sábado, 31 de outubro de 2009

Curas de Obsessões

Escrevera-nos de Cazères, em 7 de janeiro de 1866:

“Eis um segundo caso de obsessão, que empreendemos e levamos a bom fim durante o mês de julho último. A obsidiada tinha a idade de vinte e dois anos; gozava de uma saúde perfeita; apesar disto, foi de repente vítima de acessos de loucura; seus pais afizeram cuidar por médicos, mas inutilmente, porque o mal, em lugar de desaparecer, tornava-se cada vez mais intenso, ao ponto que, durante as crises, era impossível contê-la.

Os pais, vendo isto, segundo o conselho dos médicos, obtiveram sua admissão em uma casa de alienados, onde seu estado não experimentou nenhuma melhora. Nem eles nem a doente jamais se ocuparam do Espiritismo, que mesmo não conheciam; mas tendo ouvido falar da cura de Jeanne R..., da qual convosco conversei, vieram nos procurar para nos pedir se poderíamos fazer alguma coisa por sua infeliz filha.

Respondemos que não poderíamos nada afirmar antes de conhecer a verdadeira causa do mal. Nossos guias, consultados em nossa primeira sessão, nos disseram que essa jovem estava subjugada por um Espírito muito rebelde, mas que acabaríamos por conduzi-lo a um bom caminho, e que a cura que se seguiria nos daria a prova da verdade desta afirmação.

Em consequência, escrevi aos pais, distantes de nossa cidade 35 quilômetros, que sua filha se curaria, e que a cura não demoraria muito tempo para chegar, sem, no entanto, poder precisar-lhe a época.

Evocamos o Espírito obsessor durante oito dias seguidos e fomos bastante felizes por mudar suas más disposições e fazê-lo renunciar a atormentar sua vítima. Com efeito, a doente sarou, como o haviam anunciado nossos guias.

Os adversários do Espiritismo repetem sem cessar que a prática desta Doutrina conduz ao hospital. Pois bem! Podemos dizer-lhes, nesta circunstância, que o Espiritismo de lá fez sair aqueles que a tinham feito entrar.”

Este fato, entre mil, é uma nova prova da existência da loucura obsessional, cuja causa é diferente daquela da loucura patológica, e diante da qual a ciência fracassará enquanto se obstinar a negar o elemento espiritual e sua influência sobre o organismo.

O caso aqui é bem evidente: eis uma jovem apresentando de tal modo os caracteres da loucura, que os médicos a desprezaram, e que está curada, a várias léguas de distância, por pessoas que jamais a viram, sem nenhum medicamento nem tratamento médico, e unicamente pela moralização do Espírito obsessor. Há, pois, Espíritos obsessores cuja ação pode ser perniciosa para a razão e a saúde.

Não é certo que se a loucura tivesse sido ocasionada por uma lesão orgânica qualquer, esse meio teria sido impotente? Se se objetasse que essa cura espontânea pode ser devida a uma causa fortuita, responderíamos que se não tivesse a citar senão um único fato, sem dúvida, seria temerário disso deduzir a afirmação de um princípio tão importante, mas os exemplos de curas semelhantes são muito numerosos; não são o privilégio de um indivíduo, e se repetem todos os dias em diversas regiões, sinais indubitáveis de que repousam sobre uma lei natural.

Citamos várias curas deste gênero, notadamente nos meses de fevereiro de 1864 e janeiro de 1865, que contêm duas relações completas eminentemente instrutivas. Eis um outro fato, não menos característico, obtido no grupo de Marmande:

Numa aldeia, a algumas léguas dessa cidade, tinha um camponês atacado de uma loucura de tal modo furiosa, que perseguia as pessoas a golpes de forcado para matá-las, e que na falta de pessoas, atacava os animais do galinheiro.

Ele corria sem cessar pelos campos e não voltava mais para sua casa. Sua presença era perigosa; assim, obteve-se sem dificuldade a autorização de interná-lo na casa dos alienados de Cadillac.

Não foi sem um vivo desgosto que a sua família se viu forçada a tomar essa decisão.

Antes de levá-lo, um de seus parentes tendo ouvido falar das curas obtidas em Marmande, em casos semelhantes, veio procurar o Sr. Dombre e lhe disse: “Senhor, me disseram que curais os loucos, é por isso que venho vos procurar.”

Depois lhe contou do que se tratava, acrescentando: “É que, vede, isso nos dá tanta pena de nos separar desse pobre J... que gostaria antes de ver se não há um meio de impedi-lo.”

- “Meu bravo homem, disse-lhe o Sr. Dombre, não sei quem me deu essa reputação; triunfei algumas vezes, é verdade, em devolver a razão a pobres insensatos, mas isto depende da causa da loucura. Embora não vos conheça, vou ver, no entanto, se posso vos ser útil.”

Tendo ido imediatamente com o indivíduo à casa de seu médium habitual, obteve de seu guia a segurança de que se tratava de uma grave obsessão, mas que com a perseverança dela triunfaria. Sobre isto disse ao camponês: “Esperai ainda alguns dias antes de conduzir vosso parente a Cadillac; dele iremos nos ocupar; retornai a cada dois dias para dizer-me como ele se encontra.”

Desde esse dia se puseram à obra. O Espírito se mostrou, de início, como seus semelhantes, pouco tratável; pouco a pouco, acabou por humanizar-se, e, finalmente, por renunciar a atormentar esse infeliz.

Um fato bastante particular é que ele declara não ter nenhum motivo de ódio contra esse homem; que, atormentou por necessidade de fazer o mal, nisso se prendeu a ele como a qualquer outro; que reconhecia agora ter errado e disto pedia perdão a Deus.

O camponês retornou depois de dois dias, e disse que seu parente estava mais calmo, mas que não tinha ainda retornado para sua casa, e se escondia nas cercas vivas. Na visita seguinte, ele havia retornado à casa, mas estava sombrio, e se mantinha afastado; não procurava mais ferir ninguém. Alguns dias depois, ia à feira e fazia seus negócios, como de hábito.

Assim, oito dias tinham bastado para reconduzi-lo ao estado normal, e isto sem nenhum tratamento físico. É mais que provável que, se o tivesse encerrado com os loucos, teria perdido completamente a razão.

A obsessão, como dissemos, é um dos maiores escolhos da mediunidade. É também um dos mais frequentes. Assim, nunca serão demais as providências para combatê-la. Mesmo porque, além dos prejuízos pessoais que dela resultam, constitui um obstáculo absoluto à pureza e à veracidade das comunicações. A obsessão, em qualquer dos seus graus, sendo sempre o resultado de um constrangimento, e não podendo jamais esse constrangimento ser exercido por um Espírito bom, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsedado é de origem suspeita e não merece nenhuma confiança. Se, por vezes, se encontrar nela algo de bom, é necessário restringir-se a isso e rejeitar tudo o que apresentar o menor motivo de dúvida.


Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:

1) Insistência de um Espírito em comunicar-se queria ou não o médium, pela escrita, pela audição, pela tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam.

2) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas.

3) Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades ou absurdos.

4) Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por seu intermédio.

5) Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.

6) Levar a mal a crítica das comunicações que recebe.

7) Necessidade incessante e inoportuna de escrever.

8) Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe à vontade e forçando-o a agir ou falar sem querer.

9) Ruídos e transtornos em redor do médium, causados por ele ou tendo-o por alvo.

Os motivos da obsessão variam segundo o caráter do Espírito. Às vezes é a prática de uma vingança contra pessoa que o magoou na sua vida ou numa existência anterior. Freqüentemente é apenas o desejo de fazer o mal, pois como sofre, deseja fazer os outros sofrerem, sentido uma espécie de prazer em atormentá-los e humilhá-los. A impaciência das vítimas também influi, porque ele vê atingido o seu objetivo, enquanto a paciência acaba por cansá-lo. Ao se irritar, mostrando-se zangado, a vítima faz precisamente o que ele quer. Esses Espíritos agem às vezes pelo ódio que lhes desperta a inveja do bem, e é por isso que lançam a sua maldade sobre criaturas honestas.

Há Espíritos obsessores sem maldade, que são até mesmo bons, mas dominados pelo orgulho do falso saber: têm suas idéias, seus sistemas sobre as Ciências, a Economia Social, a Moral, a Religião, a Filosofia. Querem impor a sua opinião e para isso procuram médiuns suficientemente crédulos para aceitá-las de olhos fechados, fascinando-os para impedir qualquer discernimento do verdadeiro e do falso. São os mais perigosos porque não vacilam em sofismar e podem impor as mais ridículas utopias. Conhecendo o prestígio dos nomes famosos não têm escrúpulo em enfeitar-se com eles e nem mesmo recuam ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria ou um santo venerado. Procuram fascinar por uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, cheia de termos técnicos e enfeitada de palavras grandiosas, como Caridade e Moral. Evitam os maus conselhos, porque sabem que seriam repelidos, de maneira que os enganados os defendem sempre, afirmando: Bem vês que nada dizem de mau. Mas a moral é para eles apenas um passaporte, é o de que menos cuidam. O que desejam antes de mais nada é dominar e impor as suas idéias, por mais absurdas que sejam. (1)

Como já dissemos, o fascinado recebe geralmente muito mal os conselhos. A crítica o aborrece, irrita e faz embirrar com as pessoas que não participam da sua admiração. Suspeitar do seu obsessor é quase uma profanação, e é isso o que o Espírito deseja, que se ponham de joelhos ante as suas palavras.

As imperfeições morais do obsedado são frequentemente um obstáculo à sua libertação. Só podemos dar aqui alguns conselhos gerais, porque não há nenhum processo material, nenhuma fórmula, sobretudo, nem qualquer palavra sacramental que tenham o poder de expulsar os Espíritos obsessores. O que falta em geral ao obsedado é força fluídica suficiente. Nesse caso a ação magnética de um bom magnetizador pode dar-lhe uma ajuda eficiente. A subjugação corpórea tira quase sempre ao obsedado as energias necessárias para dominar o mau Espírito. É por isso necessária à intervenção de uma terceira pessoa, agindo por meio do magnetismo ou pela força da sua própria vontade. Na falta do concurso do obsedado, essa pessoa deve conseguir ascendente sobre o Espírito. Além disso, é sempre bom obter, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior ou do seu anjo da guarda. Como não há pior cego do que o que não quer ver, quando se reconhece a inutilidade de todas as tentativas para abrir os olhos do fascinado, o melhor que se tem a fazer é deixá-lo com as suas ilusões. Não se pode curar um doente que se obstina na doença e nela se compraz.

Regra geral: quem quer que receba más comunicações espíritas, escritas ou verbais, está sob má influência; essa influência se exerce sobre ele, quer escreva ou não, isto é, seja ou não médium, creia ou não creia. A escrita oferece-lhe um meio de assegurar da natureza dos Espíritos em ação e de os combater, se forem maus, o que se consegue com maior êxito quando se chega a conhecer os motivos da sua atividade. Se a sua cegueira é bastante para não lhe permitir a compreensão, outros poderão lhe abrir os olhos.

Em resumo: o perigo não está no Espiritismo, desde que este pode, pelo contrário, servir-nos de controle e preservar-nos do risco incessante a que nos expomos sem saber. Ele está na orgulhosa propensão de certos médiuns a se considerarem muito levianamente instrumentos exclusivos dos Espíritos superiores, e na espécie de fascinação que não lhes permite compreender as tolices de que são intérpretes. Mas mesmo os que não são médiuns podem se deixar envolver.

* * *

(1) Muitas pessoas aceitam com facilidade as comunicações assinadas por Jesus, Maria, João, Paulo e outras figuras exponenciais da Religião e da História, esquecidas das advertências doutrinárias. Mensagens com assinaturas dessa espécie são sempre suspeitas, pois Espíritos que habitualmente se comunicam conosco são, pela própria lei de afinidade, mais próximos de nós. (N. do T.)


Fonte: O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
(Cap. 23 – Da Obsessão)
Tradução: José Herculano Pires
Fonte: Revista Espírita, 1866 – Allan Kardec

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mediunidade

Página Spiritism.de

Conceitos básicos


A mediunidade não é sinal de santificação, nem representa característica divinatória.
È apenas um meio de entrar em contacto com as almas que viveram na Terra
Os médiuns se tornam mais responsáveis do que as demais pessoas, por possuírem a prova da sobrevivência que chega a todos por seu intermédio.
A educação da mediunidade possibilita a pessoa ser feliz pelo bem que pode realizar e pelo prazer de experimentar o bem que se recebe.
Todo indivíduo que, conscientemente ou não, capta a presenca de seres espirituais é portador de mediunidade.
Ela surge em qualquer idade, posição social, denominação religiosa ou cepticismo no qual se encontre a pessoa.
Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas.
Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos espíritos que favorece a distonia ou não.
Quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem estar envolve o médium.
O exercício correto da mediuindade oferece nenhum perigo a quem quer que seja.
A mediunidade deixada ao abandono pode ser untilizada por entidades perversas ou levianas, que a perturbam, entorpecem ou a tornam um meio de desequilíbrio para o médium e quem o cerca.
Não é o médium, mas sim sua conduta que atrai espíritos bons ou maus.
A mediunidade deve ser exercida com devotamento e modéstia, objetivando a divulgação da verdade.
Não é um compromisso vulgar para exibicionismo barato ou promoção pessoal.
O conforto que proporciona é superior à capacidade de julgamento.
A esperança que faculta é maior que quaisquer palavras.
Os espíritos nobres não se submetem aos caprichos dos médiuns e das pessoas frívolas interessadas em jogos vazios do personalismo perturbador. Estas sintonizam-se com espíritos vulgares e irresponsáveis, que os levam a obsessões sutis a princípio, a caminho de lamentáveis processos irreversíveis e dolorosos.
O mau uso da mediunidade pode entorpecê-la ou até mesmo fazê-la desaparecer.

Obstáculos a mediunidade nobre

Tudo que induza à vaidade ou à projeção nos palcos do mundo. Nada de pressa de querer “salvar a humanidade”.
O mercantilismo: induzido por pessoas inescrupulosas e desconhecedoras da finalidade do espiritismo, o médium, resistindo no início aos pagamentos pelos serviços prestados,termina, não raro por aceitá-los, passando à profissional da mediunidade, com alegações banais e sem justificativas. Os mentores amigos se afastam e ele fica à merce de espíritos inferiores. A venda da mediuindade não se dá exclusivamente mediante a moeda , mas também através de presentes de alto preço, bajulação, destaque, e tudo que exalte o orgulho e a vacuidade do médium.
A interpretação erronea dos objetivos da mediunidade leva o indivíduo a atribuir aos espíritos tudo o que se passa, isentando-se dos deveres e responsabilidades que lhe dizem respeito.
A irregularidade do exercício mediúnico, a incosntância derivada da preguiça, mantém o indivíduo na faixa da mediunidade atormentada, que não progride, é repetitiva, insegura e monótona.
A mistificação mediúnica tem a ver com o caráter moral do médium, que consciente ou não é responsável pelas ocorrêncais normais e paranormais da sua existência.
O exibicionismo é um dos mais perigosos inimigos do médium.

Educação das forças mediúnicas

Ter atividades na área da caridade ilumina o médium
A oração o fortalece, reguardando-o das influências prejudiciais, que existem em toda parte, pois dependem da conduta moral dos homens.
Cultivar o silêncio interior e o recolhimento. Eles aguçam as percepções parafísicas.
Vigilância deve se constituir em norma de segurança.
O trato com os espíritos impõe prudência, elevação moral, equilíbrio emocional.
A fé sincera, sem estardalhaço nem afetação, a entrega a Deus, com irrestrita confiança e ao seu guia espiritual contribuem para uma educação mediúnica exemplar.

Os médiuns responsáveis são conhecidos pelos seus silêncios e equilíbrio.
Não têm pressa em ganhar fama, nem dela necessitam.
Trabalham para um ideal que não remunera no mundo material.

Leitura da Sorte

É possível saber o futuro procurando especialistas em búzios, quiromancia, astrologia, tarô?
A melhor maneira de descobrir nosso futuro é analisar o que estamos fazendo no presente. Ele será sempre a consequência de nossas ações.
Há algum inconveniente em procurar esses especialistas? Normalmente essas pessoas atuam como prestidigitadores, envolvendo os consulentes com generalidades. Atirando em várias direções.
Conheço uma vidente que não é mistificadora. Ela sabe das coisas, sempre fala com acerto sobre nossa vida?
Se for dotada de sensibilidade psíquica não lhe será difícil vasculhar o íntimo dos consulentes.
Isso não é bom?
Pessoas assim costumam cobrar por suas consultas, o que compromete seu trabalho, colocando-as à merce de espíritos perturbadores que as utilizam como instrumentos para nos envolver.
E nos perturbam?
De várias formas, principalmente em relação aos nossos sentimentos. Uma jovem ouviu de uma vidente que o rapaz por quem estava apaixonada correspondia aos seus anelos, embora fosse noivo de outra e estivesse às vésperas do casamento. Ele iria, por sua causa, romper o noivado. Ela alimentou durante anos a ilusão de que isso aconteceria. O rapaz casou, teve filhos, sempre viveu bem com a esposa. No entanto, a ingênua consulente continuou alimentando a idéia de que ele seria seu companheiro um dia. Perdeu tempo, perturbou-se, seduzida por mentirosa informação.
Pode haver algum inconveniente, mas o que ela disse exprime algo do que estou vivendo.
Considere que ela nada vê além do que está em sua cabeça. Se você imagina que seu namorado a está traindo, ela lhe dirá exatamente isso, sem que exprima a realidade. Daí o perigo, tomando por verdadeiro o que é apenas uma idéia inspirada em ciúme e insegurança.
Se há tantos problemas, por que desde a mais remota antiguidade as pessoas procuram pitonisas, profetas, videntes, oráculos ?
É a velha tendência humana de procurar o maravilhoso, o sobrenatural, para decifrar os enigmas da existência e resolver seus problemas.

Mas não é importante saber o que vai acontecer,ter uma idéia sobre nosso destino?
Quando há algum proveito ou necessidade, os nossos mentores espirituais providenciam para que, em sonhos premonitórios ou intuições, sejamos alertados, sem necessidade da interferência de pessoas que iludem os incautos.

O copo

Como funciona o copo para entrar em contato com espíritos?
Lembra um pouco o fenômeno das mesas girantes, nos primórdios do Espiritismo. Faz-se um círculo em torno dele, com a posição das letras alfabéticas ao longo dos trezentos e sessenta graus. Os participantes fazem imposição de mãos sobre o copo. Ele se movimenta indicando letras que, anotadas, formam palavras e frases.
São espíritos que movimentam o copo?
O fenômeno pode ser anímico. Os próprios participantes, inconscientemente, fazem o movimento. Ou espiritual, iniciativa de entidades desencarnadas que aproveitam a base fluídica sustentada pelos encarnados.
Funciona, então, como uma reunião mediúnica?
No segundo caso sim. Há espíritos e médiuns.
Há algum problema com essas brincadeiras?
São desaconselháveis. Inspiradas em mera curiosisdade e sem nenhum preparo do grupo, podem converter-se em porta aberta às obsessões. Acontece com frequência.
Os benfeitores espirituais não protegem?
A natureza dos espíritos que participam de uma reunião de intercâmbio depende das intenções e disposições do grupo. Sem conhecimento, sem um propósito nobre, sem seriedade, realizados por mera diversão, atendendo à curiosidade, sessões com o copo atraem espíritos zombeteiros e mistificadores que ali têm campo fértil para a semeadura de perturbações.
E se houver boas intenções?
Segundo o velho ditado, o inferno está cheio delas. Há muita gente bem intencionada que se perturba com o fenômeno mediúnico, por falta de conhecimento, experiência e orientação.
Uma reunião com copo poderia ser realizada no centro espírita?
Sim, mas seria regredir ao primarismo das mesas girantes, com manifestações demoradas, cansativas e pouco produtivas. Nos centros espíritas exercitam-se a psicofonia e psicografia, em que os médiuns transmitem o pensamento dos espíritos pela palavra falada e escrita, bem mais eficiente. Mal comparando, é como passar do telégrafo para o telefone ou fax.
Se não é prudente brincar com o copo, o que devem fazer meus amigos que se interessam pelo assunto?
Que procurem um centro espírita, participem das reuniões doutrinárias e dos cursos de espiritismo. Então estarão habilitados a participar das reuniões mediúnicas. Ali terão um aproveitamento bem melhor sem os riscos que envolvem essas « diversões » juvenis.

Sensibilidade mediúnica

Sou instável emocionalmente. Alterno alegria e tristeza, tranquilidade e tensão. Num dia muito animado, noutro mergulhado na fossa. Pode ser um problema espiritual?
Provavelmente você tem sensibilidade psíquica. Sem saber lidar com ela fica ao sabor dos ambientes e situações que vivencia, como folhas ao vento.
Assimilo influências?
Exatamente. Em ambientes saudáveis, espiritualizados, sente-se bem. Onde há desajuste colhe impressões desagradáveis que alteram seu humor ou impõe-lhe desajustes físicos. Há muita gente nessa condição.
É por isso que fico muito deprimido em velórios?
Você capta as vibrações de desalento da família. Reflete algo de sua angústia.
Também noto que quando me deixo dominar pela irritação perco o controle e tomo atitudes de que me arrependo depois, agindo de forma agressiva. Tem algo a ver?
Em face de sua sensibilidade, sempre que se descontrola assimila correntes vibratórias negativas. Dá vexame.
Nesses momentos eu estou dando uma manifestação de espíritos agressivos?
Mais exatamente é uma manifestação de seu prório espírito, revivendo estágios de animalidade inferior, sob indução de influências atraídas pelo seu destempero.
O que fazer para livrar-me desse problema ?
Compareça às reunies doutrinárias no centro espírita. Submeta-se à fluidoterapia (passes). Estude diariamente “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Cultive a oração. Faça o propósito de renovar-se a cada dia, como lembra uma poesia de Christian Morgenstern:
“És novo em cada momento novo, não sejas pois servilmente fiel ao velho. Se até hoje teu coração tem estado negro como carvão, tens o poder de torná-lo branco como o quartzo.”
E quanto à minha mediunidade?
Deixe que aconteça naturalmente, a partir de um entrosamento com as atividades do centro.
Mas não é importante desenvolvê-la para alcançar o equilíbrio?
A mediunidade é uma notável ferramenta de trabalho em favor do Bem comum e de nossa própria felicidade. Considere, entretanto, que nosso equilíbrio não está subordinado, ao desenvolvimento de suposta faculdade mediúnica. Depende muito mais do ajuste de nossas emoções, aprendendo a controlar nossa sensibilidade, a fim de que não sejamos dominados por espíritos que dela se aproveitem.

Desenvolvimento Mediúnico

Pessoas perturbadas por influências espirituais devem ser encaminhadas às reuniões de desenvolvimento mediúnico ?
Não. Embora sejamos todos suscetíveis de sofrer a influência dos espíritos, nem todos detemos suficiente sensibilidade que nos habilite a atuar como seus intérpretes.
E se a pessoa vê os espíritos, colhendo fortes impressões relacionadas com sua presença?
Sob tensão ou nervosismo exarcebado há um aguçamento da sensibilidade psíquica que pode disparar fenômenos mediúnicos sem que o indivíduo tenha mediunidade a desenvolver.
E como vamos saber se ele é médium?
Em princípio é difícil, porquanto os sintomas assemelham-se. O assistido experimenta fenômenos mediúnicos por estar tenso e nervoso ou fica tenso e nervoso por experimentar fenômenos mediúnicos.
Qual seria a primeira providência no propósito de oferecer-lhe ajuda?
Encaminhá-lo às reuniões de orientação doutrinária e fluidoterapia (passes).
Sua presença num grupo mediúnico não o auxiliaria melhor?
Kardec deixa bem claro, em “O Livro dos Médiuns”, que a reunião mediúnica deve ser reservada às pessoas que conhecem a doutrina espírita. Sustentada pelo apoio vibracional dos participantes, haverá uma harmonização vibratória que não se pode esperar daqueles que não têm nenhuma noção a respeito do assunto.
Mas como fica a pessoa que precisa desenvolver a mediunidade para livrar-se de suas perturbações?
O problema maior do médium é que em princípio ele é controlado pelo fenômeno mediúnico quando o ideal seria controlá-lo. Esse ajuste não depende do exercício mediúnico. Subordina-se, essencialmente, à três fatores: aplicação no estudo, empenho de auto-disciplina, esforço de renovação.
E se o próprio guia do centro encaminha a pessoa para o desenvolvimento mediúnico?
Talvez o guia esteja mal informado. Sua presença em reuniões mediúnicas deve ser precedida de um período de aprendizado em grupos de estudo. Assim adquirirá o conhecimento elementar necessário para uma participação produtiva e disciplinada.
Com critérios tão rígidos não estaremos elitizando a reunião mediúnica?
Somente quem não está familiarizado com o estudo da mediunidade pode defender semelhante idéia. Não se pretende restringir a reunião mediúnica a restrito círculo de iniciados. Qualquer pessoa pode ter acesso ao intercâmbio com o Além, desde que se prepare convenientemente, a fim de que seja capaz de ajudar, ou fatalmente vai atrapalhar.

Fonte: http://www.spiritism.de

Leia o Livro A MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS de Eliseu Rigonatti.

Espiritismo, o que é na verdade!

De: Alamar Régis Carvalho

Partindo do princípio que o objetivo de todo jornalIsta ético e sensato é o de informar bem, com coerência, honestidade, dignidade e imparcialidade, preocupando-se sempre com o indispensável conhecimento da causa que leva a reportar, venho apresentar-lhes uma contribuição em cima de um assunto que muitos profissionais do jornalismo, embora bem intencionados, terminam cometendo equívocos lamentáveis, por uma inexplicável ignorância que compromete os seus nomes bem como o dos veículos por onde vinculam as suas matérias ou reportagens.
Falo com respeito ao assunto Espiritismo, tema este que invariavelmente é visto apenas no campo religioso, o que na verdade não é, e sobretudo, o que é mais lamentável, sempre enfocado com afirmativas de conceitos absurdos, oriundos do 'achismo' e também de uma cultura criada na cabeça das pessoas, pela intolerância e a desonestidade religiosa.
Não objetivo aqui defender crença ou fé nenhuma, porque não é isto que está em questão. Só quero mesmo prestar contribuição ao gigantesco segmento honesto do jornalismo acerca de uma coisa, como ela realmente é, para que ele esteja melhor informado, sem a menor pretensão de querer fazer com que nenhum profissional o aceite, concorde com os seus postulados e, muito menos, se converta. Vamos aos assuntos:

Espiritismo não é igreja

Em princípio corrijam a conceituação inicial: Espiritismo não é simplesmente religião. Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser religião. Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem proibidos de nada. Há centros espíritas que se portam como se fossem igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes, que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser algo muito acima disto..

Não existe 'Kardecismo', existe 'Espiritismo'


O jornalista equivocado costuma utilizar-se da expressão 'kardecismo', para identificar algo que ele imagina ser uma 'ramificação' do Espiritismo, achando que Espiritismo é um 'montão de coisas' que existe por aí, quando na realidade não é.
A palavra 'Espiritismo' foi criada, ou inventada, como queiram, pelo senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus postulados próprios.
Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da denominação 'Espiritismo', fora desta que se enquadre nos seus postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação, mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês chamam de 'kardecismo', verdadeiramente é 'Espiritismo'.
Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas, em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela, exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a fim de um discernimento mais coerente e responsável.

Veja quem adota e quem não adota o quê:

Procedimentos, Práticas e Rituais
Umbanda
Catolicismo
Espiritismo
Altares
Imagens
Velas
Incensos e Defumações
Paramentos e Vestes Especiais
Obrigações aos participantes
Proibições aos participantes
Ajoelhar, Sentar e Levantar-se em Cultos
Bebidas Alcoólicas em Cultos
Sacerdócio Organizado
Sacramentos
Casamentos e Batizados
Amuletos, Pátuas, Escapulários, Rosários
Hinos, Canticos e Pontos Cantados
Crença em Satanás

Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Como pode, então, um profissional que tem a obrigação de estar bem informado, poder afirmar que Espiritismo e Umbanda são a mesma coisa? Não seria mais coerente dizer que tem mais semelhanças com o Catolicismo, embora não seja também a mesma coisa?
O espírita não tem a menor pretensão de diminuir ou desvalorizar o adepto da Umbanda que, por sua vez, tem também a sua denominação própria que é Umbanda, e não Espiritismo, apenas quer deixar claro que Espiritismo é Espiritismo e Umbanda é Umbanda, assim como Catolicismo é Catolicismo, Protestantismo é Protestantismo.
A afirmativa que alguns fazem, em dizer que tudo é a mesma coisa, com a diferença de que na Umbanda se reúnem negros e pobres e no tal 'Kardecismo' se reúnem o que chamam de elites, é extremamente leviana, desonesta e irresponsável. O Espiritismo não faz qualquer discriminação de raças, cor ou padrão social, já que em seu movimento existem inúmeros negros, mulatos, brancos e de todas as etnias.

Allan Kardec não inventou o Espiritismo


Allan Kardec não inventou ou criou Espiritismo nenhum. A proposta veio de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade.
Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria, que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail) como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França como em toda a Europa.
Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender que o Espiritismo é escola e não igreja.

Sobre a reencarnação

Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade, por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de idade.
O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente. Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe? Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto aí.
Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é infantil e sem sentido.

Sobre a mediunidade

Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente; todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo, numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita.
Qualquer afirmativa do tipo que 'alguém tem mediunidade e precisa desenvolver' é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve ser educada e não desenvolvida..

Sobre o caráter do centro espírita

É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo, esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e, principalmente, a nossa conduta moral.
Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho.
Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e não como sendo ele o próprio Deus.
Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.

Sobre quem é reencarnação de quem

Recentemente vimos um jornalista afirmar, nas páginas da VEJA, que os espíritas juram que Fulano é reencarnação de Sicrano, o que se constitui em um absurdo. Em princípio espírita não adota jura nenhuma. Segundo, que não consta da atividade espírita a preocupação de quem é reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com esse tipo de discussão. Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa espírita. Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e criteriosa. Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.

Apologia ao sofrimento

Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos, chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o sofrimento é bom. Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente, deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana, colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo. Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém, embora entendamos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do orgulho, do egoísmo e da presunção.

Mesa branca

Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só. O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando na verdade não existe esta orientação no Espiritismo. Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em cor branca têm maior facilidade de sujar. Portanto a citação de 'espiritismo mesa branca' é mais uma expressão da ignorância popular, o que não se admite nos jornalistas.

Terapia de vidas passadas

Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados cientificamente respaldados, mas não é prática espírita..

Cromoterapia, piramidologia etc...

Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária, corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o Espiritismo.

Sucessor de Chico Xavier

Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier 'morreu', e ainda repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo (que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem sucessores dos papas, quando morrem. Chico Xavier nunca foi uma espécie de papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do movimento espírita. Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o Espiritismo.

A sua relação com a Ciência

Faz parte da formação espírita a seguinte recomendação: 'Se algum dia a Ciência comprovar que o Espiritismo está errado em algum ponto, cumpre aos espíritas abandonarem imediatamente o ponto equivocado e seguirem a orientação da Ciência'. Mas isto não quer dizer que o que afirma determinadas criaturas, como o padre Quevedo, que se apresenta presunçosamente como cientista, deva ser entendido como Ciência, já que ele não é unanimidade e nem ao menos aceito pela maioria dos cientistas coisa nenhuma. Ele é padre, nada mais do que padre, com um tipo de postura que não aceita nem pela maioria do seio católico, quanto mais pelo científico. Não é à pseudo-ciência ou a opiniões pessoais de um ou outro elemento, que se diz de Ciência, que o Espiritismo se submete, com esta recomendação, é a Ciência, como um todo, em descobertas inquestionáveis. Até agora a Ciência não conseguiu apontar e muito menos comprovar erro em um ensinamento espírita, sequer. Se alguém exige, por exemplo, querer provas por parte dos que afirmam que existe vida fora da Terra, por questão de bom senso deve ter também provas de que não existe. Será que tem?

Medicina e Espiritualidade

Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de saúde das pessoas nada têm a ver com problemas espirituais, porque estes se resumem a crendices. Hoje existe um curso de 'Medicina e Espiritualidade', oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que alguns continuam a dizer que são crendices.. Em nível de informação, sugerimos que os jornalistas se interessem em reportar sobre este assunto, sem que vá aqui a menor intenção de querer converter ninguém. Não se trata de questão religiosa, trata-se de questão científica. Para melhor informação, as aulas deste curso podem ser vistas no site: www.redevisao.net. O telefone da Pineal Mind, onde são ministradas as aulas, é (11) 3209-5531 e o e-mail é faleconosco@uniespirito.com.br onde poderão ser obtidas maiores informações sobre o curso. Toda sexta-feira, às 19 horas, tem aula ao vivo, pelo site, numa webtv. Diante de todo o exposto sugerimos que os grandes veículos de comunicação de massa, obviamente comprometidos com a credibilidade dos seus nomes, repassem estes esclarecimentos aos seus profissionais de jornalismo, não necessariamente para que eles sejam simpáticos à idéia espírita, já que ninguém é obrigado a aceitar coisa nenhuma, mas para, pelo menos, não comprometerem as suas honorabilidades dizendo mentiras, leviandades e até se expondo ao ridículo reportando sobre um assunto que não entendem.

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
alamar@redevisao.net


http://www.luzespirita.com/subpag/artigos/espiritismo.htm

domingo, 13 de setembro de 2009

MÉDIUM: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO


CONCEITO DE MÉDIUM E MEDIUNIDADE
A palavra médium é uma expressão latina que significa "meio" ou "intermediário". Allan Kardec apropriou-se dessa expressão para desig¬nar as pessoas que são portadoras da faculdade mediúnica.
Kardec [LM-cap 32] conceitua:
Médium - pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os ho¬mens.
Mediunidade - a faculdade dos médiuns, ou seja, a faculdade que possibilita a uma pessoa servir de intermediária entre os Espíritos desencarnados e os homens.
Assevera ainda Kardec [LM-it 159] que:
"todo aquele que sente em qualquer grau a influência dos Espíritos é médium."
Diante da assertiva do Codificador da Doutrina Espírita poder-se-ia indagar: Somos todos médiuns?
De forma generalizada poderíamos afirmar que sim. Todos os indivíduos possuem rudimentos da faculdade mediúnica, já que podem ser influenciados pelos Espíritos. Através do pensamento, as entidades da esfera extra-física, podem atuar sobre todos nós, de forma imperceptível. Mostram os benfeitores espirituais da Codificação que esta influência "é maior do que supomos" [LE-qst 459]
Todavia, de forma particular, na prática espírita cotidiana, é não a resposta. Orienta Allan Kardec que se deve reservar esta ex-pressão apenas para as pessoas que permitem a produção de fenômenos patentes e de certa intensidade:
"Pode-se dizer, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, po¬rém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma facul¬dade bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou nos sensi¬tiva." [LM-it 159]
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉDIUNS
A faculdade mediúnica não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns tem geralmente aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as es-pécies de mediunidade, embora nada impeça que um médium venha a pos-suir mais do que uma aptidão.
Diversas são as classificações propostas, mas de forma bem prá¬tica, podemos classificá-los de acordo com o tipo de mediunidade, nas seguintes categorias:
a) Médiuns de Efeitos Físicos: são aqueles aptos à produção de fenômenos que sensibilizam objetivamente os nossos sentidos, tais como: movimento de corpos inertes, ruídos, etc. Trata-se de uma cate-goria de médiuns bastante infreqüente em nossos dias, mas que teve fundamental importância na fase de implantação da Doutrina Espírita. Sub-categorias:
1. Tiptólogos: os que produzem ruídos e pancadas. Mesmo sem que o médium tome conhecimento, os Espíritos podem se utilizar de cer¬tos recursos fluídicos que eles possuem para produzir o fenô¬meno;
2. Motores: os que produzem movimentos dos corpos inertes;
3. De Translação e Suspensão: os que produzem a translação de obje¬tos através do espaço ou a sua suspensão, sem qualquer ponto de apoio. Há também os que podem elevar-se a si mesmos (levitação);
4. De Transporte: os que podem servir aos Espíritos para o trans¬porte de objetos materiais através de lugares fechados;
5. Pneumatógrafos: os médiuns que permitem a escrita direta (espécie de mediuninade onde os Espíritos, utilizando-se do ec¬toplasma do médium, escrevem sobre determinados objetos sem se utilizarem de lápis ou caneta);
6. Pneumatofônicos: os médiuns que permitem a voz direta (fenômeno mediúnico onde os Espíritos emitem sons e palavras através de uma "garganta ectoplásmica", sem a utilização do aparelho vocal do medianeiro);
7. De Materialização: são aqueles que doam recursos fluídicos (ectoplasma) para a materialização do Espírito ou de parte do Espírito, ou, ainda, de certos objetos;
8. De Bicorporeidade: são aqueles capazes de materializarem seu corpo perispirítico em local FORA do corpo físico;
9. De Transfiguração: são aqueles aptos a promoverem modificações temporárias em seu corpo físico, através da vontade e do pensa¬mento.
b) Médiuns Sensitivos: são os médiuns capazes de registrar a presença de Espíritos por uma vaga impressão. Ora esta impressão é boa ora é ruim, dependendo da natureza da entidade desencarnada. Esta va-riedade não apresenta caráter bem definido, pois todos médiuns são mais ou menos sensitivos;
c) Médiuns Intuitivos ou Inspirados: são aqueles que recebem comunicações mentais entranhas às suas idéias, vindas da esfera imate-rial. Na realidade, todos nós somos médiuns intuitivos, pois podemos assimilar inconscientemente o pensamento dos Espíritos, mas em algumas pessoas, essa capacidade é mais evidente. Os médiuns de pressentimento são uma variedade dos intuitivos, onde há uma vaga impressão de acon-tecimentos futuros;
d) Médiuns Audientes: são os médiuns que ouvem os Espíritos. Em algumas vezes é como se escutassem uma voz interna que lhes ressoasse no foro íntimo, doutras vezes, é uma voz exterior, clara, distinta;
e) Médiuns Videntes: são aqueles aptos a verem os Espíritos em estado de vigília. Kardec fazia referência à raridade desta faculdade e em nossos dias continua pouco comum;
f) Médiuns Falantes ou Psicofônicos: são aqueles que possibili¬tam aos Espíritos a comunicação oral com outras pessoas encarnadas, utilizando dos recursos vocais do médium. É a variedade de médiuns mais comum em nossos dias;
g) Médiuns Escreventes ou Psicógrafos: são os médiuns aptos a receberem a comunicação dos Espíritos através da escrita. Foi pelos médiuns escreventes que Allan Kardec montou os pilares básicos da Co-dificação Espírita;
h) Médiuns Curadores: são aqueles aptos a curarem, através do toque, por um ato de vontade e pelo passe. Em realidade, todos somos capazes de curar enfermidades pela prece e pela transfusão fluídica, mas, também aqui, esta designação deve ficar reservada para aquelas pessoas onde a capacidade de curar ou aliviar as doenças é bem evi-dente;
i) Médiuns Psicômetras: são aqueles aptos a identificarem os fluidos presentes em determinados objetos e locais (Psicometria);
j) Médiuns Sonambúlicos ou de Desdobramento: são aqueles capa-zes de emanciparem seu corpo espiritual deixando a organização física num estado de sonolência ou apatia. Segundo Kardec, estes médiuns "vivem por antecipação a vida espiritual", pois são capazes de reali-zar inúmeras tarefas no mundo dos Espíritos.
DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Di¬cionário Brasileiro da Língua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invólucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento é o ato ou efeito de desenvolver.
Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, con-tudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo ade-quadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo fí-sico do homem. Os Espíritos afirmam a Kardec [LM-it 226]:
"A faculdade mediúnica se radica no organismo".
O médium já nasce médium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.
Porquê desenvolver a mediunidade
De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade sig-nifica necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo ins-tante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo fí-sico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a in-fluência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, conseqüências desa-gradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.
Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dis-por-se bons e maus Espíritos, podendo no caso dos maus, levarem o mé-dium ao desequilíbrio.
O Espírito da Verdade afirma [LM-cap 31 it 15]:
"...Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade..."
Em [Nos Domínios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Espírito Albério (instrutor de André Luiz):
"Mediunidade, por si só não basta. É necessário sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direção. É perigoso possuir sem saber usar."
Assim, é a mediunidade uma faculdade inerente à própria vida, sendo semelhante ao dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e por tantos infortúnios na Terra. En-tretanto, ninguém se lembrará de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face das circunstâncias imponderáveis da evolução, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição. É necessário iluminá-los, orientá-los, esclarecê-los.
Etapas do Desenvolvimento Mediúnico
A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.
Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvol-vimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual - material - moral.
a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do es-tudo. Kardec afirma:
"...O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evi¬tar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." [LM-it 211]
O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.
b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da facul¬dade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no pro¬cesso da mediunidade.
"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os si¬nais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada tem de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre ho-mens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhes contatar a existência que é o experimentar." [LM-cap 17 it 200]
Esta experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de condi-cionamentos.
O candidato a médium deve ter persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabeleci¬dos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta [LM-it 207] que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontram au¬mentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvol¬vimento da faculdade.
A reunião deste grupo deve ser sob a direção de pessoas expe-rientes, conhecedoras da Doutrina Espírita e do fenômeno mediúnico.
Esta reunião deve ser também feita, de preferência em local apropriado, isto é, no Centro Espírita, onde estaremos sob o amparo e a orientação de Espíritos Bons, que são responsáveis pelos trabalhos mediúnicos da Casa. Além disto, todo Centro Espírita tem como que um isolamento magnético que nos protege espiritualmente durante os traba-lhos mediúnicos. É simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadêmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a supervisão de um médico experiente para evitar desas-tres. Se for uma cirurgia será necessário um cuidado ainda maior - um centro cirúrgico.
O candidato a médium não deve desistir se, após 2, 3 ou 10 ten¬tativas de comunicação com os Espíritos não obtiver qualquer resultado ou qualquer indício de comunicação. Como vimos, existem obstáculos de¬correntes da própria organização mediúnica em desabrochamento, impedi¬mentos materiais e psíquicos que, só com o tempo e a dedicação serão contornados.
Quanto ao médium que já controla bem sua faculdade, que permite aos Espíritos se comunicarem com facilidade, que seja, em uma pala¬vra, um “médium feito”, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec [LM-it 216] crer-se dispensado de qualquer outra instrução. Não venceu senão uma resistência material, e é agora que começa para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificul¬dades: vencer a terceira etapa - a moral.
c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que não se contenta em admirar a moral es-pírita, mas a pratica e aceita todas as suas conseqüências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espi-ritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalhar incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.
E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferio¬res? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Exce¬lência, sintonizava-se constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em si¬lêncio e solidão.
A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.
Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:
* Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensa-mos nossa vibrações psíquicas em reajustamento.
* Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando-nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
* Freqüência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se impro¬visa.
* Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as ex-periências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.
* Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábi¬tos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como nos diz o instrutor Albério:
"... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.
Bibliografia
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Livro dos Médiuns - Allan Kardec
3) Obras Póstumas - Allan Kardec
4) Médium: Quem é, Quem não é? - Demétrio Pavel
5) Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda
6) Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
7) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
8) Desenvolvimento Mediúnico - Roque Jacinto

A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS


INTRODUÇÃO
Ao Estudamos as civilizações da Terra, podemos observar que a mediu¬nidade se tem manifestado, ao longo de todos os tempos e em todos os lugares, desde as mais remotas épocas. A crença na imortalidade da alma e a possibilidade da comunicação entre os "vivos" e os "mortos" sempre existiu, por mais que alguns queiram ocultar.
Olhando o passado, evocando a lembrança das religiões desaparecidas, das crenças mortas, veremos que todas elas tinham um ensino com dúplice aspecto: um exterior ou público, com as suas cerimónias bi¬zarras, rituais e mitos, e outro interior ou secreto revestido de um carácter profundo e elevado. Os aspectos exteriores eram transmitidos ao povo de um modo geral, enquanto que o aspecto interior era revelado apenas a indivíduos especiais. Chamados "iniciados" por algumas reli¬giões, estes eram preparados desde a infância, às vezes durante 20 a 30 anos.
Julgar-se uma religião, apenas tendo em consideração o seu as-pecto exterior, será o mesmo que apreciar o valor moral de uma pessoa através da sua aparência. Mergulhando no aspecto interior destas religiões, ob¬servaremos que todos os ensinamentos se encontram ligados entre si como uma única doutrina básica, que os homens trazem intuitivamente, desde um passado longínquo. Vamos observar alguns aspectos interessantes das religiões do passado.
ÍNDIA
Na Índia, berço de todas as religiões da Humanidade, temos o Livro dos Vedas, datado de aproximadamente 1.500 a.C., que tem sido re¬conhecido como o mais antigo código religioso da Humanidade; são qua¬tro livros cujo conteúdo principal são cânticos de louvor. Os Brâmanes, seguidores dos Vedas, acreditam que este código religioso foi ditado por BRAHMA. Nos Vedas encontramos afirmati¬vas claras sobre imortalidade da alma e a recriação:
"Há uma parte imortal no Homem, o AGNI, ela é que é preciso rescal¬dar com teus raios, inflamar com os teus fogos(...).
(...)Assim como se deixam as vestes gastas, para usar novas vestes, também a alma deixa o corpo usado para recobrir novos corpos."
Ainda na Índia, encontramos KRISHNA, educado por ascetas nas florestas do cume do Himalaia, inspirador de uma doutrina religiosa, na verdade um reformulador da Doutrina Védica. Deixa claro a idéia da imortalidade da alma, as reencarnações sucessivas, e a possibilidade de comunicação entre vivos e mortos:
"O corpo envoltório da alma, que nele faz sua morada, é uma coisa finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável e eterna."
"Todo renascimento feliz ou infeliz é conseqüência das obras prati¬cadas em vidas anteriores."
Estes são alguns aspectos dos ensinamentos de KRISHNA, que po-dem ser encontrados nos livros sagrados, conservados nos santuários ao sul do Industão.
Também na Índia, 600 a.C., vamos encontrar Siddartha Gautama, o Buda, filho de um rei da Índia, que certo dia saindo do castelo, onde até então vivera, tem contacto com o sofrimento humano e, sendo tomado de grande tristeza, refugia-se nas florestas frias do Himalaia e, de¬pois de aproximadamente 15 anos de meditação, retorna trazendo para a Humanidade uma nova crença, toda baseada na caridade e no amor:
"Enquanto não conquistar o progresso (Nirvana) o ser está condenado à cadeia das existências terrestres."
"Todos os Homens são destinados ao Nirvana."
Buda e seus discípulos praticavam o Dhyana, ou seja, a contem-plação aos mortos:
"Durante este estado, o Espírito entra em comunicação com as almas que já deixaram a Terra."
EGIPTO
No Egito, o culto aos mortos foi muito praticado. As Ciências psíquicas atuais eram familiares aos sacerdotes da época; o conheci-mento das formas fluídicas e do magnetismo eram comuns. O destino da alma, a comunicação com os mortos, a pluralidade das existências da alma e dos mundos habitados eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. Egiptólogos modernos, estudando as pirâmides, os túmulos dos faraós, os papiros, deixam claro todos estes aspectos reconhecendo a grande sabedoria deste povo. Como em outras religiões, apenas os iniciados conheciam as grandes verdades, o povo, por interesse de po-der dos soberanos, era praticamente mantido ignorante em relação a este respeito.
CHINA
Na China, encontramos Lao-Tsé e Confúcio, 600 a 400 a.C., que com os seus discípulos (iniciados), mantinham no culto dos ante-passados a base de sua fé. Neste culto, a ideia da imortalidade e a possibilidade da evocação dos mortos era clara.
ISRAEL
Cerca de 15 séculos antes de Cristo, Moisés, o grande legisla-dor hebreu, observando a ignorância e o des-preparo do seu povo, pro-cura através de uma lei disciplinar, educar os hebreus com relação à evocação dos mortos. Se houve esta proibição, é claro que a evocação dos mortos era comum entre este povo da Antiguidade. Moisés assim se referiu:
"Que ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade."
Não havia chegado o momento para tais revelações.
Estudando a vida de Moisés, vemos que ele era possuidor de uma mediunidade fabulosa que possibilitou o recebimento dos "Dez Mandamen-tos", no Sinai, que até hoje representa a base dos códigos de moral e ética no mundo.
GRÉCIA
Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Vários filósofos, desta progressista civilização, se referem a estes factos: Pitágoras (600 a.C.) Astófanes, Sófocles (400 a.C.) e a maravilhosa figura de Sócrates (400 a.C.). A idéia da unicidade de Deus, da pluralidade dos mundos habitados e da multiplicidade das existências era por eles transmitidas a todos os seus iniciados. Sócrates, o grande filósofo, aureolado por divinas claridades espirituais, tem uma existência que em algumas circunstâncias, se aproxima da exemplificação do próprio Cristo:
"A alma quando despida do corpo, conserva evidentes, os traços de seu carácter, das suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os actos da sua vida."
JESUS
Jesus, o Médium de Deus, teve a sua existência assinalada por fenómenos mediúnicos diversos. O Novo Testamento traz citações claras e belas de mediunidade nas suas mais diferentes modalidades.
IDADE MÉDIA
A Idade Média foi uma época em que o estudo mais profundo da religião era praticado apenas por sociedades ultra-secretas. Milhares de vidas foram sacrificadas sob a acusação de feitiçaria, por evocarem os mortos.
Nesta época, tão triste para a Humanidade, em vários aspectos, podemos citar como uma grande figura, Joana D'arc, que guiando o povo francês, sob orientação de "suas vozes", deixou claro a possibilidade da comunicação entre os vivos e os mortos.
O ESPIRITISMO
Foi no século XIX (1848), na pacata cidade de Hydesville, no estado de New York (EUA), na casa da família Fox, que o fenómeno mediúnico começaria a ser conhecido em todo o mundo.
Chegara o momento em que todos as coisas deveriam ser reestabele¬cidas. Foi quando surgiu no cenário terrestre, aquele que deu corpo à Doutrina dos Espíritos: Hippolyte Léon Denizar Rivail, ou ALLAN KARDEC, como ficou conhecido.
Em 1855, com a idade de 51 anos, Kardec iniciou um tra¬balho criterioso e científico sobre o fenómeno mediúnico e após alguns anos de estudos sistematizados lançou, em 18 de abril de 1857, O Livro dos Espíritos; em 1859 - O Que é o Espiritismo; em 1861 - O Livro dos Médiuns; em 1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo; em 1865 - O Céu e Inferno e em 1868 - A Génese.
Graças ao sábio lionês tivemos a Codificação da Doutrina Espí-rita reconhecida como a Terceira Revelação, o Consolador Prometido por Jesus.


Bibliografia
1) Depois da Morte - Léon Denis
2) História do Espiritismo - Arthur Conan Doyle
3) Allan Kardec - Zeus Wantuil e Francisco Thiesen
4)Apostilha IDE-JF – Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora-MG

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Colônias Espirituais


Colônias espirituais são cidades no plano espiritual, onde vivem os desencarnados.




Vejamos um resumo do que Patrícia nos relata em seu livro Vivendo no Mundo dos Espíritos:




“Em todos os locais em que há cidades materiais há um espaço espiritual e nele ficam os postos de socorro* e as colônias. Pequenas localidades de encarnados, como vilas e cidadezinhas, também têm seu espaço espiritual, só que às vezes não têm colônias e seus habitantes, ao desencarnar e se tiverem condições, vão para as colônias vizinhas. Cada cidade na Terra possui seu núcleo espiritual correspondente. A Índia e o Tibete têm colônias encantadoras, de uma arquitetura diferente, em que usam muito a cor dourado-clara.”




Existem vários tipos de colônias espirituais, com várias finalidades. As colônias não são iguais, mas a maioria possui a mesma base organizacional, com sistemas de defesa, hospitais, escolas, jardins, praças, locais para reuniões e palestras, governadoria, entre outros, sempre de acordo com a finalidade específica de cada local.





Patrícia, em Vivendo no Mundo dos Espíritos, nos fala a respeito das colônias de estudo: “as colônias de estudo são somente uma escola ou universidade. Nelas há alojamentos para os professores e para os alunos, salas de aula, bibliotecas e imensas salas de vídeo.”





No livro A Casa do Escritor, Patrícia fala-nos sobre a colônia de mesmo nome, destinada ao estudo dos desencarnados que pretendem trabalhar, junto aos médiuns encarnados, ditando textos, através da psicografia. Os desencarnados que irão reencarnar como médiuns também passam um período preparando-se para tal missão estudando em colônias como esta. Os desencarnados ligados às colônias de estudos também associam-se, através da inspiração, a jornalistas e escritores encarnados. A casa do escritor é móvel, ou seja, movimenta-se no plano espiritual, levando seus habitantes aonde seja mais necessária sua presença. Vejamos um resumo do que ela nos conta a respeito dessa colônia:






“A colônia de estudo não tem sistema de defesa. Todos os que nela habitam vibram numa mesma intensidade, sustentando-a. E só consegue vê-la quem vibra igual. A colônia está suspensa no ar, como que em cima de uma grande e sólida nuvem. Para os encarnados, no lugar não existe nada, não é perceptível à visão deles e, também, dos desencarnados que não se sintonizam com suas vibrações.”




Em A Casa do Escritor, Patrícia descreve ainda a colônia Triângulo, Rosa e Cruz, uma colônia intermediária entre o Oriente e o Brasil, habitada por orientais e brasileiros. Está localizada no espaço ao centro do Brasil, não muito longe da colônia Nosso Lar, um pouco mais para o norte.




Nosso Lar, por sua vez, é uma colônia situada no espaço espiritual do Rio de Janeiro e que nos foi descrita por André Luiz através do livro homônimo, assim como no livro “Cidade no Além”, onde a médium Heigoriana Cunha, através de desdobramento espiritual durante o sono (amparada pelo Espírito Lucius), visitou por várias vezes a cidade e por conta desta experiência (logo após o retorno desses seus desdobramentos), pôde realizar desenhos mediúnicos mostrando o plano piloto da colônia, alguns de seus edifícios e sua localização nas esferas espirituais da Terra, além de nos passar algumas informações a respeito desta maravilhosa colônia.











A colônia Nosso Lar divide-se em setores de trabalho, lazer e residenciais, como qualquer grande cidade terrena. É administrada por um Governador Espiritual. Possui 6 Ministérios, orientados, cada um, por 12 Ministros, totalizando assim, 72 Ministros. Os Ministérios de Nosso Lar são: da regeneração, do auxílio, da comunicação, do esclarecimento, da elevação e da união divina. Nosso Lar apresenta em sua planta um formato semelhante a uma grande estrela de seis pontas, ficando a Governadoria ao centro e em cada ramificação lateral a área destinada a cada um dos ministérios. Conta ainda com postos de socorro espiritual espalhados por vários pontos das regiões do Brasil.



* Postos de socorro são locais para onde geralmente os espíritos socorridos do umbral (região espiritual onde ficam os espíritos endurecidos, como os suicidas, assassinos, entre outros) ou por ocasião do desencarne são levados e onde têm permanência transitória, lá eles são amparados e orientados. São locais menores de socorro imediato na crosta e no umbral. Podem ser grandes, médios ou pequenos. Não são cidades, embora alguns postos possuam as mesmas repartições que uma cidade. Estes postos também são chamados de casas, mansões etc.





Sugestão de leitura acerca do tema:

•“Nosso Lar” – André Luiz (autor espiritual) / Psicografado por Francisco Cândido Xavier

•“Violetas na Janela” – Patrícia (autora espiritual) / Psicografado por Vera Lúcia M. de Carvalho

•“Vivendo no Mundo dos Espíritos” – Patrícia (autora espiritual) / Psicografado por Vera Lúcia M. de Carvalho

•“A Casa do Escritor” – Patrícia (autora espiritual) / Psicografado por Vera Lúcia M. de Carvalho


Links interessantes:

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/celuz/textos/o-mundo-espiritual2.html
http://www.institutoandreluiz.org/nosso_lar.html
http://web.prover.com.br/nominato/9.htm
http://web.prover.com.br/nominato/7.24.htm
http://web.prover.com.br/nominato/7.14.htm

O Ambiente do Centro Espírita


As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e à fé mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da imortalidade a serviço da Terceira Revelação.

Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades.

Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconseqüência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconseqüência humana, cujo magnetismo, para tais assembléias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja.

Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detento da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o levará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida.

Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer.


Bezerra de Menezes
(Do Livro “Dramas da Obsessão” – Psicografado por Ivone A. Pereira)

O Trabalho Espiritual em um Centro Espírita

1. INTRODUÇÃO

Em um Centro Espírita, os dois planos da vida se irmanam. Veremos os serviços que os benfeitores espirituais realizam durante as atividades de um Centro Espírita.
Os servidores espirituais de dividem entre médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos e colaboradores. Os trabalhos são divididos pelos seguintes setores: de Vigilância, de Enfermagem, de Esclarecimentos e de Comunicação. Os trabalhos são coordenados por um dirigente e contam com dezenas de servidores.
Nos conta o autor espiritual -trabalhador espírita que desencarnou em 1987 - que, antes da reunião pública começar, os trabalhadores do plano espiritual se reúnem com o dirigente dos trabalhos para orientação.
"Reunindo-nos no salão apropriado, o Irmão Joel convocou-nos ao serviço, dizendo: - Meus irmãos, iniciaremos os preparativos para as atividades desta noite. Cumpre-nos lembrar que todos nós somos necessitados ante a Providência Divina, pois que ainda nos reconhecemos imperfeitos. Entretanto ninguém realiza a ascensão espiritual sem esforço e trabalho. Somente servindo ao semelhante estaremos enriquecendo-nos. Todo trabalho no bem oferece-nos os valiosos recursos da experiência. Valorizemos, pois, a oportunidade que o Senhor nos oferece e tratemos de realizar o melhor,certos de que o amparo do mais alto não nos faltará. Busquemos a inspiração no amor de Jesus para com todos nós e recordemo-nos de suas sublimes palavras quando afirmou: -"Toda vez que o fizestes a um destes pequeninos, é a mim que o fizestes". Iniciemos os preparativos."

2. SETOR DE VIGILÂNCIA



Este setor atua para que a disciplina e a ordem sejam mantidas, em benefício de todos, pois muitos espíritos ainda pouco esclarecidos e renitentes no mal, tentam investir contra as atividades de libertação espiritual que ocorrem na Casa Espírita.
Há também os espíritos enfermos, sob as conseqüências dolorosas dos seus equívocos ou premidos pelo remorso, que são trazidos para a recuperação através da auto-educação. Cabe aos servidores deste setor a assistência fraterna a esses espíritos, inspirando-lhes bom ânimo e esperança e estimulando-os a construírem uma nova realidade para si mesmos, sem se deixarem levar pelo desespero.
O autor espiritual descreve que a movimentação dos trabalhadores era intensa, mas que tudo era feito com dedicação, alegria e gentileza, em clima de verdadeira fraternidade.
Um ambiente "interexistente" amplia-se para além das paredes de alvenaria do auditório de reuniões, destinado a receber os Espíritos desencarnados que serão assistidos.
O Setor possui equipamentos a serem utilizados para defesa, no trato com Espíritos ainda cegos para a luz da verdade. São equipamentos elétricos, que tem como base descargas de energia. Podem ter a forma de projéteis, de lança-raios ou de canhões (para a defesa de colônias).
Esses instrumentos servem para dispersar os irmãos ainda totalmente ligados à matéria e não preparados para a necessária auto-transformação, que tentam investir contra o trabalho do Pai. É importante manter a disciplina e harmonia no ambiente ("orai e vigiai"), para que o necessário trabalho no bem seja realizado.
André Luiz, no livro "Os Mensageiros", capítulo 20, visita um Posto de Socorro e conversa com Alfredo, trabalhador do mesmo, a cerca da necessidade de se ter um sistema de defesa contra o mal. Alfredo lhe esclarece, relatando a lenda hindu da serpente e do santo.
Enfim, os recursos de defesa não devem ser interpretados como armamento ou violência. São ainda os recursos indispensáveis no trato com os ignorantes da Lei do Amor.
O autor observa que pensamento é vida e as atitudes mentais das criaturas exteriorizam-se, plasmando o ambiente espiritual. O clima de paz, as emanações saudáveis, o trabalho edificante, as orações, o pensamento reto e a mensagem consoladora criam vibrações que se cristalizam, formando um halo de luz protetor, que envolve o núcleo de serviço do Centro. Isto torna o ambiente propício ao trabalho dos benfeitores espirituais.
"O bem faz bem primeiramente a quem o executa. Quando os homens descobrirem a importância do serviço em favor do semelhante, estarão a caminho da solução definitiva dos seus problemas".
O serviço com Jesus é, antes de tudo, a nossa conscientização de partícipes na obra da criação, cabendo-nos realizar o melhor ao nosso alcance, honrando a oportunidade de realização que o criador nos concede."

3. SETOR DE ENFERMAGEM



Sob a orientação de um Espírito superior treinado em medicina espiritual, trabalham enfermeiros, técnicos e auxiliares, trajando uma túnica alva, com delicado e luminescente emblema em ton azul celeste, na altura do tórax, no lado esquerdo, indicadores de atividades ligadas à medicina.
Muitos dos servidores atuaram na área da Medicina quando encarnados, porém o autor destaca que, no Plano espiritual, não basta o conhecimento técnico: torna-se imprescindível a aquisição de virtudes. Nas tarefas que devem desempenhar não utilizam só a razão, usam sobretudo o coração.
O Setor atua nas atividades de manipulação de fluídos e substâncias medicamentosas; auscultação de pacientes; acompanhamento do serviço dos médiuns passistas, com aplicações ou transfusões de energias e execução de cirurgias.
O autor espiritual questionou seu orientador, Marcos, sobre a realização de cirurgias. Marcos o esclareceu dizendo que os encarnados que realmente se esforçam no aprendizado das verdades eternas e buscam realizar a reforma íntima, conseguem a intercessão direta dos servidores do Setor de Enfermagem, através da análise criteriosa da situação à luz da Lei de Causa e Efeito, considerando os atenuantes e méritos adquiridos.
Na narrativa, Marcos ressaltou o importante papel desempenhado pelo perispirito no processo reencarnatório. Os servidores do Setor de Enfermagem atuam diretamente no corpo fluídico, semimaterial, alterando-lhe algumas disposições com interferência cirúrgica. Como conseqüência natural, erradicam diversas enfermidades físicas que são causadas pelo desequilíbrio do ser e transmitidas do perispírito ao corpo físico.
As cirurgias espirituais, em certos casos, são realizadas durante o processo natural do sono. A fluidoterapia evita males orgânicos e psíquicos.
O Setor utiliza ânforas transparentes para guardar substâncias vitais , usadas no tratamento de enfermos. As substâncias são retiradas dos vegetais e manipuladas pelos técnicos do Setor, alcançando resultados significativos.
Os servidores da enfermagem também atuam na fluidificação das águas. O autor assim descreve tal processo:
" Neste instante, alguns companheiros do Setor de Enfermagem aproximaram-se da mesa onde se encontravam os recipientes com água. Por alguns minutos buscaram um estado de concentração e em perfeita sintonia, estenderam as mãos sobre os vasilhames, enquanto o dirigente da equipe, através de comovente oração, buscava as dádivas celestes. Dos servidores do bem, luminosa energia desprendia-se, enquanto que dos céus, como resposta à súplica proferida, jorravam pétalas radiantes sobre as águas. Invisível aos olhos humanos, essas substâncias fluídicas desfaziam-se em contato com as águas, que as absorviam instantaneamente."
O dirigente da equipe relata que todos os copinhos recebem eflúvios balsâmicos e revigorantes que atuarão como tônico reconstituinte, e complementa dizendo: " - O homem na Terra está longe de compreender a infinita bondade de Nosso Pai. A água fluidificada é recurso valioso, embora, vezes sem conta, ele não lhe valorize os abençoados terapêuticos."
Cabe destacar que a água é um excelente condutor de energias e que não importa se os recipientes estão fechados ou abertos, eles recebem os eflúvios balsâmicos e revigorantes do mesmo modo.

4. SETOR DE ESCLARECIMENTOS


O Setor atua auxiliando, através da intuição, os encarnados encarregados dos estudos e comentários evangélicos e doutrinários, e também presta assistência no trabalho de Atendimento Fraterno.
O autor descreve que os servidores deste Setor utilizam livros e uma espécie de fichário, semelhante a um arquivo, que consultam para desempenharem suas atividades.
Com relação a atuação junto aos responsáveis pelos comentários e estudos doutrinários, o autor espiritual destaca uma situação que costumava ocorrer com ele quando encarnado, atuando como divulgador da Doutrina Espírita: " Eu buscava estudar. Preparava os estudos. No entanto, quantas vezes, dialogando com os companheiros, um exemplo novo, uma idéia mais concreta, um pensamento mais amplo assaltavam minha mente, facilitando a compreensão do tema em estudo! Ah! Quantas vezes a presença espiritual é tão concreta e não nos damos conta!"
"Toda a vez que o homem se predispõe a conhecer a verdade e divulgá-la em nome do amor, estará recebendo assistência espiritual."
Sobre a assistência dada ao trabalho de Atendimento Fraterno, os espíritos também se utilizam da intuição dos encarnados, de acordo com as suas possibilidades mediúnicas, para orientar os tarefeiros encarnados sobre as orientações mais adequadas a serem dadas aos necessitados que buscam a Casa.
Há ainda o serviço de Atendimento Fraterno aos desencarnados:
" Igualmente, assistimos diversos espíritos desencarnados em perturbação, dialogando com eles, demoradamente, esclarecendo-os quanto 'a nova realidade a que estão vinculados. Aprendemos aqui que a verdade é imprescindível à iluminação das criaturas, entretanto há que ser dosada de acordo com a maturidade de cada um. Por isso, para que realizemops o melhor ao nosso alcance, participamos, sempre que possível, de cursos e conferências que nos permitam o sublime aprendizado de esclarecer sem ferir, ajudar sem violentar e colaborar sem exigir."

5. SETOR DE COMUNICAÇÕES

Este Setor serve como área de apoio aos demais setores, fornecendo-lhes recursos que servirão de base para o desempenho das tarefas de cada setor. As informações prestadas a outros setores são obtidas a partir de telas eletromagnéticas, comunicadores de longa distância, receptores, auscultadores vibracionais, etc.
Marcos, o orientador do autor do livro em sua visita a Casa Espírita, destaca o intercâmbio entre os setores a partir do trabalho do Setor de Comunicações:
"Fornecimento de dados ao Setor de Vigilância, aquisição de informações para o atendimento do Setor de Enfermagem, colaboração valiosa aos servidores do Setor de Esclarecimentos."
O autor destaca: "equipamentos os mais diversos eram instalados nos mais variados locais, destacando-se aos meus olhos uma grande tela luminescente fixada no salão de reuniões."
Ante a dúvida do autor sobre a necessidade da espiritualidade usar os equipamentos para obter as informações, Marcos esclarece: "Antes de mais nada, cumpre-nos considerar que estamos agindo na Crosta, ou seja, em meio onde nossa ação encontra quase sempre muitos obstáculos.Entre eles, destacamos as vibrações mentais desequilibrantes oriundas de grande porcentagem de espíritos encarnados no planeta e dos desencarnados. Em meio hostil, as nossas realizações seriam desenvolvidas de forma mais lenta e penosa, não fosse o concurso desses aparelhos."
O Setor de Comunicações realiza, ainda, serviços de atividades externas, tais como: visitas a familiares ou necessitados pelos quais os freqüentadores oram e incursões nas regiões inferiores do plano espiritual, no trabalho de intercâmbio e auxílio a Espírito sofredores e necessitados.
Com relação ao trabalho da espiritualidade de visitar as pessoas pelas quais os freqüentadores pedem, o autor destaca a importância de se ter um desejo sincero de ajudar e de ter fé. O auxílio sempre é dado, porém a intenção e a sinceridade auxiliam no processo de ajuda.
"Templo, hospital, escola, oficina, sublime educandário das almas, o Centro Espírita é a bondade e misericórdia de Deus, materializados na Terra, em benefício das criaturas."

6. OUTROS ESCLARECIMENTOS

1. "Quando duas ou mais pessoas reunirem-se em meu nome, aí eu estarei." Jesus.
A cooperação dos servidores espirituais faz-se constante em todas as agremiações voltadas ao Bem e à Verdade, espíritas ou não. Quanto às instituições espiritas, a atuação do mundo invisível se faz em benefício de todas elas . A Casa Espírita materializa-se na crosta sob a inspiração do mais alto. Cada instituição tem suas características próprias e à medida que se desenvolve, novos recursos são mobilizados da Vida Maior, sob a assistência do diretos espiritual. O amor de Jesus está sempre presente através de seus mensageiros.

2. Fora do halo luminoso que cerca e protege a Casa Espírita, turbas de Espíritos se agitam. Atraídos pela movimentação dos encarnados e pelas luzes espirituais e grande quantidade de Espíritos sofredores imploram auxílio. Espíritos desencarnados do Setor de vigilância são encarregados de selecionar aqueles que se candidatam à recuperação. Ele se utilizam de aparelhos ("capacitores vibracionais"), identificando os Espíritos sofredores cujas vibrações demonstrem sinceros arrependimento e verdadeiro desejo de renovação. Tais Espíritos entram no Centro, na enfermagem. Para aqueles desencarnados que ainda continuam sustendo pensamentos desequilibrantes, somente o tempo e a dor poderão facilitar-lhes a modificações necessárias. E tudo o que podemos fazer é por eles orar.

3. A música elevada repercute nas criaturas, pacificando-as e harmonizando-as, com sua linguagem universal. Está a música presente na vida do homem, desde os tempos mais remotos, sendo a mais sublime dentre todas as expressões de arte, sensibilizando profundamente a muitas criaturas. Embora não seja fator indispensável para a prática do Bem, a música pode ser considerada como elemento de auxílio na desintoxicação mental das criaturas e no equilíbrio das emoções.
"... comecei a perceber uma chuva de pequeninas pétalas suavemente coloridas que caiam sobre os presentes, modificando-lhes o estado íntimo para melhor."

4. O instante da prece inicial a Jesus é proferido nos dois planos, Espiritual e material, interligados no mesmo propósito. Os sinceros sentimentos do dirigente encarnado harmonizam-se com os do mentor espiritual da reunião. Tênue luz se irradia dos presentes, e vibrações salutares derramam-se por sobre o ambiente, propiciando paz reconforto. Mas, nem todos os presentes assimilam aquelas dádivas e seus benefícios, pois mantêm seus pensamentos nas preocupações diárias, por falta de disciplina mental, que se conquista pela auto-educação. Somente com o amadurecimento, as criaturas poderão avaliar os sublimes valores da oração. ( L E, q.659-660 )
"Onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração." Jesus

5. Nas tarefas de divulgação doutrinária, o médium está sempre acompanhado por seu guia espiritual. Os recursos ou registros do médium somam-se à inspiração do benfeitor, cuja tarefa é auxiliar seu tutelado, sugerindo-lhe idéias, coordenando-lhe os pensamentos. Aqueles que veiculam a mensagem doutrinária, através da palavra, não necessitam, pois, apenas estudar, mas, vivenciar os postulados abraçados. Se suas palavras provierem do coração, das suas experiências e vivências, acrescidas dos seus recursos intelectivos, a mensagem tocará e sensibilizará a platéia.
"IDE E PREGAI..." Jesus.
Os comentários evangélico-doutrinários, se ouvidos atenciosamente, podem influenciar os ouvintes interessados, permitindo-lhes através de suas mensagens, realizar uma profunda avaliação da vida, através de valioso processo terapêutico de auto-avaliação, agindo em seu próprio auxílio.
"Ajuda-te que Deus te ajudará."
Muitos dos freqüentadores das reuniões espíritas não conseguem registrar os ensinamentos esclarecedores, porque permanecem presos às preocupações familiares e profissionais. O aproveitamento do que está sendo comentado dependerá do interesse de cada um, pois, a redenção espiritual é conquista de ordem individual. Outrossim, o sono, assumido por alguns durante as reuniões doutrinárias, revela a falta do cultivo da atenção e, por vezes, uma mente preguiçosa que somente o tempo e a dor poderão transformar. Alguns, no entanto, sofrem influenciação espiritual negativa à distância, por não conseguirem seus agressores penetrar nos Centros Espíritas. Contudo, a principal questão ainda é a indiscilplina mental do indivíduo, que se compraz nessa situação.
Esses obstáculos à renovação do Homem desaparecerão quando ele compreender a Paternidade Divina e conscientizar-se que a vida na Terra é passageira, que sua morada são as estrelas e que seu destino é a perfeição.

6. Os Espíritos desencarnados, trazidos para a reunião, são acomodados em auditório reservado, beneficiando-se, igualmente, das mensagens evangélicas, assistidos pelos companheiros do Setor de Vigilância e de Esclarecimento. Nesse auditório é instalada uma grande tela luminescente. À medida que o palestrante discorre suas mensagens, inúmeros quadros de graça e beleza formam-se na tela gigantesca, permitindo aos desencarnados visualizarem cenas comovedoras. Este fenômeno tem por base o poder criador do pensamento, aliado à vontade ativa. Enquanto fala, o expositor das verdades celestes emite, intensamente, os próprios pensamentos, imantados pela viva emoção que lhe nasce da intimidade do Espírito.
Os desencarnados, ouvindo a mensagem e acompanhamento os quadros vivos que se reproduzem na grande tela, recordam-se das próprias experiências. Revêem acontecimentos em que malograram, constatam equívocos, analisam as próprias quedas, e reincidência nos erros. Compreendendo, agora, a verdade libertadora que se negaram a enxergar, entregam-se a copiosos prantos, cegos que estavam no egoísmo destruidor. O arrependimento é sempre assinalado por lágrimas sinceras, que representam a limpeza interior. Com toda a certeza, elas prenunciam a renovação íntima.
"Vinde a mim todos vós que vos achais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e encontrareis o descanso para vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." Jesus

7. Por vezes, as inúmeras atividades desenvolvidas pelos benfeitores passam desapercebidas entre os companheiros desencarnados. Vários serviços exteriores, para socorro aos necessitados ou visitas preces e vibrações solicitadas para os nomes de encarnados e desencarnados, anotados em cadernos ou papéis, previamente preparados.
Os servidores espirituais fazem uso de um pequeno aparelho com visor. Ao se passar o aparelho sobre os nomes anotados, alguns se destacam, como que emoldurados de luz, registrando o sensor as vibrações emantadas ( ao escreverem-se os nomes, ficam registrando o sensor as nossas disposições mentais e emocionais ). Portanto, ao nos lembrarmos dos nomes e os escrevermos, estamos fazendo por eles uma prece.
"Estivessem esses irmãos encarnados ou desencarnados, seriam visitados e assistidos em nome do Amor de Jesus e graças ao mecanismo das orações e dos apelos feitos pelos que se lembravam deles."

8. Durante os trabalhos do passe, os Espíritos do Setor de Enfermagem, movimentam-se silenciosos e com muito respeito. Por possuírem profundos conhecimento acerca de irradiação e exteriorização das próprias energias, influenciam diretamente os médiuns passistas, auxiliando-os nas tarefas de fluidoterapia. Os fluídos vitais dos médiuns passistas, associam-se aos fluídos espirituais, beneficiando as criaturas a nível material, emocional e espiritual. Ë muito importante a posição de quem recebe o menor assimilação das energias salutares. A vontade e a disciplina mental dos assistidos favorece ação dos benfeitores espirituais. O seu aproveitamento dependerá, naturalmente, do interesse de cada indivíduo.
"Ainda aqui, a vontade e a disciplina mental são a base do fenômeno que observamos."

"NA SEARA DO BEM"
Livro psicografado por Luis Antonio Ferraz, Pelo Espírito Antônio Carlos Tonini ( 1947-1987 ).

Texto retirado do site: http://www.cema.org.br/ResumodeLivros.htm