que exteriorizam, dos exemplos que nos são dados, e que também influenciamos com a nossa personalidade e pontos de vista.
Todavia, complementando os Espíritos a explicação, respondem na questão 466 que: "Desde que sobre ti atuem influências más, é que as atrais, desejando o mal; ... só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a prática do mal... Mas, outros também te cercarão, esforçando-se para te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos."
Ä O Obsessor:
Nos ensina Emmanuel no Livro "Seara dos Médiuns", obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, no capítulo intitulado "Obsessores" que: "Obsessores visíveis e Invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos."
De acordo com o "Novo Dicionário da Língua Portuguesa", de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, obsessor, é uma palavra derivada do latim obsessore, e significa aquele que causa a obsessão; que importuna.
Nos ensina Suely Caldas Schubert, na sua obra "Obsessão e Desobsessão", no capítulo 13 "Quem é o Obsessor", que na verdade, o obsessor é uma pessoa como nós.
Não é um monstro saído das trevas, onde tem a sua morada para todo o sempre.
Não é um ser diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina.
Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que privou de nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos. É alguém, talvez, a quem amamos outrora. Ou um ser desesperado pelas crueldades que recebeu de nós, nesse passado coberto de sombras, que a bênção da reencarnação cobriu com os véus do esquecimento quase completo, em nosso próprio benefício.
O obsessor é o irmão, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação (grifos nossos).
Muitos, por desconhecimento, transferiram para o obsessor os atributos do próprio demônio, se este existisse.
Entretanto, quantos de nós já não cometemos essas mesmas atrocidades que ele comete agora? Quantos de nós já não alimentamos ódios semelhantes? Quem está livre de trazer nos escaninhos da consciência a mesma inimaginável tortura de uma amor desvairado, doentio, que se fez ódio e que se converteu em taça de fel?
A figura do obsessor realmente impressiona pelos prejuízos que a sua aproximação e sintonia podem ocasionar. E disto ele tira partido para mais facilmente assustar e coagir a sua vítima. E esta, apresentando, em razão do seu passado, os condicionamentos que facilitam a sintonia, traz, no mais recôndito do seu ser, o medo desse confronto inevitável e a certeza da própria culpa, tornando-se presa passiva do seu algoz de agora.
O Espiritismo, mostrando-nos toda a trajetória por nós percorrida e as vinculações e compromissos que adquirimos no decorrer de sucessivas reencarnações; descortinando para nossas almas o que fomos, somos e poderemos ser mediante o uso do livre-arbítrio; desvendando as intrincadas questões do ser através da fé racional, lúcida e ativa, torna possível o que a ignorância fazia parecer impossível: perdoar e até aprender a amar o obsessor e este, o obsidiado.
A Doutrina Espírita nos veio ensinar a verdade e esta nos faz enxergar por dentro de nós mesmos. Ela nos desnuda perante a nossa própria consciência, pois o verdadeiro espírita não teme o auto-exame, a auto-análise, que lhe possibilitará conhecimento mais profundo de deficiências, de sombras que existem dentro de cada um.
Diante dessa conscientização é que nos lançamos à reforma íntima.
O ódio só no amor tem cura. É o antídoto que anula os efeitos maléficos, que neutraliza e, sobretudo, transforma para o bem.
Obsessores e obsidiados são assim pessoas como nós. São seres que sofrem porque se desmandaram entre si. São carentes de afeto, compreensão e amor. Seres infelizes para os quais o Espiritismo veio trazer o consolo e a esperança de uma vida nova de amor e paz.
Para eles, para toda a Humanidade ecoa a amorosa assertiva do Mestre: "eu não vim para o justo, mas para o pecador..."
Ä O Obsidiado:
Nos ensina agora Kardec, em "O Livro dos Médiuns, item 252 que: "As imperfeições morais do obsidiado constituem, freqüentemente, um obstáculo à sua libertação."
De acordo com o "Novo Dicionário da Língua Portuguesa", de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, obsidiado, é uma palavra derivada de obsesso, e significa importunado, atormentado, perseguido. Indivíduo que se crê atormentado, perseguido pelo demônio.
Mais uma vez nos ensina Suely Caldas Schubert, ainda em sua obra "Obsessão e Desobsessão", no capítulo 11 "O Obsidiado", que obsidiados todos nós o fomos ou ainda somos.
Desde que não conseguimos a nossa liberdade completa; desde que ainda não temos a nossa carta de alforria para a eternidade; desde que caminhamos sob o guante, sob a armadura de pesadas aflições que nos falam de um passado culposo e que ressumam sombras ao nosso redor; desde que ainda não temos a plenitude da paz de consciência e do dever cumprido; desde que somos forçados, cerceados, limitados em nosso caminhar e constrangidos a suportar presenças que nos causam torturas, inquietações, lágrimas e preocupações sem conta, é porque, em realidade, ainda somos prisioneiros de nós mesmos, tendo como carcereiros aqueles a quem devemos. Estes, que hoje se comprazem em nos observar – a nossa "nuvem de testemunhas" -, manter e forçar a que permaneçamos no cárcere de sombras que nós mesmos construímos.
Prisão interior, "Cela pessoal" – nos diz Joanna de Ângelis -, onde grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros. Cela da qual o Espiritismo veio nos tirar, com seus ensinamentos que consolam, mas, sobretudo, que libertam.
Obsidiados! Cada um deles traz consigo um infinito de problemas que não sabem precisar.
Necessitam de nossa compreensão. Pedem-nos ouvidos atentos e caridosos, ansiando desabafar os seus conflitos.
Chegam em grande número em nossas Casas Espíritas. Vêm em busca de alívio e conforto. Quando apresentam lucidez suficiente, procuram explicações e respostas. Devemos estar preparados para recebê-los. E não apenas isto, mas acolhê-los e tratá-los com a caridade legítima, orientando, encaminhando, clarificando os seus caminhos com as bênçãos que a terceira Revelação nos proporciona.
É nosso dever esclarecer a esses irmãos que o combate mais renhido que deverão travar não é contra o obsessor – pois a este é mister conquistar através do amor e do perdão -, mas sim, contra si mesmos. Luta em que devem empenhar-se, no intuito de se modificarem, no anseio de moralização, até que dêem ao verdugo atual a demonstração efetiva de sua transformação.
O obsidiado de hoje é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder, tudo fazendo para cerceá-lo em sua trajetória(g.n.).
No entanto este (obsidiado), voltando-se para o bem, conquistando valores morais, terá possibilidade de ir-se equilibrando, passando a emitir novas vibrações – e atraindo outras de igual teor – que lhe trarão saúde e paz.
A sua transformação moral, a vivência no bem, o cultivo dos reais valores da vida verdadeira, irão aos poucos anulando os condicionamentos para a dor, enquanto favorecerão a sua própria harmonização interior, que é, sem dúvida, fator de melhora e, no devido tempo, de libertação.
Ä Causas da Obsessão:
Encontramo-las em "O Livro dos Médiuns", capítulo XXIII, item 245.
Assim como as enfermidades resultam das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às perniciosas influências exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito inferior.
Podemos então dizer que a obsessão está intimamente relacionada com o grau de pureza moral já alcançado pelo obsidiado. O que o torna acessível à influenciação obsessiva, é alguma fraqueza moral que possua (como por exemplo – ódio, inveja, ciúme, egoísmo, vaidade, orgulho, etc.).
Quanto ao Espírito obsessor, as causas da obsessão variam de acordo com o seu caráter e estas podem ser motivadas por:
1) Vingança: É, às vezes uma vingança que o Espírito inferior toma de um indivíduo de quem guarda queixas do tempo de outra existência. O passado e os sofrimentos que lhe foram infligidos pelo hoje obsidiado, ou motivado por este, faz com que o Espírito se mantenha no firme propósito de vingança.
2) Desejo de fazer o mal: Muitas vezes o obsessor é impelido pelo desejo de praticar o mal. O Espírito, como sofre, entendem que os outros também devam sofrer. Encontra uma espécie de prazer em os atormentar, em os colocar em situações vexatórias. E quando estes (obsidiados) demonstram impaciência, irritação, isso mais os fortalece (os obsessores), pois este é o seu objetivo. Com a irritação e o despeito, o perseguido faz exatamente o que quer o seu perseguidor. Esses Espíritos agem, não raro, por ódio e inveja do bem; daí lançarem suas vistas malfazejas sobre as pessoas mais honestas. Com relação a Espíritos que são motivados por esse sentimento, narra Kardec: "Um deles se apegou
Logo, a vigília, a oração e a paciência os levam ao cansaço e, consequentemente, ao abandono de campo, a procura de outros menos avisados.
3) Covardia: Muitos são guiados por um sentimento de covardia, que os induz a se aproveitarem da fraqueza moral de certos indivíduos, que eles sabem incapazes de lhes resistirem. Um destes últimos que subjugava um rapaz de inteligência muito acanhada, interrogado sobre os motivos dessa escolha, respondeu: "Tenho grandíssima necessidade de atormentar alguém; uma pessoa criteriosa me repeliria; ligo-me a um idiota, que nenhuma força me opõe".
4) Por orgulho do falso saber: Há Espíritos obsessores que a priori, poderíamos considerá-los sem maldade, que alguma coisa até mesmo denotam de bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber. Têm suas idéias, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a filosofia, e querem fazer que suas opiniões prevaleçam. Para esse efeito, procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e que eles fascinam, a fim de os impedir de discernirem o verdadeiro do falso. São os mais perigosos, porque os sofismas nada lhe custam e podem tornar aceitáveis as mais ridículas utopias. Como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não escrupulizam em se adornarem com um daqueles diante dos quais todos se inclinam, e não recuam sequer ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado. Procuram deslumbrar por meio de uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, repleta de termos técnicos e de palavras retumbantes, como a caridade e a moral. Cuidadosamente evitarão dar um mal conselho, que os desmascarariam e seriam repelidos. Daí vem que, os que são por eles enganados, os defendem dizendo: "Bem vedes que nada dizem de mau". A moral, porém, para esses Espíritos é simples passaporte. É o que menos os preocupa. O que querem acima de tudo, é impor suas idéias por mais disparatadas que sejam.
Ä Médiuns em perigo:
Geralmente o Espírito que se apodera do médium, tendo em vista dominá-lo, não suporta o exame crítico de suas comunicações: quando vê que não são aceitas, que as discutem, não se retira, mas inspira ao médium o pensamento de se insular, chegando mesmo, não raro, a ordenar-lho. Todo médium que se melindra com a crítica das comunicações que obtém, faz-se eco do Espírito que o domina, Espírito esse que não pode ser bom, desde que lhe inspira um pensamento ilógico, qual o de se recusar ao exame. O insulamento do médium é sempre uma coisa deplorável para ele, porque fica sem uma verificação das comunicações que recebe. Não somente deve buscar a opinião de terceiros para esclarecer-se, como também necessário lhe é estudar todos os gêneros de comunicações, a fim de as comparar.
Em vista disso e para prevenir os médiuns quanto ao perigo da obsessão, entendemos ser conveniente enunciar as características dos médiuns obsidiados:
1ª - Persistência de um Espírito em se comunicar bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2ª - Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe:
3ª - Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4ª - Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam. O elogio pode ser feito ao trabalho desenvolvido, se assim for entendido que o mesmo servirá como incentivo, não, no entanto, ao médium, que é somente um instrumento.
5ª - Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
6ª - Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
7ª - Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8ª - Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;
9ª - Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.
Ä Classificação das Obsessão:
Conforme nos ensina o Codificador, em "O Livro dos Médiuns", capítulo XXIII, item 237: "Entre os escolhos que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque na primeira linha a obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança.
A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam
do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são:"
Obsessão Simples
Obsessão por Fascinação
Obsessão por Subjugação
1) Obsessão Simples:
Item 238: "Dá-se a obsessão simples, quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui (imiscuir – se: v. pr. (bras.) Ingerir-se; intrometer-se.), a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados.
Ninguém está obsidiado pelo simples fato de ser enganado por um Espírito mentiroso. O melhor médium se acha exposto a isso, sobretudo, no começo, quando ainda lhe falta a experiência necessária, do mesmo modo que, entre nós homens, os mais honestos podem ser enganados por velhacos. Pode-se, pois, ser enganado, sem estar obsidiado. A obsessão consiste na tenacidade (s. f. Qualidade do que é tenaz; (fig.) apego obstinado a uma idéia; contumácia. (Do lat. tenacitate.) de um Espírito, do qual não consegue
desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua.
Na obsessão simples, o médium sabe muito bem que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não se disfarça; de nenhuma forma dissimula suas más intenções e o seu propósito de contrariar. O médium reconhece sem dificuldade a felonia e, como se mantém em guarda, raramente é enganado. Este gênero de obsessão é, portanto, apenas desagradável e não tem outro inconveniente, além do de opor obstáculo às comunicações que se desejara receber de Espíritos sérios, ou dos afeiçoados.
Podem incluir-se nesta categoria os casos de obsessão física, isto é, a que consiste nas manifestações ruidosas e obstinadas de alguns Espíritos, que fazem se ouçam, espontaneamente, pancadas ou outros ruídos."
2) Obsessão por Fascinação:
Item 239: "A fascinação tem conseqüências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem.
Já dissemos que muito mais graves são as conseqüências da fascinação. Efetivamente, graças à ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas.
Compreende-se facilmente toda a diferença que existe entre a obsessão simples e a fascinação; compreende-se também que os Espíritos que produzem esses dois efeitos devem diferir de caráter. Na primeira, o Espírito que se agarra à pessoa não passa de um importuno pela sua tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa é muito diversa. Para chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Os grandes termos - caridade, humildade, amor de Deus - lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que vêem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter razão sempre."
3) Obsessão por Subjugação:
Item 240: "A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo (s. m. Canga de bois; junta de bois; espécie de forca por baixo da qual os romanos faziam passar os inimigos vencidos; Neste caso a palavra é utilizada em sentido figurado (fig.) sujeição; domínio; opressão. (Do lat. jugu.).
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é
constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é como uma fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. Traduz-se, no médium escrevente, por uma necessidade incessante de escrever, ainda nos momentos menos oportunos. Vimos alguns que, à falta de pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas, nas paredes.
Vai, às vezes, mais longe a subjugação corporal; pode levar aos mais ridículos atos. Conhecemos um homem, que não era jovem, nem belo e que, sob o império de uma obsessão dessa natureza, se via constrangido, por uma força irresistível, a pôr-se de joelhos diante de uma moça a cujo respeito nenhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento. Outras vezes, sentia nas costas e nos jarretes ( (anat.) região do joelho, oposta à rótula. (Pl.: jarretes.) (Do fr. jarret.) uma pressão enérgica, que o forçava, não obstante a resistência que lhe opunha, a se ajoelhar e beijar o chão nos lugares públicos e em presença da multidão. Esse homem passava por louco entre as pessoas de suas relações; estamos, porém, convencidos de que absolutamente não o era; porquanto tinha consciência plena do ridículo do que fazia contra a sua vontade e com isso sofria horrivelmente."
Ä O entendimento da chamada "Possessão":
Kardec faz uma excelente observação com relação às chamadas "possessões", no item 241 do mesmo capítulo acima citado:
"Dava-se outrora o nome de possessão ao império exercido por maus Espíritos, quando a influência deles ia até à aberração das faculdades da vítima. A Possessão seria, para nós, sinônimo da subjugação. Por dois motivos deixamos de adotar esse termo: primeiro, porque implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal, enquanto que não há senão seres mais ou menos imperfeitos, os quais todos podem melhorar-se; segundo, porque implica igualmente a idéia do apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação, ao passo que o que há é apenas constrangimento. A palavra subjugação exprime perfeitamente a idéia. Assim, para nós, não há possessos, no sentido vulgar do termo, há somente obsidiados,
subjugados e fascinados.
Ä A Obsessão – Um dos maiores escolhos (obstáculos) da Mediunidade:
Kardec comenta no item 242:
"A obsessão, como dissemos, é um dos maiores escolhos da mediunidade e também um dos mais freqüentes. Por isso mesmo, não serão demais todos os esforços que se empreguem para combatê-la, porquanto, além dos inconvenientes pessoais que acarreta, é um obstáculo absoluto à bondade e à veracidade das comunicações. A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece. Se nelas alguma coisa de bom se encontrar, guarde-se isso e rejeite-se tudo o que for
simplesmente duvidoso."
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos - questões, 456 à 557.
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns – capítulo XXIII – Das Obsessões.
Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XXVIII, item 9, 81 (prefácio); capítulo X, item 6; Capítulo XII, item 6.
Kardec, Allan – O Céu e o Inferno – 1.ª parte, capítulo IX, itens 20 e 21; 1.ª parte, capítulo X.
Kardec, Allan – A Gênese – capítulo XIV, itens 45 à 49, também o item 35.
Kardec, Allan – Obras Póstumas – capítulo VII, item 56, 57 e 59.
Kardec, Allan – O que é o Espiritismo – capítulo I; capítulo 2, itens 70, 71, 76 e 78.
Revista Espírita: Para complemento do estudo, vide em quadro acima as indicações.
Xavier, Francisco Cândido – Seara dos Médiuns – pelo Espírito Emmanuel. Capítulo Obsessores.
Schubert, Suely Caldas – Obsessão e Desobsessão – capítulo 11 - O Obsidiado; capítulo 13 - Quem é o Obsessor?
Franco, Divaldo Pereira – A Obsessão: Instalação e Cura – coletânea de obras de Manoel Philomeno de Miranda abrangendo as obras: Obsessão,Tramas do Destino, Grilhões Partidos, Painéis da Obsessão, Loucura e Obsessão, Trilhas da Libertação, Temas da Vida e da Morte, Nas Fronteiras da Loucura. - organizado por Adilton Pugliese.
Peralva, Martins – Estudando a Mediunidade – capítulo XI Obsessões; XIX Estranha Obsessão;
Peralva, Martins – Mediunidade e Evolução – capítulo 8 - Progressão Obsessional; capítulo 10 - Autodesobsessão; capítulo 33 - Influências.
Pires, J. Herculano – Obsessão, o Passe, a Doutrinação.
Apostila do COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica, do Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba, 13.ª Sessão Teórica – Da Obsessão, Conceito e causas; 14.ª Sessão Teórica – Da Obsessão, Classificação.
Dicionário Brasileiro Globo Multimídia.
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