domingo, 13 de setembro de 2009

A MEDIUNIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS


INTRODUÇÃO
Ao Estudamos as civilizações da Terra, podemos observar que a mediu¬nidade se tem manifestado, ao longo de todos os tempos e em todos os lugares, desde as mais remotas épocas. A crença na imortalidade da alma e a possibilidade da comunicação entre os "vivos" e os "mortos" sempre existiu, por mais que alguns queiram ocultar.
Olhando o passado, evocando a lembrança das religiões desaparecidas, das crenças mortas, veremos que todas elas tinham um ensino com dúplice aspecto: um exterior ou público, com as suas cerimónias bi¬zarras, rituais e mitos, e outro interior ou secreto revestido de um carácter profundo e elevado. Os aspectos exteriores eram transmitidos ao povo de um modo geral, enquanto que o aspecto interior era revelado apenas a indivíduos especiais. Chamados "iniciados" por algumas reli¬giões, estes eram preparados desde a infância, às vezes durante 20 a 30 anos.
Julgar-se uma religião, apenas tendo em consideração o seu as-pecto exterior, será o mesmo que apreciar o valor moral de uma pessoa através da sua aparência. Mergulhando no aspecto interior destas religiões, ob¬servaremos que todos os ensinamentos se encontram ligados entre si como uma única doutrina básica, que os homens trazem intuitivamente, desde um passado longínquo. Vamos observar alguns aspectos interessantes das religiões do passado.
ÍNDIA
Na Índia, berço de todas as religiões da Humanidade, temos o Livro dos Vedas, datado de aproximadamente 1.500 a.C., que tem sido re¬conhecido como o mais antigo código religioso da Humanidade; são qua¬tro livros cujo conteúdo principal são cânticos de louvor. Os Brâmanes, seguidores dos Vedas, acreditam que este código religioso foi ditado por BRAHMA. Nos Vedas encontramos afirmati¬vas claras sobre imortalidade da alma e a recriação:
"Há uma parte imortal no Homem, o AGNI, ela é que é preciso rescal¬dar com teus raios, inflamar com os teus fogos(...).
(...)Assim como se deixam as vestes gastas, para usar novas vestes, também a alma deixa o corpo usado para recobrir novos corpos."
Ainda na Índia, encontramos KRISHNA, educado por ascetas nas florestas do cume do Himalaia, inspirador de uma doutrina religiosa, na verdade um reformulador da Doutrina Védica. Deixa claro a idéia da imortalidade da alma, as reencarnações sucessivas, e a possibilidade de comunicação entre vivos e mortos:
"O corpo envoltório da alma, que nele faz sua morada, é uma coisa finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável e eterna."
"Todo renascimento feliz ou infeliz é conseqüência das obras prati¬cadas em vidas anteriores."
Estes são alguns aspectos dos ensinamentos de KRISHNA, que po-dem ser encontrados nos livros sagrados, conservados nos santuários ao sul do Industão.
Também na Índia, 600 a.C., vamos encontrar Siddartha Gautama, o Buda, filho de um rei da Índia, que certo dia saindo do castelo, onde até então vivera, tem contacto com o sofrimento humano e, sendo tomado de grande tristeza, refugia-se nas florestas frias do Himalaia e, de¬pois de aproximadamente 15 anos de meditação, retorna trazendo para a Humanidade uma nova crença, toda baseada na caridade e no amor:
"Enquanto não conquistar o progresso (Nirvana) o ser está condenado à cadeia das existências terrestres."
"Todos os Homens são destinados ao Nirvana."
Buda e seus discípulos praticavam o Dhyana, ou seja, a contem-plação aos mortos:
"Durante este estado, o Espírito entra em comunicação com as almas que já deixaram a Terra."
EGIPTO
No Egito, o culto aos mortos foi muito praticado. As Ciências psíquicas atuais eram familiares aos sacerdotes da época; o conheci-mento das formas fluídicas e do magnetismo eram comuns. O destino da alma, a comunicação com os mortos, a pluralidade das existências da alma e dos mundos habitados eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. Egiptólogos modernos, estudando as pirâmides, os túmulos dos faraós, os papiros, deixam claro todos estes aspectos reconhecendo a grande sabedoria deste povo. Como em outras religiões, apenas os iniciados conheciam as grandes verdades, o povo, por interesse de po-der dos soberanos, era praticamente mantido ignorante em relação a este respeito.
CHINA
Na China, encontramos Lao-Tsé e Confúcio, 600 a 400 a.C., que com os seus discípulos (iniciados), mantinham no culto dos ante-passados a base de sua fé. Neste culto, a ideia da imortalidade e a possibilidade da evocação dos mortos era clara.
ISRAEL
Cerca de 15 séculos antes de Cristo, Moisés, o grande legisla-dor hebreu, observando a ignorância e o des-preparo do seu povo, pro-cura através de uma lei disciplinar, educar os hebreus com relação à evocação dos mortos. Se houve esta proibição, é claro que a evocação dos mortos era comum entre este povo da Antiguidade. Moisés assim se referiu:
"Que ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade."
Não havia chegado o momento para tais revelações.
Estudando a vida de Moisés, vemos que ele era possuidor de uma mediunidade fabulosa que possibilitou o recebimento dos "Dez Mandamen-tos", no Sinai, que até hoje representa a base dos códigos de moral e ética no mundo.
GRÉCIA
Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Vários filósofos, desta progressista civilização, se referem a estes factos: Pitágoras (600 a.C.) Astófanes, Sófocles (400 a.C.) e a maravilhosa figura de Sócrates (400 a.C.). A idéia da unicidade de Deus, da pluralidade dos mundos habitados e da multiplicidade das existências era por eles transmitidas a todos os seus iniciados. Sócrates, o grande filósofo, aureolado por divinas claridades espirituais, tem uma existência que em algumas circunstâncias, se aproxima da exemplificação do próprio Cristo:
"A alma quando despida do corpo, conserva evidentes, os traços de seu carácter, das suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os actos da sua vida."
JESUS
Jesus, o Médium de Deus, teve a sua existência assinalada por fenómenos mediúnicos diversos. O Novo Testamento traz citações claras e belas de mediunidade nas suas mais diferentes modalidades.
IDADE MÉDIA
A Idade Média foi uma época em que o estudo mais profundo da religião era praticado apenas por sociedades ultra-secretas. Milhares de vidas foram sacrificadas sob a acusação de feitiçaria, por evocarem os mortos.
Nesta época, tão triste para a Humanidade, em vários aspectos, podemos citar como uma grande figura, Joana D'arc, que guiando o povo francês, sob orientação de "suas vozes", deixou claro a possibilidade da comunicação entre os vivos e os mortos.
O ESPIRITISMO
Foi no século XIX (1848), na pacata cidade de Hydesville, no estado de New York (EUA), na casa da família Fox, que o fenómeno mediúnico começaria a ser conhecido em todo o mundo.
Chegara o momento em que todos as coisas deveriam ser reestabele¬cidas. Foi quando surgiu no cenário terrestre, aquele que deu corpo à Doutrina dos Espíritos: Hippolyte Léon Denizar Rivail, ou ALLAN KARDEC, como ficou conhecido.
Em 1855, com a idade de 51 anos, Kardec iniciou um tra¬balho criterioso e científico sobre o fenómeno mediúnico e após alguns anos de estudos sistematizados lançou, em 18 de abril de 1857, O Livro dos Espíritos; em 1859 - O Que é o Espiritismo; em 1861 - O Livro dos Médiuns; em 1864 - O Evangelho Segundo o Espiritismo; em 1865 - O Céu e Inferno e em 1868 - A Génese.
Graças ao sábio lionês tivemos a Codificação da Doutrina Espí-rita reconhecida como a Terceira Revelação, o Consolador Prometido por Jesus.


Bibliografia
1) Depois da Morte - Léon Denis
2) História do Espiritismo - Arthur Conan Doyle
3) Allan Kardec - Zeus Wantuil e Francisco Thiesen
4)Apostilha IDE-JF – Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora-MG

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