O Espírito
Allan Kardec [Livro dos Espíritos -questão 27] nos informa que todas as coisas que existem no universo podem ser sintetizadas em três elementos fundamentais, a que ele deu o nome de Trindade Universal.
Esses elementos são:
Deus;
Espírito;
Matéria;
Assim, o espírito, na definição da Doutrina Espírita, é o princípio inteligente do universo, individualizado, com moralidade própria. O espírito é distinto de Deus, seu criador, e da matéria, à qual se une para se poder manifestar.
A Matéria
Define-se matéria, como sendo tudo o que tem massa e que ocupa lugar no espaço. De acordo com este conceito, tudo aquilo que pode ser pesado, medido, etc., é considerado matéria. Existem outros elementos a considerar, porém, como o som, a luz, o calor. Estes são denominados energia.
Habitualmente, costuma-se afirmar que a energia é a capacidade que os corpos possuem para produzir um trabalho ou desenvolver uma força. Sabe-se que a energia não pode ser "criada" e nem "destruída", mas sim transformada. Toda a forma de energia que existe no Universo é a transformação de uma outra anterior.
Partindo da Teoria da Relatividade de Einstein tem-se observado que, na realidade, matéria e energia estão directamente relacionadas.
A matéria é a energia condensada e a energia uma forma de apresentação da matéria.
Na definição da doutrina espírita matéria é "tudo sobre o qual o espírito exerce a sua acção". André Luiz no livro [Mecanismos da Mediunidade] referindo-se ao tema diz-nos:
“A matéria é energia tornada visível e toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos da criação."
Tipos de matéria
Ponderável
É a matéria física, que preenche o mundo dos encarnados e dá origem aos corpos e elementos.
Imponderável
Também denominada matéria psi (Hernani Guimarães Andrade), matéria mental (André Luiz) ou matéria quintessenciada (Allan Kardec), é a matéria do mundo espiritual, num tónus vibratório mais elevado.
Fluido Cósmico Universal (FCU)
Também chamado fluido universal, exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita. Podemos entender o FCU como sendo a matéria- energia elementar primitiva, dispersa por todos os cantos do Universo. Uma matéria extremamente subtil, cujas modificações e transformações vão constituir a inumerável variedade dos corpos da natureza.
André Luiz no livro [Evolução em Dois Mundos] afirma que:
“O Fluido Cósmico é o plama divino, hausto do Criador, força nervosa do Todo- Sábio. Nesse elemento primordial vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano. O Fluido Cósmico é a força em que todos vivemos, nos diversos ângulos variados da Natureza.”
Os Fluidos
Segundo a Física, fluidos são corpos cujas moléculas cedem à mínima pressão, movendo-se entre si com facilidade e separando-se quando entregues a si mesmos.
Na Doutrina Espírita os fluidos têm o mesmo sentido de matéria. Os fluidos podem variar o seu estado desde a eterização até à materialização. É comum a utilização da expressão fluidos espirituais para designar a matéria imponderável, embora segundo Allan Kardec veja-se o livro [Génesis- capítulo XIV] esta denominação não seja exacta.
Todo um processo dinâmico e complexo envolve a formação dos fluidos espirituais. Ao ser absorvido pelo Espírito, o Fluido Cósmico será manipulado na mente. A mente humana é então um brilhante laboratório de forças subtis, onde o Pensamento e a Vontade estarão aglutinando as partículas do Fluido Cósmico e dando a elas características próprias. André Luiz designa por raio da emoção ou raio do desejo a essa força que opera a transformação do Fluido Universal.
Os fluidos, desta forma, possuem várias características. A sua pureza varia ao infinito, dependendo da evolução moral do Espírito que os produziram. Possuem também propriedades, tais como odor, coloração e temperatura. Sob o ponto de vista físico, podem ser vivificantes, calmantes, anestesiantes, curativos, alimentícios, soníferos, enfermiços, etc.
Origem, Natureza e Forma dos Espíritos: Perispírito
Segundo a visão materialista somos tão somente o corpo com que vivemos neste mundo. Ora, tudo indica - e a análise química o comprova - que o nosso corpo é formado exclusivamente de matéria, como os demais corpos da natureza.
Mas uma análise mais consciente e uma observação mais profunda mostram-nos que no homem existe mais do que apenas matéria. O homem pensa e tem consciência plena da sua existência; relaciona ideias, estabelece conceitos, elabora juízos, constrói raciocínios, tira conclusões, e, servindo-se de um instrumento maravilhoso, que é a linguagem, comunica tudo isto aos seus semelhantes. Nada que a isto sequer se
pareça ocorre no mineral ou num monte de matéria inanimada.
A matéria por si mesma não pensa; então lógico será pensar que, existe em nós, além do corpo material, algo mais, que é o agente do nosso pensamento, e que se chama alma ou espírito.
Esse raciocínio, perfeitamente lógico e conforme a mais pura razão humana, deveria ser suficiente para que nenhuma dúvida existisse no homem a respeito de que nele vive essencialmente um espírito.
No entanto, muitos há que não crêem na realidade da própria existência, em si como Espírito imortal.
Então Deus, na sua infinita bondade e amor, concedeu ao homem, com as manifestações espíritas, as provas cabais de que no ser humano vive um espírito, que pré- existe ao corpo e sobrevive à morte física.
O Espírito
No Livro dos Espíritos -questão 76 os Espíritos são definidos como sendo “os seres inteligentes da Criação”. São criados por Deus permanentemente, e, na sua essência, apresentam-se como “uma chama, um clarão ou centelha
etérea” Livro dos Espíritos -questão 88. Os Espíritos são eternos e indestrutíveis, mantendo sempre a sua individualidade.
Quanto à natureza íntima dos Espíritos podemos compreender que a inteligência é o seu atributo essencial.
Todos são criados iguais, “simples e ignorantes” e dotados de faculdades a serem desenvolvidas através das experiências reencarnatórias.
Em a Génese Allan Kardec externa mais claramente o seu pensamento evolucionista, afirmando que "O espírito não chega a receber a iluminação divina, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores."
Quanto à sua apresentação exterior, o espírito propriamente dito não a tem, pois que é imaterial, mas no entanto encontra-se revestido, sempre, de um corpo energético, fluídico, que Kardec denominou de perispírito. O perispírito dará forma ao espírito, permitindo assim a sua identificação.
O Perispírito
Estudando as religiões e filosofias vê-se que muitos homens procuraram um elemento energético que pudesse servir de união entre o corpo físico e o espírito, numa harmónica graduação vibratória.
Por exemplo:
No Egipto acreditava-se na existência de um corpo chamado KA. Na Índia, denominavam de "Linga Sharira".
Os filósofos gregos chamavam-no de "Veículo Leve", "Corpo Luminoso" e "carro subtil da alma". Para Leibnitz, chamava-se "corpo fluídico" e para Paulo de Tarso, "Corpo Espiritual".
No exame das suas principais características, o perispírito deve-se analisar sob os seguintes aspectos:
Função: quando encarnado, é o intermediário entre o espírito e o corpo somático, tendo como função transmitir as sensações do corpo para o espírito e as impressões do espírito para o corpo. É ainda o "campo modelador da forma", pois, durante a gestação, será o perispírito o responsável pela estruturação do embrião, através de um campo magnético criado por ele. No Espírito desencarnado o perispírito corresponde ao seu envoltório, possuindo na sua estrutura eléctro- magnética órgãos e sistemas celulares à semelhança do corpo físico;
Forma: geralmente a forma do perispírito corresponde à aparência do corpo somático. Ao desencarnarmos, o corpo espiritual, na maioria das vezes, mantém a forma que tinha quando encarnado, no
entanto, muitos Espíritos encontram-se aptos a promoverem transformações na sua organização perispiritual, podendo assumir uma aparência de encarnações anteriores;
Densidade: a densidade do perispírito é rarefeita nos Espíritos já evoluídos e pastosa ou opaca nos Espíritos ainda imperfeitos;
Coloração: o perispírito não se encontra preso no corpo como se estivesse dentro de uma caixa; ele irradia-se e projecta-se além do corpo físico, formando a Aura. Esta estrutura vai assumir colorações diferentes em função do estágio evolutivo do indivíduo. Brilhante e luminosa nos Espíritos superiores e sem
nenhum brilho, sem luminosidade e sem beleza nas entidades que se encontram ainda muito materializadas;
Centros de Força: o perispírito é constituído de vários centros energéticos que concentram e coordenam a assimilação e distribuição de energias. São denominados de chacras ou centros de força.
Segundo André Luiz no livro Missionários da Luz, Evolução em Dois Mundos os principais chacras são:
Coronário (alto da cabeça);
Cerebral (na fronte);
Laríngeo (pescoço);
Cardíaco (no peito);
Gástrico (abdómen);
Esplénico (região do baço);
Genésico (sobre o aparelho genital);
Bibliografia e referências
a) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
b) A Génese - Allan Kardec
c) Mecanismos da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
d) Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier - Waldo Vieira
e) Psi Quântico - Hernani Guimarães Andrade
f) Espírito, Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade
g) Psicologia Espírita - Jorge Andréa
h) Obras Póstumas - Allan Kardec
i) Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário