Bases do Fenômeno:
O mundo espiritual é constituído como o nosso, de matéria física, com a diferença de que este que vemos e tocamos é denso e o espiritual é fluídico e de freqüência mais alta. Esta tem menos densidade e força de coesão mais fraca entre as moléculas. Sua constituição é maleável, com extrema mobilidade, bastando o impulso da força mental do pensamento para plasmá-la. Daí vem a grande mobilidade e as mutações repentinas das paisagens e locais do plano espiritual.
Neste plano a matéria encontra-se em estado energético (dinâmico) em contraposição ao plano material denso em que a matéria parece em estado de repouso (estático).
Nosso corpo sólido, de matéria densa, é completamente insensível. Nenhum dos cinco sentidos lhe pertence: são apenas aberturas na matéria, nas quais se localizam as pontas dos nervos, preparadas de acordo com a sensação que devam captar.
O perispírito é que, através dos nervos, possui sensibilidade; se eliminarmos os nervos (anestesia) nada sentimos no corpo. Só vemos através dos olhos, quando as vibrações da luz ferem o nervo ótico. Ao sentirmos gosto, odores e tato, quer dizer que os nervos gustativo, olfativo e extremidades nervosas sob a epiderme são/foram atingidos. O corpo físico denso amortece todas as sensações. Nos desencarnados são muito mais agudas e vibrantes pois para as percepções não necessitam de órgãos especializados. As percepções se dão por todo o corpo.
O sistema nervoso liga o plano etéreo ao plano físico. O estado energético é o intermediário entre Espírito e matéria. A mente espiritual precisa dessa matéria energética para agir sobre a matéria densa.
O sistema nervoso é complexo e permeia todo o corpo físico denso, formando em certos pontos do corpo uma espécie de rede compacta (emaranhados). São os chamados plexos nervosos, que existem em número elevado. Esses plexos nervosos, apresentam no corpo menos denso (perispírito) seus correspondentes etéreos, que não se materializam, e que possuem funções e trabalhos específicos. É como se o sistema nervoso contasse de duas partes: uma física, densa e tangível e outra fluídica, menos densa e invisível para os encarnados. Correspondendo aos locais dos plexos no físico, o perispírito possui turbilhões que servem de ligação das vibrações e dos elementos fluídicos do plano etéreo.
Esses vórtices giram com intensidade, estabelecendo canais de sucção ou de expulsão, tais como exaustores ou ventiladores.
Essas rodas (Chakras em sânscrito) giram ao dar passagem à matéria fluídica, de dentro para fora ou de fora para dentro.
Ä Os Centros de Força - Chakras:
Tanto encarnados como desencarnados os Espíritos assimilam energias das mais diversas de forma contínua, automática e inconsciente em dependência de seu maior ou menor equilíbrio físico e espiritual.
O Perispírito metaboliza essas energias nos Centros de Força e as distribui em nosso organismo.
No homem comum, o chakra (Centro de Energia ou força vital), se apresenta como um círculo de mais ou menos 05 cm. de diâmetro, quase sem brilho; porém no indivíduo mais espiritualizado, se apresenta como um vórtice luminoso e refulgente.
Quanto mais ativo ou desenvolvido for o chakra, maior capacidade de energia ele comporta, e, portanto, maiores possibilidades de emprego dessa mesma energia.
Os chakras existem aos milhares, sendo que sete deles são de maior importância, por coordenarem a metabolização de energias e fluidos em grandes áreas específicas. Os principais centros de força e sua respectiva localização são:
1) – Centro Coronário: É responsável pelas energias oriundas do plano espiritual, relacionando-se materialmente com a epífise.
Situa-se no centro da cabeça e contém 12 pás no centro e 960 pás na periferia. É chamado por isso de "Lótus de mil pétalas". Sua cor e brilho variam de acordo com o desenvolvimento da criatura.
2) – Centro Frontal: Centro de força com 96 pás, localizado entre as sobrancelhas; relaciona-se materialmente com os lobos frontais do cérebro.
Governa o intelecto (cérebro), com todos os seus neurônios. Assim, comanda os cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato).
É responsável pela vidência, audiência clareza de raciocínio e percepção intelectual.
Gira para fora, e, por isso, segundo a vontade do indivíduo, poderá girar rapidamente, emitindo irradiação que pode ser dirigida às pessoas com diversos objetivos (calma, conforto, equilíbrio, coragem, etc.).
3) – Centro Laríngeo: É responsável pelas energias na área da fala. Atua no funcionamento das glândulas do timo, da tireóide. Relaciona-se materialmente com o plexo cervical.
4) – Centro Cardíaco: Responsável pelas energias das emoções superiores e sentimentos. Atua na área do coração e da circulação. Relaciona-se materialmente com o plexo cardíaco.
É o chakra que vibra fortemente quando sentimos simpatia, amor, piedade, compaixão por nossos irmãos.
Bem desenvolvido, leva ao amor universal a todas as criaturas.
5) – Centro Esplênico: É o responsável pela eliminação das energias descartáveis do nosso perispírito. Atua em todas as áreas das defesas orgânicas através do sangue. Relaciona-se materialmente com o baço.
É um dos responsáveis pela vitalização do nosso organismo.
6) – Centro Gástrico: Vitaliza o sistema digestivo e é também responsável pelas emoções. Está relacionado materialmente com o plexo solar.
7) – Centro Genésico ou Básico: É o responsável pelas energias oriundas da reprodução, da sexualidade e da criatividade. Relaciona-se com o sistema reprodutor.
Quando contrariamos as leis Naturais, no nível do perispírito, ficam registradas energicamente, influenciando de forma decisiva a encarnação atual, bem como as posteriores.
Esses registros são energéticos e constituídos de cargas negativas ligados a determinados centros de força. Estão relacionados com a Lei de Causa e Efeito, como conseqüência do uso do livre-arbítrio.
Ä Condições de quem irradia:
Primeiramente, são necessárias algumas definições:
Radiação: energia que é projetada sob a forma de ondas (como a luz e o calor)
Vibração: Ato ou efeito de vibrar; oscilação, movimentação periódica.
Irradiação: Ato ou efeito de emitir ondas, lançar raios de luz ou de calor, ou vibrações.
De acordo com o Espiritismo, radiações e vibrações teriam o mesmo significado. Seriam as projeções do pensamento ou do sentimento; as energias que conseguimos exteriorizar de nós mesmos.
Cada cérebro pode emitir vibrações de alta ou baixa freqüência, de acordo com os pensamentos constantes.
O amor vibra em alta freqüência; já o ódio em baixa.
Quantos mais elevados os pensamentos em amor, mais alta é a freqüência. O que eleva a freqüência vibratória do pensamento é o amor desinteressado; por outro lado, abaixa as vibrações tudo que seja contrário ao amor, como a raiva, o ressentimento, a mágoa, a tristeza, a indiferença, o egoísmo, a vaidade e tudo o que expressa isolamento e separação.
Devemos nos manter com o pensamento elevado, para que nossas preces possam chegar até os Espíritos que se encontram nas camadas elevadas (ondas curtas).
As ondas longas, de pensamentos terrenos e baixos, circulam apenas pela superfície da Terra. Qualquer pensamento de tristeza, ressentimento e crítica, abaixa as vibrações.
Irradiamos todos nós através dos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos. Essa energia que emitimos continuadamente forma nosso hálito mental e se propaga ao nosso derredor. Essas energias tem reflexos sobre nós mesmos e sobre as pessoas que convivem conosco, os que estão distanciados e todos os seus do ambiente em que vivemos.
De acordo com os nossos sentimentos, e pensamentos constantes, emitiremos vibrações e irradiações benéficas ou maléficas.
Nos processos de passe ou irradiação, o seareiro, pela ação de sua vontade dirigida, transmite aos outros as suas energias vitais, que são imediatamente repostas pela absorção e metabolização automática das energias do ambiente pelos centros de força.
Na irradiação ou no passe, a pessoa, aplicando pensamento e vontade acelera essa absorção-metabolização e direciona as energias vitais e espirituais para aquele que as receberá.
Nossa mente irradia essas vibrações ou ondas que se propagam ao derredor em todas as direções, indo afetar a todos que estiverem na mesma sintonia.
Quem controla seus pensamentos, poderá afetar os outros de forma construtiva e positiva, podendo essa ajuda mental ser mais eficaz e duradoura que a própria ajuda material e emocional.
A matéria fluídica, movimentada pelas vibrações do pensamento, plasmam aquilo que é idealizado. Essas criações podem afetar outras pessoas se houver força de vontade e persistência do emissor e receptividade daquele que estará recebendo.
Para desenvolver a mente, devemos mantê-la sob treinamento contínuo, vigiando-a a cada segundo, permitindo apenas vibrações construtivas. Devemos ainda adotar hábitos salutares, eliminando vícios, maus pensamentos e sentimentos, aplicar-se ao estudo, à meditação e à prece. Acima de tudo, porém, devemos praticar, efetivamente, o amor ao próximo.
Ä Relaxação, Abstração e Concentração:
A relaxação deverá ser completa: muscular e psíquica. Para tanto, evitar todas as causas, pelo menos no dia da reunião, que levem o indivíduo a uma tensão.
Preparado convenientemente durante o dia, procurar alimentar-se frugalmente, evitando problemas de sobrecarga física; vestir-se com sobriedade, evitando roupas e calçados apertados.
Durante a reunião, manter-se relaxado, respirar calmamente, tomar na cadeira uma posição cômoda, solta, evitando a contração dos músculos, para facilitar um bem estar físico.
Abstração quer dizer desligamento de problemas que não digam respeito às finalidades da sessão: problemas domésticos, profissionais, particulares, etc.
A relaxação proporciona um bem estar fisiológico e a abstração evitando tensões psíquicas, dão condições par que o indivíduo possa focalizar seu pensamento em objetivos elevados.
Pensar no bem, no amor, na caridade, nas virtudes que exornam o caráter do verdadeiro cristão.
O resultado da reunião depende da concentração e da elevação com que é feita. Através dos exercícios dos bons pensamentos e a elevação dos sentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais (fluídicos) que favorecem às atividades.
A concentração é a convergência de pensamentos para um determinado fim. Essa convergência pressupõe a eliminação de todos os pensamentos que não sejam convenientes aos fins desejados.
Sem o preparo devido que deve começar pela manhã, evitando-se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais; sem o bom hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, tem tranqüilidade suficiente para se dedicar aos fins elevados do trabalho.
Nos ensinou Jesus uma regra que devemos aplicar em todas as atividades de nossa vida: "Vigiai e Orai".
Ä Manutenção vibratória - Técnica:
Ao pensar, a mente vibra e irradia vibrações ou ondas que se propagam no meio circundante com que esteja em sintonia. Assim, influenciamos os outros muito mais do que imaginamos, através da essência de nós mesmos.
Somos, desta forma, responsáveis pelas conseqüências das nossas boas ou más vibrações.
O Apóstolo Paulo nos adverte: "Tudo nos é lícito, porém nem tudo nos convém". Temos a liberdade para fazer o que quisermos, porém, os resultados, as conseqüências, serão sempre da nossa responsabilidade.
Através da nossa maneira de viver, as palavras que pronunciarmos, os atos que praticarmos e, especialmente, a qualidade dos nossos pensamentos e sentimentos, estaremos formando a nossa faixa vibratória, o nosso padrão vibratório.
Os que constantemente pensam em níveis elevados são verdadeiros "renovadores de ar", da atmosfera mental, melhorando-lhe a pureza e expandindo a consciência do mundo.
Independentemente do fato de sermos ou não médiuns de grande potencial, todos podemos ajudar nos processos curativos, se tivermos amor ao próximo e desejo de ajudar (não esquecendo, no entanto, que este processo estará sempre relacionado com o merecimento do paciente e as determinações maiores do alto).
Para que possamos colaborar em uma cura fluídica, necessitamos equilíbrio moral, psíquico e físico; logo, nesses trabalhos em que se lidam com os fluidos, é de suma importância o desenvolvimento moral do indivíduo, uma vez que a qualidade dos fluidos processados dependerão dele. Podemos desta forma dizer, que o grau de pureza dos fluidos emitidos corresponderá ao estado moral em que vibrar o emissor.
De acordo com o "grau de semelhança" entre eles, a alma vai exercer sobre o espírito livre, uma espécie de atração ou repulsão. As qualidade que atraem os bons Espíritos são: bondade, benevolência, doçura, simplicidade, amor ao próximo e desapego de coisas materiais.
A pureza de intenções e sentimentos, desejo ardente e desinteressado em ajudar, darão ao fluido emitido um poder reparador que o aproxima dos fluidos espirituais no processo de irradiação. O doador buscará Deus, fonte donde tudo promana, e depois, o receptor, tornando-se o canal através do qual a energia fluirá.
Nessas atividades de irradiação fluídica, a ação dos bons Espíritos é fundamental. Eles nos ajudarão na ampliação do fluido humano. Atuam com suas energias e técnicas, manipulando os fluidos e nos ajudando a suprir deficiências e limitações.
Na irradiação o doador sintoniza com o necessitado à distância e mentaliza o que deseja para ele: paz, harmonia, equilíbrio, coragem, e, através da prece, canaliza os fluidos benéficos.
Os receptores se beneficiarão à distância pelos fluidos emitidos conscientemente pelos seareiros e também pelas energias extraídas dos presentes e que será processada e canalizada pelos Espíritos cooperadores.
Devemos restringir o objetivo das irradiações para determinada área, pessoa ou grupo de pessoas. Pedidos feitos de forma genérica terão também o seu valor, mas os direcionados por, serem específicos, representam a ajuda imediata àquele que encontra-se necessitado.
Em estando propriamente em trabalho de irradiação, a pessoa após buscar a devida concentração (e o que é importante – mantê-la durante todo o trabalho), deve orar e a seguir focalizar o objeto de sua irradiação e transmitir através da sua vontade e do seu pensamento vibrações de paz, coragem, equilíbrio, paciência, resignação, etc.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan – A Gênese, cap. XIV – Os fluidos.
Armond, Edgar – Centros de Força, Passes e Radiações – cap. II.
Pastorino, Carlos – Técnicas da Mediunidade – Plano Astral, cap. II.
Xavier, Francisco Cândido – pelo Espírito André Luiz – Entre a Terra e o Céu – cap. XX – conflitos da Alma.
Xavier, Francisco Cândido – pelo Espírito André Luiz – Evolução em Dois Mundos – cap. II - Corpo Espiritual.
Mello, Jacob – O Passe, seu estudo, suas técnicas e sua prática – O Passe à distância – Irradiações, p. 223.
Apostilas do COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica – do Centro Espírita Luz Eterna – 1.ª, 2.ª 7.ª, 8.ª e 9.ª sessões de exercício práticos.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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